A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, foi condenada a pagar R$ 30 milhões em horas extras a oito mil funcionários pelo tempo de troca de uniforme, anunciou o Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta terça-feira (11).
Segundo informações do MPT, os trabalhadores realizavam atividades no setor de aves, suínos e industrializados, e a sentença foi dada pela 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia (MG), em julgamento de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho do Estado.
Leia também: BRF pagará mais de R$ 30 milhões em horas extras
A decisão, que beneficia todos os empregados nos últimos cinco anos, determinou o pagamento de 18 minutos diários para os funcionários do abatedouro de aves e 20 minutos diários para quem trabalha no setor de frigorífico de suínos e industrializados.
O tempo de troca de uniforme não era calculado como jornada de trabalho, apesar de o uso de roupa adequada ser obrigatório.
Empresa afastou funcionários por problemas de saúde
Durante força tarefa realizada em 2012, o MPT-MG constatou que, além de não pagar o tempo de troca de uniforme, a BRF de Uberlândia afastou mil empregados por problemas de saúde.
Entre os diagnósticos encontrados, estão o de distúrbios osteomusculares e doenças relacionadas por movimentos repetitivos realizados no frigorífico. Estima-se que cerca de 20% dos empregados sofrem de alguma doença adquirida em razão da precariedade das condições de trabalho.
Companhia acumula processos trabalhistas
A BRF já foi processada pelo MPT para adequar as condições de trabalho nas unidades de Rio Verde (GO) Uberlândia (MG), Chapecó (SC), Toledo (PR), Carambeí (PR), Capinzal (SC), Concórdia (SC) e Lucas do Rio Verde (MT), entre outras.
Em relação ao tempo de troca de uniforme, a empresa também já foi condenada pela Justiça do Trabalho nos Estados de Santa Catarina (Chapecó e Joaçaba), Goiás (Rio Verde).
Em fevereiro deste ano, a BRF já havia sido condenada ao pagamento de R$ 500 mil por jornada excessiva na unidade de Curitiba. A ação civil pública foi ajuizada após a empresa se recusar a firmar termo de ajuste de conduta (TAC) com o MPT.
Procurada, a empresa ainda não havia enviado posicionamento até a publicação desta matéria.
Fonte: IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário