Projeto: Hora de comer!
Autora: Karla Wanessa Carvalho de Almeida
Apresentação:
Baseada no princípio de uma alimentação saudável e balanceada, na preocupação da família e da escola este projeto visa uma reeducação alimentar das crianças da Educação Infantil do Conselho Escolar Creche Vivendo a Infância.
Problematização:
Observações realizadas pelas professoras durante o momento do lanche deram conta que as crianças do Conselho Escolar Creche Vivendo a Infância compunham seus lanches basicamente de: salgadinho, refrigerante, pipoca, chocolate, e outros componentes da indústria alimentícia de guloseimas. Inquietas com este fato, a escola lançou-se na busca por proposições de mudanças. Assim, surgiu o projeto hora de comer! Que aborda a temática “alimentação saudável”, visando proporcionar a essas crianças uma alimentação adequada, visto ser fundamental para garantir um bom desenvolvimento físico e cognitivo.Pois, ensinar às crianças a importância de uma alimentação equilibrada é o caminho para que elas saibam fazer boas escolhas alimentares.
Justificativa:e que a obesidade infanto-juvenil tenha aumentado
Sistematicamente os lares são invadidos por guloseimas gerando hábitos inadequados de alimentação, são salgadinhos que tomam o lugar do arroz e feijão, o chiclete se impõe as frutas e assim sucessivamente. Essa ocorrência gera enorme preocupação com a alimentação, e é um dos problemas que mais instiga preocupação nos pais, educadores e no serviço de saúde. Estima-se que a obesidade infanto-juvenil tenha aumentado 240% nas últimas décadas (TALAMONI, 2005). Os gastos dos SUS com doenças provenientes de uma má alimentação aumentaram 70% apresentando uma crescente estatística de crianças com osteoporose por causa do refrigerante.
Neste contexto, a temática alimentação saudável é requerida desde a mais terna idade, por isso, a Educação Infantil, desempenha papel fundamental na formação de valores, hábitos e estilos de vida, entre eles o da alimentação. Assim, este projeto versa sobre uma reorganização alimentar na mesa dos pequenos munícipes jaquerenses. Portanto, para que a instituição escolar seja e promova estabelecimentos de promoção da alimentação saudável é necessária à criação de um elo com a família e o serviço de saúde, para juntos combaterem alimentos industrializados nocivos à saúde se consumidos continuamente.
Por isso, o projeto baliza suas ações na tríade: ações de estímulo à adoção de hábitos alimentares saudáveis, ações de apoio à adoção de práticas saudáveis por meio da oferta de uma alimentação nutricionalmente equilibrada no ambiente escolar e ações de proteção à alimentação saudável, por meio de medidas conjuntas com pais e serviços de saúde.
Duração: 5 meses
Público-alvo: Crianças entre 1 a 4 anos
Objetivo Geral:
Ø Promover o consumo de alimentos saudáveis, principalmente legumes, frutas e verduras, imbuindo uma consciência de sua contribuição para a promoção da saúde.
Objetivos específicos:
Ø Promover o consumo de frutas, legumes e verduras;
Ø Reconhecer alimentos nutritivos e promissores de saúde;
Ø Identificar cores, textura e sabores dos diferentes alimentos;
Ø Reconhecer e diferenciar frutas, legumes, raízes e sua importância para a saúde;
Ø Pesquisar e registrar sobre a alimentação da família;
Ø Valorizar o momento reservado à alimentação;
Ø Diferenciar quais as partes dos alimentos que ingerimos (raiz, folhas e frutos)
Fundamentação teórica:
O mundo contemporâneo caracteriza-se por uma transição nutricional que multiplicou nos últimos anos doenças relacionada à desnutrição e a deficiências por micronutrientes. Esse cenário é resultado de mudanças econômicas, sociais e demográficas ocorridas decorrentes a modernização e urbanização que modificou o estilo de vida das populações.
Neste interím, o conceito de saúde ampliou-se nos últimos anos e a temática Alimentação Saudável tem se tornado uma preocupação mundial, o que tem perpetrado inúmeros debates no âmbito da saúde e educação, gerando politicas públicas, pautados no princípio da participação social. Têm-se como exemplo, a aprovação de um projeto- lei da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, onde obriga creches, pré-escolas e instituições de Ensino Fundamental, a comercializar apenas alimentos saudáveis.
