A Amazônia brasileira está determinada por dois elementos básicos: o rio e a floresta. O maior banco genético do planeta ocupa 42% do território nacional com seus 510 milhões de hectares, tem uma cobertura vegetal equivalente a 22% da reserva florestal do mundo, e seu reservatório de água doce detém 25% do total disponível na Terra. Com aproximadamente 20% de todas as espécies de animais, e com espécies únicas, é um verdadeiro paraíso terrestre. Só o Rio Amazonas, o maior do mundo em volume de água, possui mais de cem afluentes, e um celeiro de peixes que enriquece este exótico acervo natural.
Nos últimos 20 anos, a preocupação com essa biodiversidade e com a diminuição do efeito estufa vem ganhando cada vez mais adeptos. A Amazônia foi protagonista de inúmeros encontros internacionais sediados no Brasil e no exterior e, neste mês, volta a ser discutida na Rio+20, a Conferência das Nações sobre o Desenvolvimento Sustentável, que busca estabelecer metas para uma economia verde, em que sociedade, governo e empresas possam utilizar os recursos da natureza respeitando o meio ambiente.As capitais dos maiores estados do Norte do país possuem hoje mais de um milhão de habitantes. Manaus e Belém, por exemplo, se situam em locais de antigos acampamentos de tropas de resgate e foram escolhidas pelos portugueses em função de suas características estratégicas militares: em geral grandes platôs de desenho triangular ou quadrado, vastamente irrigados, localizados no meio da floresta Amazônica, à margem dos rios Amazonas, Negro, Solimões, Guaporé e Branco.Economia amazônica em décadasO declínio da economia baseada na extração do látex, entre os anos 1920 e 1940, por um lado, reduziu a pressão sobre as florestas e, por outro, isolou a região do contexto nacional e do capitalismo internacional, retornando à economia de subsistência, os produtos complementares à borracha passando a se constituir a base da economia regional.
Área de desmatamento na Amazônia/ Imagem: Greenpeace
Nessa conferência, foram introduzidos temas ligados à ecologia: os índices de poluição, desmatamentos, inversões de temperatura e os danos que causariam às futuras gerações. Na ocasião, os países em desenvolvimento não concordaram em reduzir suas atividades produtivas, uma vez que seus crescimentos estavam relacionados ao processo de industrialização.No início dos anos 1990, perante o Conselho da Comunidade Econômica Européia e, depois, em reunião do G-7, o chanceler alemão Helmut Kohl comprometeu-se a levantar recursos para financiar o desenvolvimento sustentável na Amazônia. O projeto então proposto pelo G-7, em reunião de dezembro de 1991, teoricamente destinava-se à preservação das florestas tropicais do Brasil. Medidas de impacto se faziam oportunas: decidiram investir U$ 1,5 bilhões nas nossas florestas. Um dinheiro que, no final, acabou não sendo liberado.Seis meses antes da Conferência Rio-92, quando a região estava mais do que nunca em evidência, o Duque de Edinburgo, Príncipe Philip, esteve em Manaus e se surpreendeu com a exuberância da floresta e seu grau de preservação. Na oportunidade, o visitante questionou a autoridade dos países europeus em acusar os amazônidas de devastar suas florestas, se eles próprios foram incapazes de preservar as suas. Merece também ser ressaltada a ida a Manaus do próprio chanceler alemão Helmut Kohl, também antes da Rio-92. O que ele viu, segundo seu próprio depoimento, foi uma Amazônia praticamente intocada. Suas impressões sobre a exuberância das florestas e dos rios foram registradas pela imprensa internacional que o acompanhava.Amazônia na Rio 92Em 1992, o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas Rio-92: foram mais de cento e cinquenta chefes de Estado debatendo o futuro da humanidade. A questão amazônica foi posta no centro das discussões, de modo a insinuar a incapacidade dos amazônidas de conter o que era então chamado abertamente de processo incontrolável de devastação.Em outras palavras, parecia que a população local deveria ser advertida em alto e bom som por estar pondo em risco o futuro das espécies, incluindo