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PENSE NISSO:

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domingo, 11 de março de 2012

Motivação para estudar:


     Há alguns anos, a educação escolar justificava-se pela conquista de uma vaga no mercado de trabalho. Na atualidade, essa ideia vem sendo questionada. A escola tem buscado preparar o jovem para além do mercado de trabalho. Assim, estudar continua sendo essencial para a qualificação da vida cotidiana de todas as pessoas.

     Estudar é lidar, fundamentalmente, com a abstração e com a palavra escrita. Ingressar na escola é aprender que as letras, numa dança peculiar, constroem palavras. As palavras, não apenas pelo som, mas pela entonação da voz e pelos gestos de quem as emite, permitem a leitura de um significado específico. Cada arranjo de grupos de palavras leva à criação de mensagens frasais para analisar limitações e possibilidades nas simples ações do dia a dia.

     A linguagem escrita é uma das características das formas superiores de pensamento porque é instrumento de sistematização e categorização. No decorrer das vivências, a relevância da escola reside não apenas nos múltiplos aprenderes do ambiente coletivo, mas também na criação de condições para utilização do pensamento como instrumento de planejamento e não apenas de memória. É um pensar que prima pelo prospectivo e não apenas pelo retrospectivo.

Motivação do estudante

     Sendo a educação escolar pretensamente honesta e bem intencionada, no sentido de auxiliar o sujeito em sua constituição integral, a interrogação ou reflexão que podemos fazer se refere ao envolvimento dos estudantes nessa proposta: há motivação dos alunos para estudar? Têm resistência à escola? Por quê?

     Inicialmente, é importante reconhecer a inquietude, contestação/contrariedade e insubordinação que sabemos serem expressões comuns nos jovens estudantes, e que foram motivo de registros históricos há muitos séculos.

     Nesse sentido, gestores e professores podem autoconvocar-se à reflexão: o mundo atual globalizado, capitalista, neoliberal, com sua superficialidade, rapidez e consumismo, não serve como argumento principal para justificar a apatia ou a contrariedade dos estudantes para com a escola. Paralelamente, essa capacidade de contrariedade interrogativa, especialmente no coletivo da diversidade da sala de aula, pode servir para alimentar os debates, desde que se administre a situação de aprendizagem de modo a canalizar as indagações para o encontro e confronto com conhecimentos e conceitos científicos.

     Aos estudantes, uma análise pertinente diz respeito à sua compreensão de papéis, hierarquias, liberdades e responsabilidade, no contexto dos diversos grupos de pessoas e das diferentes instituições. Obviamente, não se vai à festa para rezar, nem à igreja para estudar conceitos científicos. Então, vai-se à escola, que é local de encontro, para evocar aprendizagens de conhecimentos conceituais, para desenvolver habilidades intelectuais, enfim, para construir estruturas de pensamento que permitam viver melhor. Aprender é arbitrário e intencional e não supõe apenas prazer e alegria.

Estudar para viver melhor

     Assim como as letras formam as palavras e estas as frases, também é desse modo que se constroem os conceitos. Quanto mais generalizantes, mais complexos, porque abrangem mais elementos que podem ser sinteticamente representados. Estudar é essencial para que as decisões diárias não dependam apenas da experimentação concreta em tentativas com acertos e erros.

     Mapas, gráficos, equações e imagens em geral são códigos que na escola são criados e interpretados no percurso da construção dessas capacidades superiores. Nas diferentes áreas do conhecimento, ler e escrever continuam sendo o centro das elaborações do pensamento e consequentemente da qualificação do viver. Assim, podemos dizer que, além da satisfação pessoal que o conhecimento proporciona, uma pessoa que estuda desenvolve mais a capacidade de elaboração do pensamento. Por isso seu cotidiano será mais bem planejado e organizado, até mesmo na criação de estratégias para encontrar trabalho ou sobreviver.


Atividade
Refletindo sobre como estudamos

Proponha um debate em aula buscando que os estudantes compartilhem como têm se dedicado a estudar fora da escola.

Veja com o grupo o que pensam sobre estudar em casa diariamente. O que os impede de ter essa rotina? Os que estudam diariamente, por que o fazem? Sentem melhor aproveitamento das aulas?

E sobre o estudo em grupo? Que tal reunir os amigos para se dedicarem a estudar um conteúdo que têm encontrado dificuldade em sua disciplina?

Questões para debate:

1 - Qual é a nossa vontade de estudar? Por quê?
2 - Para que serve o estudo em nossa vida?
3 - No início do ano, como podemos nos motivar para aproveitar bem o ano escolar?

Adriana Maria Andreis,
doutoranda em Educação nas Ciências, professora de Geografia na educação básica e superior, Santo Ângelo, RS.
Endereço eletrônico: adrianaandreis@hotmail.com

Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 413, fevereiro de 2011, página 4.

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