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PENSE NISSO:

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A FÁBULA DO CAMUNDONGO.



Conta uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato. Um mágico teve pena dele e o transformou em gato.
Mas aí ele ficou com medo de cão, por isso o mágico o transformou em cão.
Então ele começou a temer a pantera e o mágico o transformou em pantera.
Então ele começou a temer os caçadores. A essa altura o mágico desistiu.
Transformou-o em camundongo novamente e disse:
- Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem apenas a coragem de um camundongo. É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto. Mas saiba que coragem não é a ausência do medo; é sim, a capacidade de avançar, apesar do medo; caminhar para frente e enfrentar as adversidades, vencendo os medos...
É isto que devemos fazer. Não podemos nos derrotar, nos entregar por causa dos medos. Assim, jamais chegaremos aos lugares que tanto almejamos em nossas vidas!



FONTE
http://pedagogiccos.blogspot.com.br/
FOTOS ILUSTRATIVAS


Renault Fluence Dynamique 2013 - fotos, preço e especificações técnicas:

O Renault Fluence Dynamique na versão com câmbio mecânico é a versão mais acessível do sedã médio da Renault do Brasil (a versão topo de linha é a Privilège) que concorre com Honda Civic, Toyota Corolla e Chevrolet Cruze



Essa versão de entrada tem preço sugerido de R$ 57.850 reais, quando pintado em 
uma das cores sólidas.

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Entretanto, apesar de ser a configuração mais simples, ele já vem bastante completo, contendo volante com revestimento em couro, freios ABS, ar-condicionado digital dual-zone, vidros elétricos com função one-touch, direção com assistência elétrica, porta-luvas refrigerado.



Além disso, o volante conta com regulagem de altura e profundidade, e a chave é do tipo cartão "hands-free", o que permite fechamento e abertura das portas por meio de sensor de reconhecimento de presença.



Na parte externa, ele vem com rodas de liga-leve de 16", maçanetas e retrovisores na cor cromado fosco, e a ponteira do escapamento é cromada.



MecânicaO motor pe um quatro cilindros 2.0 Flex com 140 (G)/143(A)cavalos @ 6.000 RPM, e o torque máximo é de 19,9(G)/20,3(A) kgfm @ 3.750 RPM, acoplado a uma caixa de transmissão manual de cinco velocidades. Esse conjunto motriz resulta, segundo o INMETRO, nos seguintes dados de consumo:

Gasolina
Ciclo urbano (cidade) : 10,2 Km/l de gasolina
Ciclo rodoviário (estrada): 14,1 Km/l de gasolina
Álcool
Ciclo urbano (cidade) : 6,8 Km/l de álcool
Ciclo rodoviário (estrada): 9,2 Km/l de álcool




Segurança  O Renault Fluence foi submetido ao crash-test da Latin NCAP, e obteve a qualificação de 4 estrelas (das cinco possíveis) quanto à segurança de passageiros adultos, e 2 estrelas (das cinco possíveis) quanto à segurança de crianças.


Dimensões

O Fluence mede 4.620mm de comprimento, 1.470 mm de altura, 2.700 mm de distância entre-eixos e a largura é de 1.810 mm. A capacidade volumétrica do porta-malas é de 530 litros

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Comportamento dinâmico

O Renault Fluence Dynamique é um sedã de dimensões avantajadas, mas cuja mecânica está adequada a seu porte, resultado em um comportamento dinâmico ágil, com rápidas respostas ao acelerador.

Outro ponto de destaque é a direção elétrica, que fica muito leve em manobras urbanas, mas firme em velocidade, o que amplia a sensação de segurança ao dirigir.


Interior.


r

Ao entrar no Fluence o que logo chama a atenção é o fato de que apenas é necessário o botão "Start" e ligar o veículo, já que o sensor de reconhecimento de presença detecta a chave e permite o acionamento do motor.



O espaço interno, graças à enorme distância entre-eixos, é amplo e permite o acomodamento confortável de todos os passageiros. No caso dos traseiros, eles ainda são brindados com uma saída de ar condicionado específica.



A decoração do interior desta versão Dynamique é limpa e sem frescuras, e o porta-malas de 530 litros é suficiente para uma família média.



O console central conta com os comandos do ar condicionado dual-zone em posição de fácil acesso.
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Além disso, o banco do motorista com múltiplas regulagens, associado com os ajustes do volante de direção permitem encontrar a posição ótima dirigir.






Conclusão

O Renault Fluence é uma opção do segmento de sedãs médios que procura seduzir o consumidor com boa oferta de itens de série por um preço inferior ao de seus concorrentes.

