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PENSE NISSO:

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domingo, 10 de março de 2013

ACUPUNTURA PARTE I:




O que é acupuntura?

A acupuntura é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da pele. Podem ser utilizados neste processo agulhas, ventosas, massagens, e até o calor proveniente da queima da moxa, preparada à partir da erva artemísia (moxabustão).

Quando e onde surgiu?

Possivelmente antes da era cristã, na China. Para alguns historiadores, as agulhas de acupuntura seriam o resultado da evolução das lancetas usadas para perfurar bolhas ou pústulas. Para outros, a prática da acupuntura teria se iniciado a partir da experiência corriqueira de massagearmos o local dolorido para fazer passar a dor. De qualquer maneira, as evidências arqueológicas não nos permitem ter certeza quanto ao processo de formação do corpo de conhecimentos da acupuntura. Da China, ela se espalhou por vários países da Ásia, adquirindo características peculiares à cultura da região onde se estabelecia. No Japão, por exemplo, as agulhas são mais finas, se dá mais atenção à palpação do abdomen, mas os princípios básicos de diagnóstico e tratamento são sempre os mesmos.

Para que serve?

Além dos casos de dor, várias doenças funcionais podem ser tratadas pela acupuntura. Dentro da concepção chinesa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Entre as doenças tratáveis pela acupuntura estão: dores em geral, especialmente do aparelho músculo-esquelético, gastrite, stress, distúrbios hormonais, insônia, asma, distúrbios menstruais, paralisia facial, sinusite, incontinência urinária. Para saber se a acupuntura é adequada para o seu caso específico, pergunte ao seu médico acupunturista.

Quando procurar um médico acupunturista?

De preferência, no início dos sintomas. Via de regra, quanto mais recente o problema, maior e mais rápida a possibilidade de resolvê-lo. O lado preventivo da acupuntura consiste na possibilidade de ir contra a doença antes que ela se manifeste em sua plenitude, isto é, no estágio onde sabemos que estamos quase ficando doentes, mas ainda não há sintomas concretos, na fase de mal estar que precede a doença.

Posso misturar outros tratamentos com a acupuntura?

Não é proibido associar a acupuntura a outros tratamentos. Fisioterapia, remédios alopáticos, psicoterapia, homeopatia, geralmente são beneficiados pela associação com a acupuntura, ocorrendo desde a aceleração e a facilitação de processos terapêuticos até a redução das doses dos remédios utilizados.

A acupuntura dói?

Não deve. Eventualmente podemos acertar um nervo superficial ou um ponto mais sensível da pele, causando dor. Neste caso, deve-se informar ao médico, que corrigirá a inserção da agulha. Tratamento doloroso é quase sempre relacionado a um mau profissional.

Há sangramento?

Eventualmente um vaso sanguíneo pode ser atingido. Nas mãos de um médico experiente a acupuntura é isenta de riscos, logo tais sangramentos e hematomas resultantes não devem ser motivo de preocupação, pois são superficiais e ocorrem raramente.

Quais os efeitos colaterais da acupuntura?

Alguns pacientes podem se sentir sonolentos e relaxados após a sessão. Em certos casos pode haver a piora dos sintomas, que geralmente é seguida pela melhoria da condição do paciente. Pontos muito sensíveis podem se tornar dolorosos se manipulados em excesso, porém a dor resultante tende a melhorar com o passar do tempo.

A acupuntura pode transmitir doenças?

A acupuntura é um método invasivo e, como tal, deve-se seguir as regras básicas de esterilização. Usando-se material esterilizado não há risco algum. Hoje temos agulhas descartáveis disponíveis, tornando mais prático e seguro o tratamento.

Como é uma sessão de acupuntura?

Na primeira consulta busca-se estabelecer o diagnóstico, tanto na visão ocidental quanto na visão própria da acupuntura. Os pontos são selecionados de acordo com o diagnóstico. Após a limpeza da pele com álcool a 75º, as agulhas descartáveis são inseridas de forma indolor e deixadas no local, sendo retiradas depois de quinze minutos. Durante o período no qual as agulhas estão inseridas, recomenda-se ao paciente não se mover. As sessões posteriores são aproximadamente iguais.

Qual a preparação necessária antes e quais os cuidados após uma sessão?

Pede-se ao paciente que não se alimente imediatamente antes da sessão, que esteja o mais relaxado possível, e que não se banhe após a sessão de acupuntura.

As agulhas podem permanecer na pele após a sessão?

Sim. Em alguns casos, deixa-se uma agulha pequena coberta com esparadrapo no período entre uma sessão e outra, para que haja estímulo do ponto durante todo este tempo. A agulha de demora, como é chamada, pode ser molhada, recomendando-se que seja retirada ao primeiro sinal de incômodo.

Qual a frequência do tratamento?

Usualmente a frequência é de uma vez por semana, porém em casos agudos sessões diárias podem ser necessárias. A duração do tratamento é dependente do tempo da doença: quanto mais recente, mais rápido o resultado. Algumas doenças respondem mais rapidamente que outras. Como exemplo, dores lombares de origem músculo-ligamentar com menos de seis meses de duração exigem, em média, cinco sessões até o seu controle.

Quando posso interromper o tratamento?

Geralmente a alta acontece na ausência dos sintomas que levaram o paciente ao consultório. Em princípio sessões de manutenção não são necessárias, mas o paciente deve retomar o tratamento se notar que os sintomas estão reaparecendo. Neste caso, quanto mais cedo, mais rápido o resultado.

Como a acupuntura age? É somente um analgésico?

O mecanismo de ação da acupuntura ainda não foi completamente elucidado. Sabe-se que o estímulo dos pontos leva à produção de substâncias que teriam ação sobre receptores do sistema nervoso (neurotransmissores e neuromediadores), e que o resultado final seria a normalização das funções alteradas. A acupuntura teria também ação anti-inflamatória por estimular a produção de corticóides pela glândula supra-renal. A acupuntura é mais que um analgésico, combatendo a dor através da resolução do processo inflamatório que a causa. Há similaridades entre os efeitos da acupuntura e os causados pela serotonina, que é um neuromediador produzido pelo nosso cérebro.

HISTÓRIA DA MEDICINA CHINESA

O Ocidente teve sua atenção voltada para a acupuntura por causa do artigo do jornalista James Reston, publicado em 1971, que descrevia o efeito da acupuntura nas suas dores pós-operatórias depois de submetido a uma apendicectomia de emergência, quando acompanhava a equipe norte-americana de tênis de mesa. Desde então a acupuntura foi sendo adotada pela medicina ocidental, em princípio cercada de preconceitos, mas ultimamente como uma especialidade médica, caso do Brasil, sendo reconhecida pelas seguradoras da área da saúde, inclusive as HMO americanas.
Podemos reconhecer três maneiras de estudar a história da medicina chinesa:
Assumir que os conceitos chineses de doença e tratamento são superiores aos ocidentais: Manfred Porkert
Uma visão histórica que enfatiza os aspectos que seriam precursores do pensamento médico ocidental atual, tomando este como verdade científica: Joseph Needham
Estudar a medicina como um aspecto da cultura chinesa: Paul Unschuld
Uma das características da civilização chinesa é sua capacidade sincrética. Contrariamente ao ocidente, na China os novos conceitos não anulavam os anteriores e sim, conviviam ao mesmo tempo. Não havia um processo dialético de síntese e nem a substituição do paradigma antigo por um novo. Isto fez com que conceitos contraditórios fossem usados ao mesmo tempo para explicar um fenômeno.
Desta forma, podemos encontrar os seguintes aspectos no que chamamos medicina chinesa:
Terapia oracular
Medicina sobrenatural ou dos demônios
Cura religiosa
Terapia farmacológica pragmática
Medicina budista
Medicina de correspondência sistemática
Com relação ao elo causal necessário à explicação da doença, podemos encontrar duas formas de pensamento na medicina chinesa:
Relações de causa-efeito entre fenômenos correspondentes
Relações de causa-efeito entre fenômenos não correspondentes
Fenômenos seriam manifestações de um número variável de princípios; fenômenos que são manifestações de um mesmo princípio são correspondentes: mudança em um afeta o outro. Na correspondência sistemática há um número limitado de princípios. Todos os fenômenos podem ser classificados como um dos dois ("yin yang") ou um dos cinco ("Cinco Fases" wu xing) princípios. Outra possibilidade seria a dos fenômenos coexistirem independentemente e, sob determinadas condições, exercerem influências mútuas benéficas ou prejudiciais. O vento, a umidade, a comida poderiam, em certas condições, afetar o homem.
Segundo Unschuld, a pluralidade de conceitos envolvendo causalidade da doença é inevitável numa sociedade onde grupos diferentes coexistem em realidades socioeconômicas diferentes; mudança nestes conceitos é inevitável numa sociedade onde ocorre mudança sociopolítica básica; conceitos de saúde antigos sobrevivem em grupos sociais que continuam a seguir uma ideologia sociopolítica coerente; um grupo que esteja em busca de influência política ou de domínio criará ou apoiará um conjunto específico de conceitos terapêuticos consistentes com suas normas sociais. Com estas noções em mente podemos então passar para a história propriamente dita.

