Parentes, amigos e colegas da Academia Brasileira de Letras começaram na tarde deste sábado (3) as despedidas ao músico, jornalista, escritor e dono da cadeira número 23 da ABL, Luiz Paulo Horta. O corpo do jornalista começou a ser velado às 15h. O enterro será no domingo, às 11h, no cemitério São João Batista, em Botafogo. Antes, às 8h30, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, vai celebrar uma missa em memória ao acadêmico.
Luiz Paulo, colunista do jornal O Globo, morreu aos 69 anos, vítima de um infarto. Ele estava em sua casa, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Ainda neste sábado, haverá uma missa de corpo presente às 18h30, celebrada pelo padre Paul Schweitzer. O padre Omar Raposo tocou no velório, ao piano, a canção "Segura na mão de Deus", em homenagem a Horta.
Uma das filhas do jornalista, Ana Horta, definiu o pai como uma figura "muito profunda e ao mesmo tempo muito simples", e com muito a ensinar. "Ele sempre tinha uma lição para passar para todo mundo."
Segundo Ana, a vinda do Papa Francisco pode ser considerada "um apogeu" na vida de seu pai, apaixonado por teologia e muito ligado à Igreja Católica.
"Ele ficou muito feliz por ter estado com o Papa e por ter escrito tudo que escreveu sobre a Jornada. Ele tinha uma espiritualidade totalmente diferente", contou a filha. Ana também falou sobre os vários talentos e interesses do pai escritor, jornalista, músico e muito conceituado em teologia e filosofia. "Ele era tão cheio de conhecimento, e nunca estava satisfeito. Todos que conviveram com ele sentirão sua falta", disse, sem conter as lágrimas.
Estudioso em religião
O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, também falou do lado religioso de Horta:
"Ele mostrou que se pode viver como cristão em qualquer lugar do mundo. E ele tinha uma formação jesuítica e franciscana, tal qual o Papa Francisco. E ele escreveu que a Jornada Mundial da Juventude parecia um paraíso terrestre. Pois que ele, então, agora esteja no paraíso celeste, na sua passagem para a vida eterna", disse o arcebispo do Rio.
Evanildo Bechara, membro da ABL, disse que a ausência física de Horta já está sendo muito sentida. "Ele deixa uma semente de amor à música clássica, ao bom jornalismo e ao conhecimento. Tenho certeza que ele comemorará seus 70 anos com bons amigos lá no céu", disse Bechara.
Já a escritora Nélida Piñon, também integrante da ABL, disse que se encantava quando o amigo dizia que "a vida é um dom", e revelou que o escritor preparava um livro com suas crônicas sobre a JMJ. "Era um projeto pessoal dele, que ficou um tempo afastado da religião e voltou com fé renovada. Ele era um cristão cosmopolita", disse Nélida, que declarou que ainda que se despede do amigo com perplexidade:
"Ele, anteontem, me mandou um telegrama dizendo que via os 70 anos se aproximando com perplexidade. Então, me despeço da mesma forma", finalizou a escritora.
Luiz Paulo Horta era casado com a jornalista Ana Cristina Reis. Ele deixa três filhos e seis netos.
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