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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Crianças percebem quando adultos mentem ou omitem informações

curitibapsicologa.wordpress.com

A mentira tem perna curta, e o nariz de quem mente fica longo, longo. Qualquer criança costuma repetir isso, e a ciência agora prova que elas entendem do assunto: segundo um novo estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), os pequenos percebem quando um adulto quer enganá-las ou omitir alguma informação.
Os cientistas cognitivos destacam que identificar em quem confiar é uma habilidade importante para o aprendizado em uma idade precoce, porque muito de nosso conhecimento sobre o mundo vem de outras pessoas.
— Quando alguém nos fornece uma informação, nós não aprendemos apenas o que está sendo dito. Também aprendemos alguma coisa sobre aquela pessoa — destaca Hyowon Gweon, coautora da pesquisa, publicada na revista “Cognition”. — Se a informação for precisa e completa, então você pode confiar naquela pessoa no futuro. Se ela ensinou algo incorreto, ou se omitiu alguma coisa importante, você pode suspender sua confiança.
Desconfiança com professor
A equipe de Hyowon deu a 42 crianças, todas entre 6 e 7 anos de idade, um brinquedo em forma de pirâmide. Para um grupo, o brinquedo tinha apenas um recurso, que era puxar uma corda. Já o outro grupo recebeu um brinquedo idêntico, mas com quatro funções. Além da corda, ele poderia acender uma luz, girar um globo e reproduzir uma música.
Depois, as crianças assistiam a dois fantoches, que interpretavam um professor e um aluno. O “professor fantoche” mostrava o brinquedo, mas apresentava apenas a brincadeira com a corda.
As crianças, então, deveriam dar notas, em uma escala de 1 a 20, sobre sua confiança naquele professor. O grupo que tinha o brinquedo mais completo deu notas muito menores. Segundo os cientistas, essas crianças teriam pensado que o fantoche estava omitindo informações sobre os outros três atrativos.
O segundo experimento foi mais complexo. Nele, 75 crianças foram divididas em três grupos. Um recebeu o brinquedo mais simples — aquele que tinha apenas a brincadeira com a corda. O segundo grupo ganhou o brinquedo mais complexo, com quatro atividades, mas os professores só comentaram sobre a presença da corda.
A terceira equipe também recebeu o brinquedo complexo. Estas crianças, no entanto, foram orientadas a usar as quatro ferramentas.
Depois, todos ganhavam um brinquedo novo, e os cientistas contaram que um tubo amarelo, ao ser puxado, provocaria um som estridente.
As crianças que haviam brincado com as quatro tarefas do outro brinquedo cumpriram rapidamente as ordens do pesquisador. Os outros dois grupos, aos quais só se ensinou a brincar com a corda, demoraram até três minutos, o tempo limite da experiência, analisando o novo brinquedo e buscando ferramentas “ocultas”. Eles acreditavam que alguma informação fora omitida.
— Isso mostra que as crianças não são sensíveis apenas para identificar o que está certo ou errado — analisa Hyowon. — Elas podem avaliar os outros com base em quem dá a informação e se ela é precisa. E esse julgamento pode interferir em como será o seu aprendizado no futuro. Vai depender se o professor já cometeu o “pecado” da omissão.
Segundo Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio, o estudo do MIT mostra como a criança pode observar “o que uma pessoa diz sem dizer”.
Confiança é menor até os 4 anos
O grau de confiança da criança varia de acordo com sua idade. Ele é menor em crianças de até 4 anos — o que pode explicar o medo de se separar dos pais quando entram na escola. Com cerca de 5 anos, ela percebe que o professor a trata com afeto, mas não sabe o motivo.
— A partir dos 6 anos, a criança tem uma formação neurobiológica que lhe permite saber, por exemplo, o que outras pessoas pensam sobre ela, quando estão sendo sarcásticas e quando mentem — explica.
Com o cérebro ainda em desenvolvimento, estão sendo criadas as conexões. Nesse estágio, a criança tem mais chances de se recuperar de uma situação traumática do que o adulto e de recobrar a confiança.

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