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PENSE NISSO:

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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

C4 Lounge: o novo Citroën em análise prolongada (fim).

Em um mês e 3.000 km de avaliações, a versão Tendance mostrou
se tem os argumentos certos para competir no disputado segmento
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Atualização final – 13/12/13

Os últimos quatro dias do Citroën C4 Lounge Tendance para concluir a avaliação de Um Mês ao Volante não foram de trégua: com quase 500 quilômetros acrescentados ao hodômetro, ele encerrou o teste com um total de 3.001 km, o que significa média de 100 por dia e representa cerca de três vezes a rodagem-padrão do motorista brasileiro nesse período.

Em parte do tempo o C4 esteve nas mãos de Vitor Freitas, colaborador já habitual da seção (avaliou também o Citroën C3 Exclusive e o Fiat Bravo Sporting), que com ele rodou em cidade e rodovia na região do Vale do Paraíba, no interior paulista. Vitor começa por elogios: “A Citroën acertou a mão no estilo desse carro. Ficou elegante, imponente, sem apelar para aquela traseira estranha do C4 Pallas. Só não entendi por que não usaram as filas de leds como luzes diurnas: para esse fim o carro acende uma lâmpada amarelada nos faróis, um tanto feia. Os leds do para-choque servem apenas para a luz de posição, que é mais fraca”.
O interior também agradou ao colaborador: “O Lounge tem bom acabamento, um painel bem desenhado e prático e oferece espaço e conforto para o motorista e os passageiros. Ele ‘veste’ bem o condutor. Gostei da solução de concentrar os comandos no volante, em vez de ‘satélites’ como no C3, que ficam fora da visão e se tornam difíceis de usar pela primeira vez. Ótimos o velocímetro digital, o limitador de velocidade, o porta-luvas refrigerado e a indicação permanente de autonomia, mesmo quando se escolhe outra função, como informações de som, para a tela acima do rádio”.
Vitor Freitas foi mais um a elogiar o estilo e o conforto do C4 Lounge, com ressalvas
a detalhes dos comandos e ao revestimento dos bancos em tecido algo áspero

Críticas? Sim, algumas: “Concordo com os que lamentaram o revestimento dos bancos: é um tecido áspero, simples demais para um carro de seu padrão, e minha esposa achou sua textura incômoda para a pele quando se está de vestido ou bermuda. O ar-condicionado automático de duas zonas e três níveis no modo automático é muito bom, mas deveria ter um botão ‘mono’ para regularmos os dois lados em simultâneo. No meio do dia, a luz do sol incide sobre a capa da coluna de direção e deixa os mostradores quase ilegíveis por causa do reflexo. E eu gostaria de abrir os vidros pelo controle remoto ao chegar ao carro estacionado ao sol, como faço no Focus”, já que o C4 só os fecha dessa forma.

“Ele me atenderia muito bem, tanto pelo espaço e o conforto quanto pelo desempenho. Esse me parece um sedã muito competente”, conclui o colaborador

Pai de duas crianças, o colaborador faz outra ressalva: “No banco traseiro, as laterais envolventes do encosto dificultam bastante a colocação da cadeira do bebê. Com sua base larga, ela não cabe entre a almofada lateral e o ponto do cinto de segurança, de modo que precisa ficar um pouco mais para frente. Além de me deixar apreensivo quanto à fixação, tornou mais difícil colocar e tirar meu filho. Esse problema não acontece no Focus, que tem um banco traseiro reto”.

Ao volante do Lounge, Vitor dividiu-se entre pontos positivos e negativos: “Ele tem um bom desempenho, mas só com o motor em média ou alta rotação. Parece um carro bem pesado, que não ganha agilidade facilmente, e isso se reflete em um alto consumo. Quando se acelera de verdade, surgem ruídos e vibrações no motor que não caem bem a um carro de sua categoria. Em compensação, gostei muito do câmbio automático, que faz trocas suaves e escolhe tão bem entre as seis marchas que nem se precisa recorrer ao uso manual”.

Nos 3.001 km de teste por ruas e rodovias dos estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, o Citroën foi dirigido por cinco motoristas, dos quais três o comprariam

O motorista considera o Citroën um carro “de suspensão macia, confortável nas ruas cheias de defeitos”, e destaca que raspar o para-choque dianteiro em lombadas, valetas e rampas de garagem deixou de ser uma preocupação: “Dirigi algumas vezes o C4 antigo, que era irritante nesse ponto. Com o Lounge pude esquecer o assunto, como deve ser em qualquer carro vendido em nosso acidentado Brasil”. Ele confessa não ter experimentado sua estabilidade em curvas rápidas ou alta velocidade, mas diz que a suspensão e a direção transmitem segurança nas condições em que usou o carro.

Vitor compraria esse carro pelo preço de R$ 68,7 mil? Ele analisa, compara a alguns concorrentes e responde: “Acredito que sim. Ele me atenderia muito bem, tanto pelo espaço e o conforto quanto pelo desempenho. Gostaria que a Citroën aprimorasse alguns pontos que criticamos, assim como o alto consumo me faria pensar melhor, mas no conjunto esse me parece um sedã muito competente em sua faixa de preço”.

