Já descobrimos tanta coisa no espaço – visitamos a lua, encontramos quase 1.800 exoplanetas, estrelas, pulsares, buracos negros, nebulosas… Ou seja, sabemos bastante sobre o que existe lá fora, não?
Não.
Não sabemos nem o que se passa no nosso próprio sistema solar direito.
10. Vórtice em Vênus
Um vórtice gigante perto do polo sul de Vênus se comporta como uma tempestade, mas sem chuva ou relâmpagos. Tem cerca de 1.800 quilômetros de extensão, 18 quilômetros de altura, e fica 41 quilômetros acima da superfície do planeta, orbitando-o a cada 5 a 10 dias. Nós costumávamos pensar que era oval, mas, em 2011, cientistas descobriram que o vórtice muda regularmente de forma. Às vezes parece um “S” ou um “8″, mas muitas vezes é apenas uma bolha irregular. Além disso, em 2013, descobrimos que ele não é um único vórtice. É na verdade dois vórtices, com dois centros de rotação em diferentes altitudes. Eles se mesclam, mas raramente se alinham. Os cientistas que estudam o par esperavam que eles se movessem em conjunto, e não têm certeza por que eles não fazem isso. Pode ter algo a ver com a atmosfera de Vênus, que gira 60 vezes mais rápido do que o próprio planeta, mas ninguém sabe ao certo.
9. Iapetus
, a terceira maior lua de Saturno, tem sido uma fonte de mistério desde que Giovanni Cassini a descobriu, em 1671. O astrônomo italiano notou que a face da lua que encara o sol é mais escura do que seu hemisfério oculto. Na verdade, a parte traseira ao sol é 10 vezes mais brilhante. Esta estranheza permaneceu inexplicável por 336 anos, até que uma sonda da NASA, apropriadamente chamada Cassini, foi enviada ao planeta. Os cientistas descobriram que a lua originalmente varria poeira espacial enquanto se movia. Isso escureceu sua “frente”, que passou a absorver mais luz solar, fazendo com que o gelo derretesse. Isso escureceu ainda mais esse lado, criando ainda mais absorção de luz solar, e assim por diante.
A sonda Cassini pode ter resolvido esse mistério, mas não antes de descobrir um novo: um monte de 18 km de altura em torno do equador da lua – isso é mais de duas vezes a altura do Everest, em uma lua com um nono do tamanho da Terra. Uma teoria diz que Iapetus tinha um anel que se desfez em sua superfície, formando a cordilheira. Outra sugere que um asteroide de 1.000 quilômetros colidiu com Iapetus e desacelerou a rotação da lua. O estresse resultante achatou-a nos polos, criando a protuberância central.
Não contente com o simples fornecimento de seus próprios mistérios, Iapetus também pode ajudar a resolver mistérios de outros planetas. Existe um tipo de deslizamento de terra encontrado aqui na Terra e em Marte, chamado de sturzstrom, que viaja cerca de 15 vezes mais rápido do que a maioria, e não temos ideia do porquê. Estes deslizamentos de terra parecem ser extremamente comuns em Iapetus, portanto, quanto mais aprendemos sobre a lua, mais perto ficamos de descobrir o que causa sturzstroms.
8. A aranha de Mercúrio
Quando a sonda MESSENGER da NASA passou em Mercúrio em janeiro de 2011, fotografou uma cratera de impacto diferente de qualquer outra que já vimos no sistema solar. Ela foi apelidada de “aranha”, já que tinha cerca de 50 ramificações em todas as direções a partir de seu meio. Um cientista do laboratório que ajudou a construir a sonda chamou a cratera de “um verdadeiro mistério”, e sugeriu que atividade vulcânica pode estar por trás da formação. A estrutura recebeu o nome oficial de “Pantheon Fossae”, em homenagem ao Panteão de Roma, sendo que a palavra latina Fossae significa “trincheiras”. A cratera central foi chamada de Apolodoro, em homenagem ao arquiteto-chefe do Panteão. No entanto, imagens de alta resolução sugerem que a cratera de 41 quilômetros pode não ter nada a ver com as trincheiras/ramificações. Um meteoro pode ter atingido Mercúrio e criado o buraco perto do centro desse outro padrão ramificado já formado.
7. Miranda
Miranda é o quinto maior satélite de Urano e a lua mais estranhamente deformada do sistema solar. A NASA a descreve como “o monstro de Frankenstein”, porque parece que suas peças não se encaixam. Sua irregularidade é clara a partir de fotos tiradas pela sonda Voyager 2. Manchas separam áreas com poucas crateras de áreas fortemente bombardeadas. Os maiores buracos dessas áreas são 12 vezes mais profundos que o Grand Canyon. Esta aparência “acabada” de Miranda é única no sistema solar, e os cientistas não sabem o que a acertou para que ela ficasse assim. Uma teoria é que a lua foi atingida com força suficiente para quebrar, mas a gravidade a manteve “junta”. Outro cenário possível é que as áreas mais suaves foram atingidas por meteoritos que derreteram gelo, formaram lama que viajou por toda a superfície, e em seguida voltaram a congelar.