Medicina na Era Shang

A era Shang foi a primeira a deixar sinais de atividades terapêuticas, segundo achados arqueológicos datados dos séc. 18-16 AC, no curso médio do Rio Amarelo.
Já havia uma forma precursora da escrita ideográfica, que era encontrada em carapaças de tartarugas e ossos de animais usados como oráculo. Estas carapaças e ossos eram perfurados e submetidos ao calor; as rachaduras resultantes eram interpretadas pelo rei ou por um adivinho.
As bases econômicas eram a agricultura e o gado. Existiam pequenas cidades onde vivia a nobreza, enquanto a maior parte da população habitava o campo.
A comunidade era formada pelos vivos e pelos mortos, os ancestrais, que dependiam dos vivos e seus rituais, enquanto os vivos eram dependentes dos favores ou maldições dos seus ancestrais.
Ti era o ancestral supremo, que provia assistência nas colheitas e nas guerras, e que era influenciado pelos ancestrais do rei.
Os Shang já reconheciam algumas (poucas) doenças, a mais importante delas sendo "maldição de um ancestral", cujos sintomas poderiam abranger desde dor de dentes até derrota na guerra.
Os procedimentos preventivos e terapêuticos envolviam presentes e oferendas aos ancestrais.
Há referências a outras causas de doenças, como "vento maligno" ou "neve", que seriam combatidos através dos shamans.

Medicina na Era Chou

Os Shang concentravam sua autoridade na capital, enquanto as regiões externas eram frágeis frente à agressão estrangeira. Por causa desta fragilidade, os Chou tomaram o poder em 1100 AC, fundando a era que toma seu nome.
A era Chou foi um período de equilíbrio sociopolítico, num sistema similar ao feudalismo europeu. Foi um tempo de paz que se interrompeu em 771 AC, com a perda gradual do poder imperial após uma série de lutas sucessórias, até 481 AC, quando se iniciou o período chamado "Estados em Guerra", em que houve um acentuado declínio moral, as velhas ordens e regras perdendo o sentido, não havendo mais o conceito de "honra" que incluia até a ética da guerra, cujo objetivo passara a ser não mais a derrota do inimigo e sim sua total aniquilação.
Estes pequenos estados em guerra criaram um mundo caótico, e o período estável do início da era Chou passou a ser considerado e lembrado como um tempo idílico. Confúcio nasceu neste período conturbado, e sua filosofia buscaria o tempo idílico, de harmonia e paz, do início da era Chou.
Em 221 AC o estado Ch'in conseguiu a supremacia sobre os outros e unificou a China. O novo rei, Shih Huang Ti, rejeitou os valores feudais que ainda restavam, e fundou um estado baseado no crescimento de riqueza material e poder militar, adotando o pensamento dos Legalistas, que preconizava um sistema rígido de leis, padronizando pesos, medidas, até a largura das estradas. Shih Huang Ti ordenou a queima de toda a literatura que não fosse científica ou religiosa, mas morre 11 anos depois de tomar o poder, começando então a era Han.
Durante a era Chou, a causa dos infortúnios, antes baseada nos ancestrais e suas influências sobre os vivos, passa a tomar em conta a percepção de que "demônios" teriam importância na vida cotidiana.
A harmonia nos relacionamentos não seria mais mantida pelos ancestrais, e foram criados mitos reconhecendo "demônios" que exerceriam influências maléficas sobre o homem. Cresce de importância a presença dos shamans Wu. Estes shamans utilizavam seu acesso aos espíritos mais graduados para controlar os demônios, através de exorcismos, geralmente usando espadas e lanças. Há a atribuição de horas ou dias determinados como os mais apropriados para os rituais shamânicos. São utilizados talismãs, que são queimados e administrados sob a forma de poções, assim como drogas medicinais que serviriam para expulsar os demônios do corpo, especialmente venenos, usados como amuletos ou incensos, plantas com a aparência de armas ou cujo nome pudesse ser associado a uma arma.
Contrariamente à medicina na era Shang, o respeito às regras, ritos e convenções sociais não era proteção contra a doença.
Há o surgimento de uma forma rudimentar de acupuntura, onde agulhas sob a forma das espadas dos exorcistas eram inseridas ou pressionadas sobre treze pontos determinados da superfície da pele, para tratar as doenças causadas pelos demônios. Esta forma de acupuntura não teria como objetivo tratar as doenças em si, e sim, expulsar e combater os demônios. Não há indícios de acupuntura terapêutica no sentido real antes de 90 AC.