a humana. Mas sabemos que a história não é bem assim: o interesse econômico pela região é gigantesco. É preciso deixar claro que existe a Amazônia intocada da floresta de terra firme, aquela sobre a qual pouco se sabe: a Amazônia dos rios, das várzeas, da estrada, da mineração, do extrativismo, das tribos indígenas , das metrópoles e do caboclo.Hoje, o conhecimento disponível sobre a região nos autoriza a desmentir alguns mitos que têm sido cultivados em relação a ela. Os mitos se devem à falta de informação repassada sobre o tema e o pouco interesse científico brasileiro sobre ela. No Brasil, apenas 2% dos pesquisadores pensam e investigam a Amazônia. É possível localizar, em certas universidades dos Estados Unidos ou da Europa, mais informações sobre o tema do que aquelas disponíveis nos institutos locais de pesquisa. O custo dessa desinformação é muito maior do que se pode imaginar.
Pesquisas recentes indicam que o aumento da temperatura nas próximas décadas pode causar o derretimento das calotas polares e a elevação do nível dos oceanos. Esse aumento pode resultar na destruição de inúmeros ecossistemas, com a extinção de espécies animais e vegetais, além de destruição de cidades litorâneas. Preocupados com esses problemas, organismos internacionais, ONGs, autoridades de diversos países e a população estão exigindo medidas para a redução do desmatamento, da poluição e da emissão de gases. O Protocolo de Kioto, assinado em 1997, prevê a redução de poluentes nos próximos anos. Entretanto, alguns países do G-7, como os Estados Unidos, tiveram dificuldades no cumprimento do acordo alegando que a redução na emissão de gases poderia dificultar o avanço de suas indústrias.Na Conferência Rio+20 espera-se a presença de 110 Chefes de Estado e de Governo, cujo tema principal será em torno da economia verde. Ela representa uma oportunidade de debater as questões ambientais, e uma reflexão sobre a atuação de certas organizações, com enorme dinamismo em suas redes sociais, que não estão sintonizadas com as necessidades da população de oito Estados Amazônicos. Seguidamente noticiadas pela imprensa, as áreas de conservação ambiental e terras indígenas são alvo de contrabando de diamantes, ouro, mogno etc. Elas deveriam alertar os executores das políticas públicas da FUNAI e do Plano de Ação para Preservação e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. Espera-se que o encontro coloque a utilização das potencialidades amazônicas acima dos interesses comerciais. E que as coisas, enfim, comecem a mudar.Graciete Guerra da Costa é arquiteta pela Universidade Federal do Pará, mestra e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília e autora dos projetos “Calha Norte na Região do Alto Rio Negro – AM”, “Peixe-Boi de Mamíferos Aquáticos – INPA-AM”, “Programa Manaus Sustentável – AM”
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
O preço do progresso. Em discussão desde as primeiras conferências mundiais sobre problemas climáticos, a maior floresta do planeta está em pauta também na Rio+20. O que mudou no pensamento sobre a Amazônia ao longo dos anos?
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Por que precisamos lavar a toalha se estamos limpos após o banho?
por Nathália Braga
Porque, na verdade, não estamos limpos quando saímos do chuveiro. "Eliminamos apenas uma parte dos micro-organismos presentes na pele durante o banho", afirma Rita de Cássia Frenedozo, coordenadora do curso de ciências biológicas da Unicsul. O que não sai com a água acaba na toalha. Mas não é só isso: no ar, existem milhares de espécies de micro-organismos, como fungos e bactérias, que se reproduzem mais com a umidade do tecido. Eles podem se impregnar na toalha e causar micoses e crises alérgicas. Se há duas ou mais toalhas de banho, o simples contato entre elas é suficiente para espalhar a contaminação. E, para quem adora largar a toalha molhada em cima da cama, vale o aviso: os micro-organismos podem, sim, ir direto para o seu lençol e passar a noite com você. O ideal é deixar a felpuda secando em um local ventilado e com sol.