Esses postulados originaram uma gama de discussões, tendo como pano de fundo a escola como espaço dinâmico de múltiplas aprendizagens, balizados neste preceito os Ministérios da Saúde e Educação instituíram a portaria interministerial nº 1.010 com Diretrizes para Promoção da Alimentação Saudável nas Redes Públicas e Privadas, bem como, o Programa de Saúde na Escola instituído pelo decreto Presidencial nº 6.286/2007. Ambos vislumbrando apromoção de uma educação alimentar saudável e nutricional, com bases comportamentais desenvolvidas no seio familiar e escolar.
Assim, consciente sobre a relevância do mesmo, o campo de ação da prática pedagógica escolar permitirá o reconhecimento que a alimentação é uma parte vital da cultura do indivíduo e leva em conta as práticas, costumes, tradições e exigem medidas na disponibilidade de acesso físico e financeiro aos alimentos, bem como o resgate de hábitos alimentares regionais salubres as crianças:
“A alimentação saudável precisa ter como enfoque principal o resgate de hábitos alimentares regionais, estimulando o consumo de alimentos in natura, produzidos em nível local, integrados à cultura da região e de alto valor nutritivo, como frutas, legumes e verduras, grãos integrais, leguminosas, sementes e castanhas, além de ser fundamental a higiene na sua produção, da produção ao consumo”. (Manual das cantinas escolares saudáveis: promovendo a alimentação saudável, pag. 19.)
Promover a alimentação saudável na escola, na perspectiva do direito humano, é melhorar os padrões de saúde e cidadania. Por isso, a intersetoridade visa o fortalecimento de um novo modelo de atenção de práticas de saúde, estabelecendo a sala de aula como espaço dialógico, mobilizante e fortalecedor da comunidade.
Deste modo, o currículo deve ser compreendido como mecanismo pelo qual o conhecimento é distribuído socialmente, ou seja, expressa a função socializadora da escola, sendo elemento orientador da prática pedagógica (MOTA: AGUIR, 2007). Esse pressuposto de currículo espiral, onde as temáticas são abordadas com aprofundamento garantem a concretude dos objetivos de aprendizagens estabelecidas na reeducação alimentar.
Por conseguinte, a Secretaria Distrital da Saúde de Santa Fé de Bogotá, 1997 apud Pelicioni: Torres, 1999 coloca que a escola saudável precisa, ser entendida como um espaço vital gerador de autonomia, participação crítica e criatividade, dado a possibilidades de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais. E para isso se faz necessário uniformidade na instrução e no manuseio de recursos e estratégias da realidade cultural, com vista a desencadear relações mútuas entre instituição, unidade de saúde e família na busca de qualidade de vida.
Atividades Interdisciplinares realizadas com os pais
ü Levantamento de conhecimentos prévios em roda de conversa
ü Montagem de um prato que represente uma alimentação saudável através de recorte e colagem
ü Identificação dos alimentos mais consumidos na família: questionário com múltiplas escolhas em marcação de X
ü Palestra com nutricionista:
ü Organização de um mural na creche com dicas de saúde mandadas pelos pais;
ü Promoção de concursos de lanches saudáveis para oferecimento aos filhos;
ü Dia da Saúde da Família- Ação conjunta do PSF do bairro (dia com atividades educativas e recreativas sobre saúde e diagnóstico clínico e nutricional)
Atividades Interdisciplinares realizadas com as crianças (procedimentos/ações metodológicas)
§ Levantamento do conhecimento prévio das crianças por meio de uma roda de conversa e leitura de imagens de alimentos;
§ Visitar uma feira;
§ Pesquisa sobre os lanches que os alunos trouxeram em cartaz:
Ex.:
LANCHE
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QUANTIDADE
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§ Trabalho com a música: “eu sou forte”
EU SOU FORTE, FORTE, FORTE,
DE MARRE, MARRE, MARRE,
COMO FRUTAS E VERDURAS,
TOMO LEITE COM CAFÉ.
§ Experimentos: observação da transformação dos alimentos em outros- frutas/sucos, frutas/vitaminas, etc.,
§ Confecção de listas tendo a professora como escriba: alimentos ingeridos no café da manhã/ lanche/almoço/ janta.
Ex.: O QUE COMEMOS NO:
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CAFÉ DA MANHÃ
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ALMOÇO
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JANTAR
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§ Construção de uma pirâmide alimentar
§ Produção de salada de fruta e sala de folhas;
§ Preparo de sopa utilizando os alimentos estudados;
§ Seleção de alimentos conforme a categoria: frutas, legumes, verduras, grãos, etc.