A Medicina de Correspondência Sistemática

Como vimos anteriormente, correspondência sistemática, no caso da medicina Chinesa, significa o reconhecimento de um sistema no qual os fenômenos se qualificam segundo princípios, e fenômenos de igual qualificação teriam poder de influência mútua. Se A e B são classificados como yang, por exemplo, agir sobre A causaria um efeito similar em B, pois pertencem à mesma classificação sistemática. Na Medicina Chinesa os princípios básicos são "yin yang" e "Cinco Fases" (wu xing), que veremos em capítulos a seguir.
O caos existente na era "Estados em Guerra" motivou o surgimento da forma de pensar que caracteriza a medicina de correspondência , que tem como pontos principais: a crença mágica na unidade da natureza; o uso dos princípios "yin yang" e "cinco fases"; englobar alguns conceitos oriundos da medicina dos demônios; o conceito de "Qi" como a base da vida, que seriam "influências materiais sutis", segundo Unschuld, sendo que esta forma de pensar apresentaria certas características da estrutura do império chinês por fim unificado, como veremos adiante.
O princípio "yin yang" surge por volta do quarto século AC, sendo sua primeira citação encontrada no "Shih Chi". No livro "Huang Ti Nei Ching" encontramos a sua primeira aplicação em medicina. Existiram várias escolas baseadas no "yin yang", algumas usando quatro subdivisões, outras seis subdivisões, e o "Nei Ching" é uma tentativa de integrar estas várias correntes com as "Cinco Fases". Uma grande dificuldade que encontramos no estudo de alguns destes conceitos é que às vezes o mesmo termo pode significar conceitos diferentes, em função do contexto onde se insere.
Apesar de encontrarmos em várias citações o Taoísmo como sendo a base da medicina chinesa, Unschuld demonstra ser o Confucionismo o maior contribuinte em relação ao modo de pensar da Medicina de Correspondência Sistemática. O "Nei Ching", tratado fundador desta medicina, cita quase textualmente um trecho de Hsun Tzu, seguidor de Confúcio, que diz que o indivíduo e a sociedade podem ser ameaçados por processos naturais, mas que a prevenção seria adotar as medidas apropriadas. O próprio Confucionismo adotou o "yin yang" e as "Cinco Fases" para explicar mudanças sociais e políticas.
A Medicina de Correspondência Sistemática usa termos bélicos, influência da sua fase formativa nos "Estados em Guerra". Os males não seriam causados por demônios, e sim por influências e emanações abstratas ou concretas. Surge o conceito de "Qi" , possivelmente originário da idéia do "vento" como uma entidade causadora de doenças, idéia por si que nasce no conceito de demônios.
Em princípio, "Qi" seria somente a influência malévola, mas com o tempo evoluiu para o conceito atual, aproximadamente "influências materiais sutis", como vimos acima. (Para uma discussão mais aprofundada sobre a tradução de "Qi", veja em "Qi e Energia:Tradução, Tradição, Traição"). Surgem os conceitos de "repleção" e "depleção": "repleção" seria a supremacia de influências malévolas, enquanto "depleção" seria a perda das influências apropriadas do organismo.
A saúde e a harmonia seriam consequência de não haverem extravagâncias ou excessos, sejam alimentares, sexuais, climáticos ou morais.
A patologia na Medicina de Correspondência Sistemática constituia em:
1) "repleção" ou "depleção" nos órgãos Zang Fu
2) obstrução nos canais ou meridianos Ching.
Podemos entender o surgimento destas idéias se associarmos que, nesta mesma época, o império se unia e se integrava, surgindo grandes metrópoles, desenvolvendo-se o comércio e as trocas, com a necessidade da melhora dos meios de transportes, assim como da construção de grandes depósitos que assegurassem o fornecimento de grãos à população. Nasce um sistema complexo cujo funcionamento dependia de que as relações entre as partes deste sistema estivessem harmonizadas.
O bem estar geral dependia da troca de recursos entre as partes do sistema. A terminologia médica usou os termos e os conceitos empregados no sistema como um todo: Zang, depósitos ou órgãos onde o Qi se armazenava; Fu, palácios por onde o Qi passava; Ching-Lo, canais que uniam todo o sistema, como os rios e canais da China integravam o império. Refletindo o que ocorre na irrigação dos campos e na navegação dos rios, era necessário que este fluxo fosse contínuo, sem obstruções ou transbordamentos, que levariam a falhas na distribuição dos bens, causando deficiência nos centros de consumo e excesso nos centros de produção. A Medicina de Correspondência Sistemática tem como objetivo então identificar e localizar estas obstruções, deficiências e repleções, tratando através da normalização do fluxo do Qi nos canais (ou meridianos), não se valorizando a anatomia, e sim as funções envolvidas.