A conclusão após um mês
No dia em que seguiu a São Paulo para ser devolvido ao fabricante, o C4 Lounge passou pela medição de consumo no trajeto-padrão que faltava, o rodoviário com álcool. Mantido a 120 km/h pelo controlador de velocidade quase todo o tempo (o percurso inclui breve parada e uma redução para 80 km/h), com ar-condicionado ligado, o sedã obteve 9,1 km/l, valor pouco melhor que o esperado diante dos 12,3 km/l registrados com gasolina. A proporção é de 74%, sendo habitual a de 70% entre os combustíveis. Essa foi sua melhor marca com o derivado de cana de açúcar nos 1.576 km em que o usou (confira mais números na tabela Desde o início, abaixo).

Os trajetos de medição confirmaram que o motor de 2,0 litros é razoavelmente econômico em uso rodoviário moderado, sem grande exigência de potência, favorecido pela baixa rotação em sexta marcha e pela calibração do câmbio, que não faz reduções sem necessidade (mais uma vez, todo o trajeto a 120 km/h foi cumprido sem precisar sair da sexta, apesar das várias subidas da rodovia que usamos). Contudo, no uso urbano ou quando se requer mais desempenho, o consumo vai às alturas e a fama de beberrão passa a se justificar.

O consumo foi alto na maior parte das condições, com gasolina ou álcool,
e alguns acharam que a suspensão macia não traz boa estabilidade
Consumo à parte, o C4 Lounge revelou boas qualidades aos cinco motoristas — quatro homens, uma mulher — que o dirigiram nesses 3.000 km de convívio. Os pontos mais elogiados foram o estilo bem resolvido e o conforto em um sentido amplo, que compreende espaço interno, qualidade de acabamento, posição do motorista, nível de ruído e o trabalho da suspensão. Também trouxeram satisfação os itens de conveniência, o espaço do porta-malas e a operação da caixa automática.

O que precisa melhorar? Vários apontaram o tecido áspero dos bancos (alguns também o volante em plástico, sem couro) e o desempenho em baixa rotação. A estabilidade dividiu opiniões: enquanto parte da equipe julgou-a adequada a um sedã sem pretensões esportivas, outros motoristas sentiram nele menos confiança que em outros carros da categoria. Ainda quanto à segurança, houve menções de que poderia ser dotado de controle eletrônico de estabilidade e mais bolsas infláveis, já que o conteúdo do Tendance nesse aspecto está na base do segmento — vários concorrentes oferecem mais nessa faixa de preço. E, como já comentado, o consumo recebeu críticas da maioria.

Ao fim de um mês de exigente avaliação por motoristas de diferentes perfis e em condições de uso variadas, o C4 Lounge pode se dizer aprovado: perguntados se o comprariam caso estivessem à procura de um sedã desse preço, três dos colaboradores responderam que sim ou, ao menos, que teriam nele uma importante opção a considerar. É um bom resultado para um modelo que tem tantos fortes adversários na briga por um lugar ao sol.

Último período

4 dias 
493 km
Distância em cidade 219 km
Distância em rodovia 274 km
Tempo ao volante 13h 23min
Velocidade média 37 km/h
Consumo médio (álcool) 6,7 km/l
Melhor marca média 9,1 km/l
Pior marca média 4,8 km/l
Indicações do computador de bordo

Desde o início

30 dias 
3.001 km
Distância em cidade 1.034 km (34%)
Distância em estrada 1.967 km (66%)
Distância com gasolina 1.425 km (48%)
Distância com álcool 1.576 km (52%)
Tempo ao volante 66h 41min
Velocidade média 45 km/h
Consumo médio (gasolina) 9,3 km/l
Melhor marca média 12,5 km/l
Pior marca média 5,5 km/l
Consumo médio (álcool) 6,5 km/l
Melhor marca média 9,1 km/l
Pior marca média 4,0 km/l
Combustível consumido 395,1 litros
Gasolina 152,7 litros
Álcool 242,4 litros
Despesa com combustível R$ 848
Gasolina R$ 412
Álcool R$ 436
Custo por km rodado 
Gasolina R$ 0,29
Álcool R$ 0,28
Preço médio 
Gasolina R$ 2,70
Álcool R$ 1,80
Indicações do computador de bordo, exceto despesas

Consumo em trajetos-padrão

Trajeto 
Com gasolina 
Com álcool
Leve em cidade 10,4 km/l 7,5 km/l
Exigente em cidade 5,5 km/l 4,0 km/l
Em rodovia 12,3 km/l 9,1 km/l
Indicações do computador de bordo

Preço
Sem opcionais R$ 66.990
Como avaliado R$ 68.680
Preços públicos vigentes em 13/11/13

Ficha técnica

Motor
Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas no cabeçote
Válvulas por cilindro 4, variação de tempo
Diâmetro e curso 85 x 88 mm
Cilindrada 1.998 cm³
Taxa de compressão 10,8:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima (gas/álc.) 143/151 cv a 6.250 rpm
Torque máximo (gas./álc.) 20,2/21,7 m.kgf a 4.000 rpm
Transmissão
Tipo de câmbio e marchas automático / 6
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a disco
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência eletro-hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, McPherson, mola helicoidal
Traseira eixo de torção, mola helicoidal
Rodas
Dimensões 17 pol
Pneus 225/45 R 17
Dimensões
Comprimento 4,621 m
Largura 1,789 m
Altura 1,505 m
Entre-eixos 2,71 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 60 l
Compartimento de bagagem 450 l
Peso em ordem de marcha 1.414 kg
Desempenho
Velocidade máxima (gas.) 211 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h (gas.) 9,5 s
Dados do fabricante; consumo não disponível

FONTE:

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