A Polícia Civil de Passo do Sobrado, no Rio Grande do Sul, investiga denúncias de supostas agressões cometidas por dois policiais militares durante uma festa realizada na cidade do Vale do Rio Pardo, no mês passado. Um pedreiro de 22 anos diz que sofreu quatro fraturas na face após ser espancado pela dupla de PMs.
Segundo a delegacia do município, as supostas agressões ocorreram em 22 de março, durante uma confusão generalizada na Festa do Búfalo de Passo do Sobrado. O pedreiro Jonny Port, de 22 anos, diz que não tinha nenhuma relação com a briga e tentava tirar um amigo do local, quando foi imobilizado e agredido pelos PMs.
“Saí de um banheiro e vi seis caras parados. Achei que eles queriam ir no banheiro. Aí deu uma confusão e vi um amigo no meio. Fui tentar puxar ele. De repente, eles (os policiais) me deram duas cacetadas nas costas. Na mesma hora ergui as mãos, mas me jogaram no chão. Outro chegou perto e me bateu na cara. Minha esposa tentou me socorrer, mas um PM agarrou ela no braço. Só parei de apanhar quando policiais aqui da cidade me reconheceram”, relatou o pedreiro.
O jovem diz que nesta quarta-feira (2) será submetido a uma cirurgia estética para reconstituir o rosto desfigurado pelas supostas agressões dos policias. Jonny ressaltou que, ao ser abordado, os PMs não teriam mencionado o motivo para agirem com violência. “Não sei por que apanhei. Foi muito abuso. Eu já estava imobilizado no chão”, afirma o jovem, que promete processar o estado em busca de indenização.
De acordo com José Carlos Leão, escrivão da delegacia local, além de Jonny outro jovem, que é filho de um policial que atua em outro município, também registrou queixa contra os PMs, após ter um dos dedos fraturados durante a confusão. Os PMs não registraram ocorrência sobre a briga. “Já os pais vieram denunciar o que consideraram abuso. Com essas informações, queremos ouvir o relato dos PMs envolvidos”, explicou Leão.
Procurada pelo G1, o comando da Brigada Militar (BM) em Passo do Sobrado informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) já foi instaurado para apurar se houve abuso na atuação dos PMs. Os dois vieram de outro município para reforçar a segurança na festa. A corporação, no entanto, adiantou que os indícios apontam que não houve excesso na atuação. A cidade de origem e a identificação dos policiais não foi revelada.
Fonte: G1
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