Essa boa relação custo x benefício não tem sido suficiente, porém, para aplacar o preconceito com o qual os sedãs franceses são tratados no Brasil, já que ele não consegue se aproximar, em vendas, dos líderes - Corolla, Civic e Cruze.




fonte.:

19 de Novembro - Dia da Bandeira.









FONTE
REVISTA SADOL
FOTOS ILUSTRATIVAS

FONTE
FOTOS ILUSTRATIVAS

FONTE
http://pedagogiccos.blogspot.com.br/
FOTOS ILUSTRATIVAS


Qual é a maior estrada do mundo?





É a rodovia 1, na austrália, com 14.523 km de extensão. O primeiro trecho, de Brisbane a Adelaide, ficou pronto em 1955 e hoje dá a volta no país inteiro, passando por todos os estados australianos e por sete das oito capitais. Mais de 1 milhão de pessoas utiliza diaria- mente a rodovia, que também é a rota para muitos pontos turísticos, como parques nacionais, cidades litorâneas e regiões de florestas. Outras estradas com extensão impressionante são a Trans-Canadá, com 12,8 mil km, e a Transiberiana, na Rússia, com 11 mil km. No Brasil, a maior é a famosa rodovia BR-230, conhecida como Transa- mazônica. Ela vai da Paraíba ao Amazonas, com 4.977 km no total. Foi planejada e inaugurada no período da ditadura militar e era considerada uma obra faraônica por seu tamanho. Até hoje, alguns trechos estão sendo pavimentados.




FONTE
www.r7.com/
FOTOS ILUSTRATIVAS


Por que os gatos dormem tanto?

Os cientistas ainda não conseguiram desvendar totalmente por que esses felinos passam pelo menos a metade do dia dormindo. Uma das hipóteses levantadas é o fato de os gatos serem, por natureza, caçadores. Assim, instintivamente, eles poupariam o máximo de energia para o momento de uma eventual caçada, mesmo que isso seja pouco provável na vida dos animais domesticados. Estudos revelam que os gatos alternam momentos de sono leve (cerca de 70% do tempo) com períodos de sono profundo, quando podem ser observados movimentos rápidos dos olhos - sigla REM, em inglês. Esse movimento, também presente no sono humano, é um indicativo de que os bichanos podem ter atividades oníricas, ou seja, sonhos. A maior parte dos especialistas acredita em tal hipótese e o fato de os gatos mexerem as patas e as unhas, agitarem as orelhas e fazerem estranhos ruídos na fase de sono REM seria evidência desses sonhos.
Outra curiosidade a respeito do descanso do animal é o estado de atenção conservado por ele. Mesmo dormindo, o bichano acorda rapidamente ao primeiro sinal de perigo. Talvez por isso, ao contrário de nós, os gatos não apaguem por longos períodos. Eles dormem curtos intervalos ao longo do dia, podendo totalizar em alguns casos mais de 16 horas de olhos fechados. Na média, porém, o descanso fica em 12 horas diárias. Parece muito, mas num ranking de sonecas, elaborado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o gato só aparece na 18ª posição. Confira quem são os reis do cochilo no quadro ao lado.





FONTE
MUNDO ESTRANHO
FOTOS ILUSTRATIVAS

FONTE
www.superinteressante.com/
FOTOS ILUSTRATIVAS


Para que serve a Câmara dos Lordes?



O uniforme deles já foi uma capa preta ou vermelha e incluía ainda uma peruca longa, cacheada e branca. Em obediência à sua majestade, a rainha, os lordes silenciam durante as cerimônias de abertura do Parlamento, formado também pela Câmara dos Comuns, eleita pela população. Toda essa pompa já fez mais sentido. Hoje, no entanto, os 740 senhores e damas vêm encolhendo nas decisões políticas da Inglaterra - perderam, inclusive, o direito às próprias perucas. É que atualmente eles apenas propõem, revisam e fazem emendas na legislação, além de debaterem as decisões do Executivo. Pode parecer muito, mas, quando foi criada, no século 14, a Câmara dos Lordes era o braço direito da monarquia. Isso significa que, além de concentrar todo o poder legislativo do país, ela era ainda a corte de suprema instância para apelações judiciárias (daí as perucas, usadas hoje apenas por juízes). "No século 20, ela enfraquece de fato e passa a ser questionada", diz Kirk Buckman, cientista político da Universidade de New Hampshire, EUA. 