6. Manchas em Urano
Os telescópios Hubble e Keck descobriram uma mancha escura em Urano em 2006. Manchas semelhantes foram vistas em Netuno antes, provavelmente causadas por redemoinhos na atmosfera. Os cientistas não têm certeza, no entanto, sobre o que as deixa escuras. Em 2011, por sua vez, os astrônomos avistaram o oposto: uma grande mancha branca 10 vezes mais brilhante do que o resto do planeta. Parecia ter centenas de quilômetros de largura e pode ter sido uma tempestade de metano gigante. Hubble descobriu que o ponto brilhante era “emparelhado” com um escuro ao lado direito. Infelizmente, ainda não podemos explicar o que vimos. Provavelmente teremos que enviar uma sonda para Urano para entender essas manchas.
5. Ceres
Ceres é o maior asteroide e maior planeta anão do nosso sistema solar. Ele pode conter mais água do que toda a água doce da Terra. Além disso, pode estar “atirando” um pouco dessa água para o espaço. Nuvens de vapor foram detectadas pelo telescópio espacial Herschel da Agência Espacial Europeia. A pergunta sem resposta é o que está causando essas nuvens. Uma vez que o vapor vem de regiões mais escuras do planeta, uma teoria é de que essas áreas podem estar absorvendo luz solar. Quando a luz aquece o gelo sob baixa pressão, a água salta da fase líquida direto para a forma de gás. Alternativamente, atividade vulcânica poderia estar ocorrendo sob a superfície do planeta anão. Podemos ter uma resposta em 2015, já que a NASA enviou uma sonda chamada Dawn para Ceres.
4. A topografia bizarra de Mercúrio
Enquanto a “aranha” é o mistério mais visualmente impressionante de Mercúrio, está longe de ser o único. Na verdade, muitas das nossas ideias sobre como Mercúrio se formou foram substituídas por perguntas. Algo dentro do planeta faz com que superfícies previamente inclinadas nivelem, enquanto áreas anteriormente niveladas se tornam inclinadas. O chão da maior cratera do planeta se tornou mais alto que sua borda em alguns lugares. Os cientistas não sabem por que isso acontece, nem se mais mudanças estão a caminho. O manto de Mercúrio é muito fino para permitir processos que causam alterações topográficas em outros planetas. Seu núcleo é proporcionalmente cinco vezes maior do que o nosso núcleo é em comparação com a Terra. Esse núcleo estranhamente grande pode ter a ver com a topografia bizarra do planeta, mas não sabemos como.
3. A luz Ashen de Vênus
Um brilho indescritível no lado escuro de Vênus foi detectado pela primeira vez em 1643. Foi visto pelo menos 129 vezes entre 1954 e 1962. No entanto, apesar de tantos avistamentos, alguns acreditam que a chamada “luz Ashen” é criada artificialmente durante a observação. Outros insistem que é um fenômeno real. Teorias atuais sugerem que a luz solar quebra monóxido de carbono no lado claro do planeta, e o gás se recombina no lado escuro depois de ser levado por ventos rápidos. Outras teorias incluem tempestades com raios poderosos ou algum tipo de aurora.
2. Os vulcões de Io
A gravidade de Júpiter puxa sua lua Io em uma direção diferente das outras maiores luas do planeta. As forças de maré alongam e aquecem Io, produzindo vulcões impressionantes. Io é o corpo com maior atividade vulcânica do sistema solar, e alguns de seus vulcões atiram lava 375 quilômetros acima de sua superfície. Mas estes vulcões aparecem em lugares que não são previstos por nenhum de nossos modelos atuais de como funcionam as forças de maré. Cientistas esperavam que os vulcões aparecessem em rochas suaves mais propensas a serem deformadas e aquecidas. Em vez disso, eles aparecem 30 a 60 graus leste do local esperado. Nossos modelos podem estar errados, ou algo a mais pode estar acontecendo; por exemplo, Io pode estar girando mais rápido do que os astrônomos acreditam, ou parte de sua estrutura interna pode conduzir magma através de longas distâncias.
1. Terrenos caóticos
Algumas paisagens do sistema solar são mais do que um pouco desorganizadas; são caóticas. A região “Aureum Chaos” de Marte tem cumes entrecruzados e vales cheios de colinas em posições aleatórias. “Iani Chaos” é outra região de Marte nomeada por conta de sua confusão caótica de cumes. Os cientistas simplesmente não sabem como ou por que essas regiões se formaram. Talvez as áreas de terreno caótico em Marte eram corpos de água ou de magma que fizeram a superfície colapsar. No entanto, nem todas as áreas parecem boas candidatas para essa explicação. Uma área de terreno caótico em Mercúrio tem uma explicação provável muito diferente. A “Bacia Caloris” é a maior cratera de impacto no planeta, com cerca de 1.500 quilômetros de largura. O impacto que causou a cratera enviou ondas sísmicas através de Mercúrio, e uma paisagem fortemente desordenada surgiu no exato lado oposto do planeta. Áreas escarpadas também existem na lua Europa de Júpiter. “Conamara Chaos” é uma região surpreendentemente bem nomeada por sua natureza caótica. Esse terreno foi provavelmente causado por correntes de água quente derretendo a crosta e formando grandes lagos subsuperficiais. O gelo no topo pode ter quebrado, flutuado e, quando voltou a congelar, deixado uma paisagem caótica para trás. [Listverse]
Fonte: http://hypescience.com/misterios-sistema-solar/ - Autor: Natasha Romanzoti
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