Data de validade
Saiba quando trocar sua roupa de banho
• De banho a cada 5 dias
• Mais de uma toalha a cada 3 dias
• De rosto 3 vezes por semana
• Tapete 1 vez por semana
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O que provoca os deslizamentos de terra?
por Victor Bianchin
Com a ruptura do solo de uma encosta causada por algum fator de risco. O agente causador mais conhecido são as chuvas, tão comuns no verão. Mas também há outros, como terremotos, erupções vulcânicas e vibrações causadas por máquinas. Deslizamentos são fenômenos naturais: podem ocorrer mesmo que a área esteja com sua vegetação intacta. Mas as ocupações irregulares feitas em morros e encostas facilitam sua ocorrência e aumentam os estragos.

DA LAMA AO CAOS
Fenômeno é natural, mas intervenção humana pode torná-lo mais frequente e intenso
Em outubro, o Governo Federal publicou uma Medida Provisória que obriga diversos municípios do país a mapear suas áreas de risco
Plantas salvadoras
A vegetação ameniza o impacto das gotas de chuva e suas raízes ajudam a estabilizar o solo. Mas nem todo tipo ajuda. Bananeiras, por exemplo, têm raízes fracas e troncos pesados, que causam muito estrago quando caem. E há o “efeito alavanca”: quando o vento chacoalha uma árvore, suas raízes deslocam a terra
Ladeira abaixo
A coesão do solo também influencia – terrenos argilosos, por exemplo, são mais compactos e seguros que os arenosos. Outro fator é a inclinação do terreno: a maioria das tragédias ocorre em encostas entre 20 e 35º. Acima disso, há menos casos porque o ângulo dificulta a construção de casas (e a ocupação)
Corrida de obstáculos
Ao deslizar, a terra e os detritos caem na rede de drenagem, um canal natural por onde a água escorre. Ao se deparar com pequenas barragens pelo caminho, essa “avalanche” pode se dividir, multiplicando a área de devastação e arrastando ainda mais materiais
Moradas erradas
Nenhuma intervenção atrapalha mais que a ocupação irregular. Primeiro, porque elimina a cobertura vegetal. Segundo, porque a terra extraída para aplainar o morro geralmente é jogada para baixo e fica “solta”. Por último, cria lacunas nas encostas que podem “canalizar” (e intensificar) os deslizamentos
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terça-feira, 19 de junho de 2012
Quantas gotas de água caem durante uma chuva?
por Gabriela Portilho
Aproximadamente 200 mil gotas de chuva por m2. Isso, se considerarmos um aguaceiro de média intensidade, caindo durante uma hora. Para fazer esse cálculo bizarro, adotamos os parâmetros do Instituto Nacional de Meteorologia, que qualifica como chuva moderada um pé-d'água de 10 milímetros - cada milímetro corresponde a 1 litro por m2. No caso de um toró desses em uma cidade do tamanho de São Paulo, seria o mesmo que despejar cerca de 15 bilhões de litros de água sobre a cabeça dos moradores paulistanos - o equivalente a 500 piscinões de Ramos ou 300 trilhões de gotinhas! (->:-)
QUANTAS GOTAS TÊM:
Conta-gotas de 5 ml: 100 gotas
Garrafa de água de 500 ml: 10 mil gotas
Piscinão de Ramos, Rio de Janeiro: 600 bilhões de gotas
Uma hora de chuva em São Paulo: 300 trilhões de gotas

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segunda-feira, 18 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
O que é delação premiada?

or Marina Motomura
É um toma-lá-dá-cá judicial: o acusado de um crime em grupo delata seus comparsas ou dá informações importantes sobre a quadrilha, como endereços ou telefones. Em retribuição, o dedo-duro pode ganhar uma diminuição da pena. Esse instrumento surgiu por volta da década de 1960 nos Estados Unidos. Na época, a Justiça americana enfrentava problemas sérios com a máfia italiana. Os poucos mafiosos presos não colaboravam com as investigações por medo de vingança dos bandidos que continuavam soltos. Por causa disso, a Justiça resolveu oferecer benefícios para incentivar a cagüetagem: em troca de dados sobre os criminosos, o preso ganhava regime prisional diferenciado, redução da pena ou preservação do seu patrimônio. A tática ajudou a desmantelar as quadrilhas e acabou sendo adotada em outros países, como a Itália e o Brasil. Mas a moleza não é para todos. Por aqui, a delação premiada só vale para quem participou de crimes hediondos (latrocínio, estupro, atentado violento ao pudor, homicídio qualificado, seqüestro e extorsão mediante seqüestro), crimes com entorpecentes e tóxicos, crime organizado e lavagem de dinheiro. A lei brasileira prevê ainda uma delação premiada "plus", o chamado "perdão judicial", que é a abolição total da pena do réu em casos em que ele dê informações consideradas muito importantes. Apesar de existir no papel, essa delação "premium" até agora ainda não foi concedida a nenhum réu.
Fui eu! E ele também...Entregar comparsas de crime pode reduzir a pena em até dois terços
1. A delação premiada começa quando um dos advogados do caso (o de defesa ou o promotor, que age como acusador e investigador) sugere ao acusado preso que conte o que sabe sobre os comparsas. Em troca, é oferecida uma pena menor no final do julgamento
2. Quando o acusado for a julgamento, um juiz vai avaliar se a sua delação colaborou com as investigações. Se ele achar que a cagüetagem valeu, o réu ganha o "prêmio" de redução da pena. Mas se o juiz achar que o réu mentiu, ele não alivia a barra do dedo-duro
3. Nos depoimentos à polícia, o preso deve revelar nomes dos comparsas e dados sobre a quadrilha. Ele não é obrigado a apresentar provas, mas as suas informações precisam ser confirmadas pelos policiais conforme avançam as investigações
4. Se o juiz validar a delação premiada, a redução da pena do réu vai de um terço (33%) a dois terços (66%) do total. A legislação brasileira ainda prevê a abolição total da pena em casos muito especiais. Mas até hoje isso nunca rolou

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