O auge do poder foi no século 16, quando Henrique VIII ampliou suas atribuições até sobre assuntos religiosos. Porém, conforme se sobrepôs à monarquia, ela incitou faíscas que gerariam a Revolução Inglesa - responsável por sua extinção por cinco décadas. A partir do século 20, os nobres (não assalariados, em sua maioria) perderam o direito ao cargo por herança, restando apenas 92 herdeiros (que não poderão passar a cadeira aos filhos). E mais: a Câmara pode ser democratizada após as eleições deste ano. Até aqui, os titulares são definidos por indicação de colegas e da rainha.

Dicionário nobre


Conheça os títulos e saiba como funciona a Câmara
Lord speaker 
Deve ser politicamente imparcial e eleito pelos colegas. Tem a função de presidir os debates, oferecer conselhos sobre procedimentos e atuar como embaixador para os trabalhos dos lordes tanto no Reino Unido como no exterior. 
Clerk 
Atua como uma espécie de secretário do Lord Speaker. Aconselha, apoia e ajuda a organizar estratégias para criar um consenso em votações importantes e gerar o sentimento de identidade. A vestimenta cerimonial é a mesma usada pela maioria dos integrantes da Câmara. 
Law Lords 
Eram os lordes que detinham conhecimentos jurídicos e julgavam os casos de apelação quando a Câmara era a última e mais alta instância de recurso da Justiça britânica. Em 2003, os dez membros passaram a fazer parte da Suprema Corte do Reino Unido, que tem, ao todo, 12 membros. 
Spiritual Lords 
Bispos que ocupam seus assentos na Câmara dos Lordes apenas enquanto tiverem cargos na Igreja Anglicana. 
Temporal Lords 
São os demais integrantes. Têm permanência vitalícia, mas o direito hereditário ao cargo foi extinto em 1999. 
Aliados do governo 
Sentam-se sempre à direita do trono. 
Crossbenchers 
Lordes que não apoiam o governo nem a oposição ou que não pertencem a nenhum partido político. 
Frontbenchers 
Ministros, secretários de governo e líderes. 
Oposicionistas 
Situam-se à esquerda do trono. 
Backbenchers 
Dão suporte aos líderes da situação ou aos opositores.

FONTE.:
 Aventuras na História

A saga da maior família do Brasil.

Milhares de turistas brasileiros que visitam Florença para conhecer sua famosa catedral ou admirar as obras da Renascença na Galeria Uffizi não costumam prestar atenção na placa de rua da Via Porta Rossa, uma pequena travessa da Via dei Calzaiuoli – essa, sim, conhecida, por causa de suas lojas, como a mais animada da cidade. Logo abaixo da placa de mármore da Via Porta Rossa, há outra menor, indicando que a rua já foi chamada de Via Cavalcanti, nome de uma tradicional família florentina cujos antepassados enriqueceram com o comércio e, entre os séculos 11 e 16, ocuparam postos importantes na cidade. Dentre os Cavalcantis de Florença, o que ficou mais conhecido foi o poeta Guido Cavalcanti, amigo de Dante Alighieri, que não apenas lhe dedicou um soneto como também citou a família na Divina Comédia (ainda que tenha colocado os Cavalcantis no inferno, assim como a maioria das famílias ricas de Florença). Após o século 16, contudo, o sobrenome Cavalcanti entrou em declínio na Europa e hoje é difícil encontrá-lo na cidade italiana. Em compensação, quando o jovem florentino Filippo Cavalcanti decidiu atravessar o Atlântico em algum momento da década de 1560 para operar engenhos de açúcar em Pernambuco, ele fundou, sem saber, aquela que hoje é considerada a maior família brasileira.

Maior família brasileira? Mas esse posto não deveria pertencer aos brasileiríssimos “Silva”? “Na verdade, o sobrenome Silva é mais numeroso, mas os Silvas são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral”, afirma Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia.

Ele concluiu que a família Cavalcanti (ou Cavalcante, a variante aportuguesada) é a maior do país após pesquisar por mais de dez anos os descendentes das primeiras famílias a chegar ao Brasil. “Tomei como ponto de partida as famílias brasileiras no início da colonização e identifiquei o número de descendentes por volta do século 17”, diz o genealogista. “Nesse período, os descendentes de Filippo Cavalcanti já apareciam às centenas, numa expansão impressionante.” Mas, afinal, qual a origem de Filippo Cavalcanti e o que o teria feito trocar Florença, uma das cidades mais ricas do mundo, pela distante Pernambuco?

