CNV quer punição de 377 pessoas por crimes contra direitos humanos
Publicação: 10/12/2014 11:00 Atualização: 10/12/2014 10:24
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) pede a punição de 377 pessoas por crimes de violação de direitos humanos entre 1946 e 1988, que inclui o período da ditadura cívico-militar no Brasil entre 1964 e 1985. Tanto o número quanto a lista com todos os nomes constam no relatório final da comissão, entre à presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (10/12), no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. O documento cita todos os presidentes da República durante o regime, inclusive os da junta militar - todos mortos. No total, são quase duas mil páginas divididas em três volumes.
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Por fim, a CNV lista os diretamente responsáveis pelas condutas criminosas. Neste ponto, entram 239 nomes. São eles médicos-legistas que adulteraram documentos ou colaboraram na prática de torturas, militares, investigadores, agentes e delegados de polícia Civil, peritos criminais, investigadores da Polícia Federal, um promotor de Justiça, um diplomata. Alguns nomes estão presentes em duas categorias.
O coronel Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo; Sebastião Moura, conhecido como Major Curió, denunciado pelo Ministério Público do Pará pelo sequestro de cinco pessoas na Guerrilha do Araguaia; e o coronel Paulo Malhães, morto em abril deste ano depois de assumir participação na ocultação do corpo do deputado Rubens Paiva em depoimento à CNV um mês antes; o médico do Exército Amílcar Lobo, conhecido como Dr. Carneiro, que controlava as sessões de tortura na Casa da Morte, em Petrópolis, são alguns dos nomes elencados pela comissão da verdade.
A CNV concluiu que a ocorrência de graves violações de direitos humanos envolveu a atuação de diferentes estruturas de comando, com áreas e seções especializadas no âmbito das unidades e estabelecimentos militares, cooperação entre as Forças Armadas e órgãos policiais, intercâmbio de informações entre serviços de inteligência; montagem e funcionamento permanente de equipes de investigação, interrogatório e busca.
"Ao constatar que a prática de graves violações de direitos humanos ocorreu de forma planejada e sistemática, a CNV conclui pelo afastamento integral da hipótese de que estas resultaram de condutas individualizadas, excepcionais ou alheias aos padrões de conduta estabelecidos pelas Forças Armadas, diz o documento.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2014/12/10/interna_politica,461395/cnv-quer-punicao-de-377-pessoas-por-crimes-contra-direitos-humanos.shtml
G1
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