Números de testes e impressões mostram pouca vantagem do sedã 2.0.

A chegada das versões com motor 2.0 do Civic levaram o modelo médio ao topo do ranking dos sedãs mais vendidos no segmento. Mas será que, na prática, vale mesmo a pena pagar a diferença de R$ 4.590 entre o LXR 2.0 (R$ 74.490) e a LXS 1.8 (R$ 69.900)? Foi o que procuramos responder depois de alguns dias andando com a versão mais simples do sedã 2.0 no dia a dia.
Levando em conta apenas o nível de equipamentos, o carro com motor maior vem apenas com repetidores de direção nas carcaças dos retrovisores, grade dianteira pintada de preto brilhante, faróis com acendimento automático e bancos revestidos de couro.


A expectativa em relação ao LXR eram boas. Mas o tempo foi passando e ficou difícil encontrar uma evolução de desempenho considerável em relação ao LXS. Rodando na cidade o que fica mais claro é que a vantagem dos 200 cm³ de cilindrada, entre outros novos ajustes do motor 2.0, acabaram deixando o carro um pouco mais ágil nas ultrapassagens, o que foi confirmado na comparação dos nossos números de teste entre as duas versões. De 40 km/h a 80 km/h, o Civic 2.0 precisa de 4,9 segundos, ante 6,5 s do 1.8. Em primeira, mesmo no anda e para dos congestionamentos, basta encostar o pé no acelerador para notar que o LXR tem um pouco mais de força em rotações mais baixas.


No trânsito, com o sistema Econ ligado (ajuda a economizar combustível mudando o mapeamento da central eletrônica, bem com o funcionamento do ar condicionado), pise de leve no acelerador e terá um carro silencioso e que responde com certa rapidez. Mas desligue o Econ e mova a alavanca de câmbio para o modo esportivo e passe a trocar as marchas com as hastes atrás do volante, sempre acima dos 4.000 rpm, que as coisas mudam bastante. O nível de ruído sobe bem e a diferença de fôlego entre o 2.0 e o 1.8 cai. Prova disso é que, no arranque do primeiro quilômetro o LXR fica apenas um mísero segundo na frente do LXS (32,9 segundos ante 31,9 s).
Por isso, não pense que vai achar mais diferenças entre o Civic 1.8 e o 2.0 pisando mais forte no acelerador. Bem que tentei em breves esticadas na estrada, mas em vão. O LXR é um pouco melhor que o LXS apenas nas retomadas mesmo. Ainda de acordo com nossos números, o 2.0 vai de 100 a 120 km/h, em Drive, em 4,4 segundos, ante 6,7 s do 1.8. É o tipo da situação em que o torque (força) vale mais que a potência. E um motor de maior cilindrada acaba se sobressaindo. Inverta a situação e, verificando qual dos dois sai da imobilidade e percorre 400 metros primeiro, a vantagem do 2.0 despenca (18,1 s ante 17,5 s). O mesmo acontece no 0 a 100 km/h (11,4 s contra 10,5 s).

Mesmo assim, a vantagem do LXR em relação ao LXS na retomadas está longe de ser animadora, algo em torno de 2,5 segundos, na melhor das hipóteses. Em contrapartida, o consumo e a autonomia do 1.8 são melhores. Ainda conforme nossas medições, o 2.0 faz 7,2 km/l da cidade e 12,5 km/l na estrada, com apenas etanol no tanque, ante 8,1 km/l e 12,8 km/l do 1.8, respectivamente. E no LXS você pode rodar cerca de 730 quilômetros, ante 713 do LXR. Portanto, a versão 2.0 é mais interessante apenas porque retoma um pouco melhor e não tem o famoso “tanquinho” de partida a frio, do ponto de vista do conjunto mecânico.

De resto, o LXR se mostra um carro tão bem acertado quanto o LXS, seja nas curvas ou em freadas de emergência. O acerto de suspensão combina o conforto de absorver as irregularidades do piso com a missão de manter o carro sempre previsível e sob controle em trechos sinuosos. O volante de três raios, revestido de couro, tem ótima empunhadura, além de ajustes de altura e profundidade e funciona bem com a direção precisa. E os freios trabalham bem, transmitido segurança. Mas, para um carro de R$ 70 mil, foi uma má surpresa abrir o capô e verificar que, no lugar das molas a gás, foi instalada a incômoda vareta de sustentação.

O espaço interno do Civic continua sendo um dos pontos fortes do carro, que ficou mais interessante para as famílias depois da reforma do início do ano passado, quando passou a ter um porta-malas maior (495 litros, ante 340 litros). E vai receber mais uma mudança no começo de 2014, conforme antecipado pela reportagem de C/D.
Então, vale a pena ficar atento às novidades que o sedã da Honda receberá e à pequena vantagem do desempenho do 2.0 em relação ao 1.8, que acaba tendo melhor relação custo-benefício, pelo menos na comparação entre o LXS e LXR. No caso do topo de linha EXS, a lista de equipamentos é bem mais extensa e inclui itens sofisticados, como controle eletrônico de estabilidade (VSA) e air bags laterais.

Texto e fotos: Carlos Guimarães / Divulgação / Fonte: Car And Driver







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