Se hoje os consumidores aguardam com ansiedade por um novo lançamento da Apple, no século 16 boa parte do mundo desejava os produtos importados por Florença. Centro artístico e financeiro do planeta, as casas de comércio da cidade tinham sucursais espalhadas pelas principais capitais europeias, de onde negociavam artigos de luxo, como tecidos caros, obras de arte de grandes artistas da Renascença.
E, especialmente, faziam empréstimos e outras transações financeiras que deram origem aos bancos modernos. Uma dessas casas florentinas que operam em Londres, a Bardi e Cavalcanti, era comandada pelo pai de Filippo, Giovanni Cavalcanti, e tinha como principal cliente o próprio rei da Inglaterra. Além de famoso pelos 6 casamentos, Henrique 8º era músico e poeta. Enfim, um monarca de gosto refinado e ávido por trazer à sua corte um pouco do esplendor artístico das cidades italianas. Para isso, contava com Giovanni, que mantinha correspondência com gente como Michelângelo e é citado pelo primeiro biógrafo dos artistas italianos, Giorgio Vasari, no livro As Vidas dos Artistas, pela encomenda de uma obra do pintor Rosso Fiorentino. Recentemente, o pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, coautor do livro Os Cavalcantis: na Itália, no Brasil, encontrou num arquivo de Florença uma carta de Henrique 8º endereçada a Giovanni em solidariedade a um confisco de bens de que sua casa comercial fora alvo em Florença.

Mas, se a vida de Giovanni Cavalcanti é relativamente bem conhecida, as razões que trouxeram seu filho Filippo ao Brasil permanecem vagas. Sabe-se que em 1558 ele se encontrava em Lisboa quando pediu uma Certidão de Nobreza ao duque Cosimo de Medici, que respondeu atestando que os Cavalcantis em Florença “resplandecem com singular nobreza e luzimento”. Enfim, uma carta de recomendação importante em um tempo em que a linhagem familiar valia bem mais para o mundo dos negócios do que hoje vale um MBA de Harvard. Até agora, há duas hipóteses sobre a viagem do jovem Filippo ao Brasil – e não necessariamente excludentes. A primeira, clara, era o interesse no comércio de açúcar, que apesar da recente expansão de produção ainda era considerado um artigo de luxo na Europa. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, após viver dois anos na Itália na década de 1950, ensinando na Universidade de Roma, escreveu um artigo sobre os projetos de colonização e comércio toscanos no Brasil durante o tempo do grão-duque Fernando I (1587-1609), mostrando como a costa brasileira já estava na mira dos italianos há tempos. Antes mesmo de o Nordeste se tornar uma potência mundial na produção do açúcar, o interesse comercial dos italianos nas técnicas de plantio, produção e refino fez com que muitos viajassem para as ilhas portuguesas no Atlântico, que serviram de modelo para a futura colonização do Nordeste. Assim como fariam mais tarde os holandeses, comerciantes de Gênova, Florença e Veneza eram especialistas na importação desses artigos do Novo Mundo para reexportá-los com boa margem de lucro para o resto da Europa.

Além do interesse no açúcar, outro motivo que pode ter trazido Filippo ao Brasil foi buscar refúgio das sanguinolentas disputas de poder em Florença, descritas pela primeira vez com realismo anos antes por Nicolau Maquiavel. No lugar de um poder central forte nas mãos de um monarca, a exemplo de outros nascentes Estados europeus, como Portugal, França e Espanha, o poder na instável República Florentina só era alcançado por meio de conchavos e arranjos políticos bancados pelas famílias mais ricas da cidade. Em meio a esse sistema de rodízio de mando, nem mesmo a toda-poderosa família Medici estava livre de golpes, conspirações e tentativas de assassinato, que ocorriam em qualquer lugar. Em 1478, por exemplo, o jovem Juliano de Medici foi assassinado em plena catedral de Florença, alvo de um atentado planejado pela família Pazzi – que também pretendia matar o irmão de Juliano, Lorenzo de Medici, que se salvou ao conseguiu se esconder na sacristia. Em 1559, ano em que Filippo Cavalcanti já estava em Lisboa, outra conspiração contra os Medicis, desta vez para assassinar o grão-duque Cosimo 1º, foi descoberta a tempo.

Conhecida como conspiração Pandolfo Pucci (pelo membro da família Pucci que tomou parte e foi condenado à morte), o planejamento teria contado com participantes de outras famílias, incluindo Bartolomeu Cavalcanti, parente de Filippo. “Ainda que Filippo Cavalcanti não tenha tido nenhuma ligação com o atentado, era prudente que permanecesse longe de Florença”, diz a historiadora Rosa Sampaio Torres, que estuda as ligações dos clã com os movimentos políticos da época. Segundo a historiadora, a trajetória republicana dos Cavalcantis em Florença teria influenciado os movimentos de inconformismo político que marcariam Pernambuco nos séculos seguintes, por exemplo.