A Acupuntura

A primeira descrição histórica da acupuntura como terapêutica é feita por Ssu Ma Ch'ien no "Shih Chi", 90AC. Foram descobertos recentemente nas tumbas encontradas em Ma Wang Tui livros que descrevem onze canais separados, cada um associado a uma gama de sintomas específicos, sem referência a pontos de acupuntura. Não se explicita nestes livros que tipo de circulação haveria, ou se haveria tal circulação, e somente quatro destes canais são associados aos órgãos. O tratamento seria efetuado através da queima de lã de Artemísia, ou "moxa", ou pela punção de abcessos feita com pedras ponteagudas.
O "Nei Ching" traz a primeira sistematização de todos os conceitos de saúde existentes no final da era dos "Estados em Guerra" e início da era Han. Surgem os pontos como locais de estímulo, os doze canais e a associação entre canais e órgãos. É um livro algumas vezes contraditório, possivelmente escrito por vários autores de épocas diversas, e que engloba conceitos antagônicos, bem ao modo sincrético da cultura chinesa.
Posteriormente o "Nan Ching" refina a Medicina de Correspondência Sistemática, definindo as regras e procedimentos que seriam utilizados pela acupuntura até os nossos dias. Somente na era Song surge outra obra importante, o "Da Cheng", que reúne a experiência prática de acupuntura existente nesta época. O "Nan Ching" foi um pouco esquecido como referência básica nos séculos seguintes, a visão sincrética e controversa do "Nei Ching" se estabelecendo como a principal, inclusive tendo sido a que primeiro se conheceu no Ocidente.

A Acupuntura no Ocidente

Notícias sobre uma forma exótica de medicina praticada pelos chineses já chegavam ao Ocidente desde 1255, com a "Viagem à Terra dos Mongóis", de William de Rubruk. Padres jesuítas portugueses, ao viverem longos períodos no Japão à partir do século 16, puderam conhecer mais detalhes da forma japonesa de praticar a medicina chinesa. No século 17 começaram os relatos médicos propriamente ditos, feitos por médicos ocidentais que viveram na Ásia, como Jakob de Bondt, Buschof, Willem ten Rhijne, Engelbert Kaempfer. Houve então um período de enorme interesse pela acupuntura, que já havia passado quando Dabry de Thiersant publicou em 1863 "A Medicina dos Chineses", citando inclusive trechos do "Da Cheng".
Talvez por causa da presença francesa na Indochina, somente na França ainda encontraríamos algum interesse esporádico em acupuntura, até que Soulié de Morant publicou "A Acupuntura Chinesa". Soulié de Morant tentou despertar o interesse médico pela acupuntura, porém o fato de não ser médico contribuiu para uma reação negativa por parte da comunidade científica da época.
Alguns dos termos empregados por ele, como "energia", "meridianos", permanecem em uso até hoje em algumas escolas ocidentais de acupuntura.
Depois, surgem os trabalhos de Chamfrault, e Niboyet, médicos franceses pioneiros, além de Nguyen van Nghi, médico vietnamita que vive na França. O interesse da comunidade médica foi finalmente aceso quando houve a notícia de que o jornalista americano James Reston foi tratado com acupuntura, e de que na China a acupuntura era usada como analgesia em cirurgias. Várias clínicas de dor crônica passaram a usá-la como terapia, e com o despertar do movimento alternativo, mais e mais médicos passaram a se interessar pela acupuntura.
Fonte: www.acupuntura.org
Acupuntura