§ Contagem e formação de grupos frutos de alimentos por cores, tamanho, etc.;
Ex.:VERDE
Alface colar desenho
Pera
Maçã
Uva
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§ Confecção de carimbos com batata, chuchu, cenoura, etc.;
§ Confecção de mural com rótulos de alimentos industrializados por segmento: limpeza, comida, frutas e verduras, guloseimas, etc.;
§ Confecção de um alfabeto com rótulos;
§ Construção de jogo da memória a partir de imagens de frutas, verduras e legumes recortadas pelos alunos;
§ Identificação de frutas, verduras e legumes através do olfato e tato, utilizando a caixa surpresa;
§ Montagem de horta com garrafas ( com terra/ e com água) peti e sementes de hortaliças;
§ Degustação de alimentos frutas, verduras e legumes;
§ Montagem de gráficos alimentos da degustação que a sala mais gostou/ pode ser também por menina e menino;
§ Montagem de cartazes com alimentos saudáveis e não saudáveis;
§ Apresentação em teatro de fantoche da história:
§ Piquenique coletivo;
§ Confecção de artes com material recicláveis;
§ Confecção de álbum de frutas, verduras e legumes;
Produto Final:
Confecção de livro de registro com fotos, ilustrações, depoimentos realizados em cada atividade realizada com os pais e as crianças para exposição à comunidade.
Avaliação:
A avaliação ocorrerá em todos os momentos vivenciados ao longo do projeto, tanto individuais, quanto coletivos. Realizando-se através da observação, participação, interesse, motivação e entusiasmo das crianças em relação às atividades propostas, e principalmente na demonstração de mudança de hábitos alimentares por meio da ingestão de frutas, legumes e verduras, dentro e fora da instituição educativa.
Cronograma:
Atividades Realizadas
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Jul.
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Ago.
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Set.
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Out.
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Nov.
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Dez.
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· Conversas sobre o tema e Construção do Projeto
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X
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· Lançamento do Projeto: evento com Pais e alunos.
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X
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· Estabelecimento de nova categoria de lanche: frutas.
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X
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· Roda de conversa e leitura de imagens
· Pesquisa sobre os lanches trazidos;
· Visita a uma feira livre;
· Seleção de alimentos por categoria: fruta/legumes/verduras;
· Contagem e formação de grupos de alimentos por: cor e tamanho;
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X
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· Construção de jogo da memória a partir de imagens de frutas, verduras e legumes;
· Produção de lista com alimentos ingeridos: café da manhã, almoço e janta;
· Trabalho com parodia da música Eu sou forte;
· Experimentos: transformações de alimentos em outros: suco e vitaminas;
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X
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· Produção de salada de fruta e de folhas, bem como sopa;
· Confecção de um alfabeto com rótulos;
· Piquinique coletivo;
· Montagem de cartazes com alimentos saudáveis e não saudáveis;
· Confecção de álbum de figurinhas de frutas/legumes/verduras;
· Construção de uma pirâmide Alimentar;
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X
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· Identificação de frutas, legumes e verduras em caixa surpresa por meio do tato, olfato e paladar;
· Apresentação de teatro de fantoche;
· Confecção de carimbos com bata, chuchu, cenoura;
· Degustação de Alimentos;
· Montagem de gráfico alimento que mais gostou na degustação;
· Confecção de mural com rótulos por segmento: limpeza, frutas, legume, etc.
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X
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· Confecção de artes com recicláveis;
· Montagem da horta em peti;
· Mostra do Projeto
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X
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Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual das cantinas escolares saudáveis: promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 56 p.: il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde).
Brasil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e Desporto. Brasília, 1998
Coleção Novos Caminhos: Formação Continuada na sala de aula. São Paulo: DCL 2006
HOFFMANN, Jussara. Avaliação na pré-escola: um olhar reflexivo sobre a criança. Cadernos Educação Infantil: Mediação, 2000.
MARTINS, Rosicler. Vida e Alimento. São Paulo: Moderna, 1993.
Projeto Alimentação Saudável. Disponível em: http://www.csajaboticabal.org.br/educacaoInfantil/23/Infantil-I-T1-e-T2-Alimento-Saudavel.html
Revista Cozinha Prática. Publicação editada pela parceria Instituto do Coração e Edições Cozinha Saudável
Anexos
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