As gigantes coreanas Samsung e LG, que continuam a importar produtos para o País, chegaram a anunciar novas fábricas dedicadas à linha branca no interior de São Paulo em 2011, mas desistiram dos projetos no ano seguinte. A unidade da LG ficaria em Paulínia, enquanto a da Samsung estava prevista para Limeira. A fábrica de Paulínia, por exemplo, exigiria um investimento de até R$ 1 bilhão, segundo fontes de mercado.
A LG afirma que o projeto foi cancelado, enquanto a Samsung diz que a fábrica de linha branca no Brasil ainda não é totalmente carta fora do baralho. "O projeto de Limeira foi engavetado por questões estratégicas e mercadológicas, mas continua em análise", disse o diretor de produtos para o lar da Samsung, Adelson Coelho.
O executivo lembra, porém, que a fábrica de ar condicionado para os mercados corporativo e doméstico da Samsung - que, dentro da empresa, são classificados como produtos para o lar, assim como os refrigeradores e máquinas de lava e seca - emprega 6 mil pessoas em Manaus. A unidade foi inaugurada em 2010.
Entre os projetos de fábricas voltadas à linha branca que saíram do papel na mesma época em que Samsung e LG desistiram de seus projetos está a unidade da japonesa Panasonic em Extrema (MG), que foi inaugurada em setembro de 2012.
A resistência das multinacionais em se comprometer com investimentos pesados na produção de eletrodomésticos em território brasileiro desde então tem razão de ser. Depois de vários anos de forte crescimento - em 2012, a expansão do mercado de linha branca foi de 18% -, o mercado teve retração nos últimos dois anos.
Em 2014, além de enfrentar a desaceleração da economia como um todo, o consumo de eletrodomésticos foi afetado negativamente pela Copa do Mundo. A Whirlpool, líder em vendas no País e dona das marcas Consul e Brastemp, deu férias coletivas a 5 mil funcionários em agosto do ano passado para readequar os estoques, que estavam altos depois do mundial de futebol.
Cenário difícil. Apesar de o setor ainda ter o benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que já foi retirado para os automóveis, o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Eletrodomésticos e Eletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, prevê um ano difícil em 2015.
A expectativa é que o setor consiga no máximo repetir as vendas do ano passado. "O cliente quer substituir produtos, mas o medo da perda do emprego acaba reduzindo as vendas, que geralmente são feitas a prazo", pondera Kiçula. "Acho também que, com a redução de IPI (nos últimos anos), houve uma antecipação de compras."
Fonte: Estadão
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