História da Acupuntura

Datas Históricas
500 - 300 a.C. - NEI JING (Tratado do Interno)
È o livro de Medicina Interna mais antigo do mundo que ainda é estudado, servindo como base da Medicina Tradicional Chinesa. Foi traduzido para o inglês, francês, espanhol e português. A obra está em forma de diálogo entre o imperador e o primeiro-ministro Khi Pa. É composto de duas partes: SU WEN e LING SHU.
SHU WEN significa “consultas” e mostra as bases da MTC.
LING SHU significa “alma dos estudos” e contém as essências da Acupuntura.
481 - 221 a.C. – NAN KING (Tratado das Dificuldades)
Apresenta interpretações dos trechos mais polêmicos do Neijing.Século I – SHENG NONG BEN CAO JING (Fitoterapia do Agricultor Divino).265 d.C. – ZHEN JIU KIA YI JING (Tratado dos Princípios Fundamentais).
Século II - (Tratado das Doenças Febris causadas pelo Frio e das Outras Doenças)
Zhang Zhongjing na dinastia Han do Leste (25 a 220 d.C.)Dinastia Jin (265 a 420 d.C.) – SHANG HAN LUN (Tratado das Doenças Febris causadas pelo Frio)Compilado de 10 capítulos do livro anterior por Wang Shuhe.Dinastia Song (960 -1279 d.C.) – JIN KUI YAO LUE FANGLUN (Sinopse das Prescrições do Cofre de Ouro).Compilado dos 6 capítulos restantes do livro de Zhang Zhongjing.
1027 d.C. – Atlas e Bonecos de Bronze
Boneco de bronze de tamanho natural contendo pontos e meridianos. Os pontos estão perfurados. Dizem que as provas, é passada uma camada de cera sobre o boneco e colocada água no interior. Caso o aluno consiga acertar o ponto com agulha o líquido escorreria do boneco. Se isso não acontecesse...
1596 d.C. – BEN CAO GANG MU (Compendio Geral da Matéria Médica).
Li Shi Zhen traz 1892 substâncias medicamentosas (1173 ervas, 444 do reino animal e 275 do reino mineral) sendo traduzido para inglês e francês.
1601 d.C. – ZHEN JIU DA CHENG (Grandes Avanços da Acupuntura e Moxabustão).

Yin e Yang

Acupuntura
TAOYin e Yang

Teoria Zang Fu

De acordo com a m.t.c. a estruturas internas estão divididas em três grupos: as cinco vísceras, os seis intestinos e as estruturas extraordinárias. As cinco vísceras (que seriam os órgãos yin) são: o coração (inclui aqui o pericárdio) , o fígado, o baço, o pulmão e os rins. A sua característica principal é a preservação das substâncias vitais. Os seis intestinos (que seriam as vísceras yang) são: a vesícula biliar, o estômago, o intestino grosso, o intestino delgado, a vesícula biliar e o triplo aquecedor. Estes têm como característica principal o transporte, a digestão e absorção dos alimentos e da água. As estruturas extraordinárias (órgãos especiais) referem-se ao cérebro, a medula, os ossos, os vasos sanguíneos, a vesícula biliar e no caso das mulheres, o útero.
Estudo das Cinco Vísceras - Zang (Órgãos Yin)

1. O Coração (Xin) e o Pericárdio (Xin Bao)

O coração esta situado na caixa torácica, posicionado levemente à esquerda do centro. A m.t.c. acredita que é o mais importante órgão do corpo humano e governa todas as vísceras e intestinos. O "Cânone da Medicina diz: O coração é o monarca de todas as estruturas". A m.t.c. também divide as funções do coração em coração yin (essência vital) e coração yang ( função vital). O primeiro refere-se à estrutura material do coração, inclusive o sangue do coração. A segunda refere-se à função do coração, incluindo o tchi (actividade funcional).
As funções do coração são:
Controlar a circulação de sangue dos vasos.
Carregar a actividade mental.
Controlar os suor e os fluídos do coração.
O coração mostra-se pela língua e pela face.
O coração é a morada do Shen (Ling).
O coração controla o Shen (Hsin e o Yi).
Obs.: O pericárdio é o invólucro do coração. A sua principal função é proteger o coração dos factores patogénicos exógenos que podem atacar o coração.
2. Os Pulmões (Fei)
O pulmão esta localizado na caixa torácica e é dividido em duas estruturas, uma do lado esquerdo com dois lóbulos, e outro do lado direito com três lóbulos. Está conectado com os brônquios, com a laringe, com a traqueia e com o nariz. O pulmão pode ser dividido em pulmão yin, que é a estrutura pulmonar, o tchi do pulmão e a função yang, que é o sangue do pulmão. As funções fisiológicas do pulmão são:
Carregar e transportar o tchi.
Nutrir o corpo com oxigénio e eliminar o gás carbónico.
Formar o Zhong Qi, portanto também é responsável pela formação de sangue.
Controlar e regular a ascensão e descensão do tchi.
Activar a fluidez de tchi, a essência dos alimentos e dos fluídos corporais, purificar o ar inspirado, conservar a fluidez para baixo e auxiliar a conservação normal do metabolismo da água.
Cuida da pele e do cabelo e mostra-se através do nariz.

3. O Baço (Pi)

A m.t.c. acredita que o baço está colocado na parte central do corpo. É um órgão muito importante do sistema digestivo. A parte yin está relacionada com a estrutura e o sistema digestivo. Enquanto a parte yang esta relacionada com as funções do coração. As funções do baço são:
Transportar, distribuir e transformar os nutrientes.
Promover o metabolismo da água.
Mantém o sangue dentro dos vasos.
Está relacionado com a qualidade dos músculos, dos membros e dos lábios.

4. O Fígado (Gan)

O fígado está na parte superior do abdómen do lado direito do corpo. A m.t.c. faz diferenciação entre o fígado yin que tem função da estrutura material incluindo o sangue armazenado nele. O fígado yang inclui a função do tchi do coração (distribuição). Funções do fígado:
Aplainar e regular a função de fluidez da energia vital e do sangue.
Regula a mente e o génio.
Promove a digestão e a absorção.
Guardar o tchi e o movimento normal do sangue.
Armazenar e regular o sangue.
Tem relação com os tendões, unhas e olhos.

5. Os Rins (Shen)

Os rins estão localizados na região lombar, ao lado da coluna vertebral. A m.t.c. classifica em yin do rim , o que inclui a estrutura material e o jing qi inato, em yang do rim, o que inclui a sua parte funcional e o calor.
O tchi dos rins é produzido pelo jing qi inato. As funções dos rins são:
Reservatório do Jing Qi Inato e adquirido.
Regulação do metabolismo da água.
Controlar e promover a inspiração.
Determinar a condição dos ossos e da medula.
Manifesta-se através do cabelo e do calor.
Manifesta-se nos ouvidos, nos órgão genitais e no orifício retal.

O Estudo dos Seis Intestinos - Fu (Vísceras Yang)

