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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um dia no Sesc Pantanal...

por Zé Edu Camargo em 26 de junho de 2012

Nascer do sol no rio Cuiabá

Acho que ninguém pensou ainda em uma lista dos melhores lugares para o birding no Brasil. Mas em nenhuma delas deveria faltar o Pantanal. A alta concentração de fauna em geral (e da avifauna em particular), os espaços amplos e abertos, a possibilidade de encontrar espécies de diferentes biomas (como Amazônia, Cerrado e até Mata Atlântica) são atrativos irresistíveis.
Para gente de boa parte do país, no entanto, Pantanal remete a um lugar longe e inacessível. Nada mais falso. A duas horas de carro de Cuiabá, a capital de Mato Grosso, o hotel Sesc Pantanal permite desfrutar as belezas dessa região sem abrir mão de conforto e segurança. E fica numa excelente região para a observação de aves. O Sesc mantém uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) que conserva uma enorme área. Este ano, durante uma viagem a trabalho para Cuiabá, tirei um dia para passarinhar no hotel. Saí da capital no meio da tarde e cheguei ao hotel no entardecer. A rodovia (asfaltada) que liga Poconé ao Sesc, na região de Porto Cercado, não leva o nome de estrada-parque à toa. Nas margens já é possível observar, do carro mesmo, diversas aves que procuram os campos e plantações: marrecas, tapicurus, gaviões.
 Um dia de birding por lá começa antes do sol nascer. Ainda de madrugada, saí com o guia do hotel e mais alguns turistas para um passeio de barco pelo rio Cuiabá. Com um farolete, o guia procura por aves noturnas, como bacuraus e urutaus. Já no alvorecer, encontramos tachãs, garças-reais e um bando de jacutingas-de-garganta azul.
Depois do café (e de uma chuva que apareceu do nada), parti para um dia de birding solo. Na verdade, o entorno do hotel é tão rico que, mesmo para quem não tem muita experiência, encontrar as aves não se mostra uma tarefa difícil. Passei a manhã percorrendo a pé a estrada asfaltada ao lado do hotel, que atravessa áreas de vegetação baixa e alagada. Usando o playback, consegui boas fotos do bentevizinho-do-brejo, de caturritas, graveteiro, sabiá-gongá e do coleiro-do-brejo.
À tarde, depois do almoço, explorei (também a pé) a estrada de terra que leva à Baía das Pedras, uma outra unidade do Sesc. Ao longo da estrada há um cerradão alto, com alguns trechos de mata alagável. Fiz um grand-slam de martins-pescadores (a expressão é minha), com o martim-pescador-grande, o martim-pescador-verde, o martim-pescador-pequeno e o (mais raro) martinho. Na estrada também encontrei um casal de curiós, comprovando que a área é muito bem-preservada.
No final, a conta era fantástica: mais de 30 lifers, fora aqueles que escutei e não consegui avistar, como o arapaçu-de-garganta-amarela e o saci. Isso em apenas um dia. O que você está esperando?

Cavalaria, ave muito comum na região

Martim-pescador-pequeno


Sabiá-gongá


Bentevizinho-do-brejo


Jacutinga-de-garganta-azul

FONTE
www.superinteressante.com/
FOTOS ILUSTRATIVAS

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