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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Portas laterais deslizantes em um furgão: valem mesmo a pena?

Desde que a Kombi teve a porta lateral deslizante finalmente introduzida no mercado brasileiro no final de '96, com grande atraso em comparação à Europa, Estados Unidos (e respectivos mercados-satélite na América Central e Caribe) e alguns países asiáticos e africanos que não eram servidos pelo programa de exportação da Volkswagen do Brasil e recebiam o modelo "Clipper" desde '67, nenhum outro furgão disponibilizado regularmente no nosso país foi oferecido com porta lateral não-deslizante de folha dupla. Mas será que isso pode ser mesmo considerado uma evolução?
Mesmo considerada ultrapassada, a porta lateral de folha dupla apresentava maior resiliência a condições de serviço severo e uso constante justamente devido à maior simplicidade. A começar pela ausência de trilhos propensos ao acúmulo de detritos, favorecendo a durabilidade, e as dobradiças exigindo menos manutenção para que as portas se mantenham corretamente alinhadas.
O custo de produção também é um fator que pode justificar facilmente essa configuração: apesar da porta bipartida dar a entender que haveria uma maior quantidade de componentes, estes acabavam por ser menos complexos de um modo geral, e assim não representavam nenhuma desvantagem, além de distribuir melhor os esforços aos quais os mecanismos de trava estariam submetidos. Detalhe que a partir de '79 quando a "Clipper" saiu de linha na Alemanha passou a ser feita no Brasil para exportação, sobretudo para o México, mas o mercado sul-americano e parte da África subsaariana continuavam recebendo a "bay-window" brasileira tanto em função do custo quanto da já salientada resiliência a condições operacionais severas.
De fato a porta lateral deslizante tem a vantagem do menor ângulo de abertura, desejável em espaços estreitos, mas diante de condições de uso mais severas e falta de manutenção pode apresentar uma maior incidência de problemas. Não é incomum o surgimento de folgas que dificultam o fechamento da porta e, por ficar um tanto desalinhada, acaba aumentando o esforço sobre o mecanismo das travas, principalmente ao levar em conta as condições precárias da pavimentação nas ruas e estradas brasileiras.
Embora a porta lateral deslizante de folha única tenha se consolidado no mercado, não parece economicamente inviável tornar a oferecer uma não-deslizante de folha dupla como normalmente se usa na parte traseira dos utilitários de projeto europeu. Tomando por referência o Fiat Ducato, não seria tão difícil aplicar essa solução visando atender a operadores que a prefiram, sendo possível até mesmo aproveitar as mesmas dobradiças e travas usadas na traseira para se beneficiar da escala de produção e também facilitar a logística de reposição de peças.
Logo, apesar da percepção de uma suposta superioridade técnica, a porta lateral deslizante não é uma solução absoluta, e ainda seria justificável manter a opção pela porta lateral não-deslizante de folha dupla em furgões.
Sobre o autor
Daniel Girald, gaúcho de Porto Alegre, mais conhecido como Kamikaze, estudante de Engenharia Mecânica com alguma experiência anterior em mecânica automotiva e de motocicletas, contribuindo no Auto REALIDADE quinzenalmente (na primeira e na terceira sextas-feiras de cada mês) para abordar temas técnicos escolhidos mediante sugestões de leitores, ou aleatoriamente entre as novidades mais destacadas no mercado como na estréia da coluna. Defensor ferrenho da liberação do uso de motores a diesel em veículos de qualquer espécie.

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