Motivações políticas à parte, o fato é que, no Brasil, Filippo Cavalcanti tratou logo de arranjar uma noiva para se associar às famílias importantes da região. E a jovem Catarina de Albuquerque preenchia tais requisitos. Filha do português Jerônimo de Albuquerque (cunhado de Duarte Coelho, donatário de Pernambuco) com a índia Tabira, Catarina era uma legítima mameluca brasileira. Conta a história que sua mãe salvou Jerônimo de ser morto pelos tabajaras após o capitão português ser atingido em um dos olhos por uma flecha. Ao casar com a índia, Jerônimo selou a paz com os índios e batizou a esposa com o nome cristão de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Com seu casamento, Filippo Cavalcanti não apenas ingressou na família dos donatários portugueses, como também definiu um dos padrões genéticos das famílias brasileiras, segundo pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais, pelas quais 90% dos brasileiros tinham genes europeus do lado paterno e 60%, genes ameríndios ou africanos por parte de mãe.

No total, Catarina e Filippo tiveram 11 filhos (foram 12, mas o primogênito morreu na infância). Um bom número de descendentes, mas não anormal para a época. O sogro de Filippo, Jerônimo de Albuquerque, teve 24 filhos, o que lhe valeu o apelido de Adão Pernambucano. Apesar de a prole de Jerônimo de Albuquerque ser maior do que a do genro, por algum motivo o sobrenome Cavalcanti aparece em maior quantidade nas gerações seguintes”, diz o genealogista Fábio Arruda de Lima, há mais de dez anos dedicado a pesquisar a origem dos sobrenomes de famílias nordestinas por meio dos engenhos da região.
Para o genealogista Lima, o sobrenome pode ter se espalhado graças a um reforço feminino. “Muitas mulheres preservaram o sobrenome associado ao do marido, formando relações entre os Cavalcantis e outras famílias importantes, com ramos como Holanda Cavalcanti, Albuquerque Cavalcanti e Acioli Cavalcanti, por exemplo.”

Desde que Fillipo recebeu a doação em 1572 de uma sesmaria para montar o primeiro dos 3 engenhos que viria a ter em Pernambuco, os Cavalcantis se expandiram ligados à açucarocracia local, tendo seus engenhos mais tarde descritos nos relatórios da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654). A tradição perdurou até o século 19, quando um dos ramos da família em Pernambuco passou a ocupar cargos no Império.

É o caso, por exemplo, dos Cavalcanti de Albuquerque, que por mais de uma vez foram presidentes de Pernambuco (o equivalente ao atual cargo de governador), ocuparam cadeiras na Câmara, no Senado e em ministérios importantes de dom Pedro 2º, como o da fazenda e da guerra, e receberam do imperador o título de visconde. De tanto poder, surgiu nesse período uma estrofe que circulava na região: “Quem nasceu em Pernambuco, há de estar desenganado: ou se é um Cavalcanti ou se é um cavalgado”. Quando, na virada do século 19 para o 20, as plantações de café no Sudeste sobrepujaram as de açúcar no Nordeste, os Cavalcantis já haviam se espalhado por todo o país. No momento em que a presença italiana atingiu o apogeu por aqui, quase mais ninguém associava os Cavalcantis ao florentino que, no século 16, saiu da Toscana para fundar engenhos em Pernambuco. Diferentemente dos recém-imigrados da Itália, os Cavalcantis já tinham mais de três séculos de presença no Brasil. Não é à toa que, mesmo quem não tem o sobrenome Cavalcanti pode ser descendente de Filippo. Alguns exemplos: o compositor Chico Buarque de Holanda (descendente dos Holanda Cavalcanti), o escritor Ariano Suassuna (Suassuna foi o nome de um engenho dos Cavalcantis) e o jurista Evandro Lins e Silva. Todos, por sua vez, são primos distantes de PC (Cavalcanti) Farias, do comediante Tom Cavalcante e de outros milhões que tornaram os Cavalcantis uma família brasileiríssima, com ou sem Silva.

O BRASÃO
O brasão original, florentino, era prateado com cruzetas vermelhas. No Brasil, o escudo foi incrementado com outros padrões, como o leão rampante, duas flores-de-lis (um símbolo da origem nobre da família), um elmo de prata com um hipogrifo – criatura lendária com corpo de égua e cabeça de águia.

O POETA
Guido (1255-1300), o mais famoso Cavalcanti florentino, foi amigo de Dante Alighieri, poeta e político célebre.

Saiba Mais

LIVRO

Os Cavalcantis, Cássia Albuquerque, Fábio Arruda de Lima, Marcelo Bezerra Cavalcanti e Francisco Antonio Doria, Edições do Jardim da Casa, 2011


fonte.: