Corpo de mãe Bernardo é exumado em Santa Maria --
Reabertura do inquérito sobre a morte de Odilaine Uglione foi determinada pelo TJ em maio
Reabertura do inquérito foi determinada pelo TJ em maio |
Foto: João Vilnei / Especial / CP Memória
O corpo da mãe de Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione, foi exumado na manhã desta terça-feira em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. O corpo será encaminhado para Porto Alegre. Odilaine morreu no dia 10 de fevereiro de 2010, no Hospital de Caridade da cidade, em decorrência do disparo de uma arma de fogo efetuado no consultório médico do marido, Leandro Boldrini. A primeira investigação concluiu que Odilaine teria se suicidado.
O advogado da família Uglione, Marlon Taborda, que acompanhou o trabalho de remoção do corpo do jazigo na manhã desta terça-feira, afirmou que não há prazo para a conclusão dos trabalhos que são realizados por técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre.
"O que pode ser dito agora é que a investigação está abordando vários fatos muito importantes os quais acreditamos que possam vir a ter um desdobramento como resultado de conclusão diversa do que realmente ocorreu em 2010. A perícia foi e será fundamental para a averiguação de algumas circunstâncias que por nós estão sendo suscitadas", explicou o advogado.
A reabertura do inquérito foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) no final de maio. A decisão foi do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, e atendeu ao pedido do Ministério Público. De acordo com o juiz, os elementos e fundamentos apresentados foram suficientes. O processo está sendo comandado pelo delegado de Polícia Civil de Santa Rosa, Marcelo Lech.
Novos fatos
A promotora de Justiça Silvia Inês Miron Jappe justificou que os laudos da assistência técnica, confeccionados a pedido de Jussara Uglione, mãe da vítima, trouxeram novos fatos. De acordo com peritos, a suposta carta suicida da enfermeira teria sido forjada, escrita por outra pessoa.
Entre os pedidos da defesa da mãe da vítima, estavam a reprodução simulada dos fatos (com a presença de todos os atores da cena, inclusive pacientes que aguardavam atendimento e o próprio Leandro Boldrini, além da secretária), oitiva de testemunhas (pessoas que estavam no consultório, profissionais que prestaram socorro à vítima, peritos), entre outras diligências que deverão ser conduzidas pela autoridade policial.
Caso Bernardo
Bernardo Boldrini, 11 anos, desapareceu em 4 de abril, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).
A polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um “estorvo” para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo o inquérito, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.
C do Povo
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