1. A Vesícula Biliar - Dan
A vesícula biliar é acoplada ao fígado. Ela é oca e ela tem a forma de uma cápsula. As suas funções são:
Armazena e excreta a bílis.
Controla a coragem e a força de vontade.
2. Estômago - Wei Wan
Na m.t.c. o estômago pode ser dividido em: parte superior do estômago, que inclui a cárdia - Shang Wan; parte baixa do estômago, que inclui o piloro - Xia Wan; parte área/vazia entre o Shang Wan e o Xia Wan, chama-se Zhong Wan e todas as três partes juntas chamam-se Wei Wan. A principais as funções do estômago são a digestão e transformação dos alimentos e da água. A sua energia flui descendendo.
3. Intestino Delgado - Xiao Chang
As principais funções do intestino grosso são:
Receber, transformar e absorver os alimentos.
Separar o puro do impuro.
4. Intestino Grosso - Da Chang
Eliminar a fezes.
Absorver a água excessiva originária da formação das fezes.
5. Bexiga - Pang Guang
A principal função da bexiga é servir de receptáculo da urina e eliminar esta.
6. O Triplo Aquecedor - San Jiao
O termo triplo aquecedor é peculiar para a m.t.c. Ë o nome colectivo do aquecedor superior, médio e inferior. O aquecedor superior engloba o diafragma, coração e pulmão. O aquecedor médio engloba o estômago e o baço. E o aquecedor inferior engloba o fígado, rim, bexiga e os intestinos.
Funções do triplo aquecedor:
Controlar a actividade do tchi no corpo humano.
Controlar a respiração, a actividade da fluidez da energia vital, do sangue e dos líquidos corporais.
Distribuir os nutrientes e o tchi.
Transformar e transportar os alimentos e a água.
Fornecer energia para os Zang/Fu.
Nutrir e fortalecer a energia sexual.
Órgão Extraordinários
A m.t.c. considera que o cérebro, a medula, os ossos, os vasos, a vesícula biliar e o útero fazem parte dos órgãos extraordinários.
1. O Cérebro
A medula tem sua origem no cérebro que esta contido na cavidade cranial. O capítulo do clássico médico "Miraculous Pivot" diz: "O Cérebro é o mar da Medula". As funções do cérebro são:
Controlar a actividade mental e o pensamento.
Guiar os sentidos e a actividade da linguagem.
2. O Útero
O útero está localizado na parte inferior do abdómen feminino. As suas funções são:
Produzir a menstruação.
Morada do feto.
3. Da medula, vesícula biliar, dos ossos e dos vasos já foram comentados quando falámos dos cinco elementos, do órgão coração e vesícula biliar.

Cinco Elementos

Acupuntura
ELEMENTO MADEIRA
Tem como característica a Essência da Vida, o Crescimento, o Grupo, a Socialização das pessoas.
FÍGADO - É o centro do metabolismo. Ele coordena e determina o ritmo de atividade dos demais órgãos do corpo. É um órgão de eliminação de toxinas e resíduos em todos os níveis: físico, mental e psíquico. Pode acumular tensões provenientes de raiva e aborrecimentos.
O meridiano comanda as múltiplas funções do fígado, especialmente as relacionadas com o metabolismo, a sexualidade, a musculatura e a acuidade visual. Age sobre as dores no fígado e estômago. Atua nas moléstias da parte inferior do corpo.
VESÍCULA BILIAR - Comanda a função biliar total: sistema excretor e secretor, intra e extra-hepático; é um órgão de eliminação.
É denominado "o meridiano dos hipocondríacos". É indicado no tratamento das doenças psicossomáticas; age sobre a coragem e o espírito de determinação, sobre as dores nos olhos, dificuldades de audição, tonturas, depressão, enxaquecas.
Pode acumular disfunções provenientes de muita dúvida.
ELEMENTO FOGO (IMPERIAL)
Caracteriza o calor psíquico e emoções superiores, a regência, a micro-associações de pessoas.
CORAÇÃO - Faz circular os produtos do metabolismo. Representa o centro do amor e segurança.
O meridiano comanda a função cardíaca. Age sobre a temperatura do corpo e uma parte do psiquismo: a coragem moral. Atua sobre a boca e garganta, dor ou frio no braço esquerdo.
INTESTINO DELGADO - Órgão de eliminação e de transformação da energia dos alimentos. Representam a libertação dos desperdícios.
O meridiano atua sobre o intestino delgado e sua função de absorção dos alimentos transformados no estômago. Relaciona-se à compreensão dos princípios superiores e à nutrição espiritual (separa o puro do impuro). Atua na surdez, olhos amarelados, dor no cotovelo, na nuca, inchação no rosto.
ELEMENTO FOGO (MINISTERIAL)
Caracteriza-se pela energia de reserva para os demais meridianos, porta da vida é o "Embaixador da Felicidade e da Alegria".
CIRCULAÇÃO-SEXO
Representa uma função reguladora da sexualidade e das secreções sexuais internas e externas; atua sobre o coração, a circulação e os órgãos sexuais.
Relaciona-se com a atividade parassimpática e com o transporte de hormônios, enzimas e produtos do metabolismo intermediário através da circulação sangüínea. Atua sobre axilas inchadas, cãibras, peito inchado, sensação geral de melancolia.
TRIPLO-AQUECEDOR - Representa uma função reguladora do equilíbrio térmico; é responsável pela produção do calor animal resultante da transformação energética dos alimentos.
Relaciona-se com a circulação e as seguintes etapas do processo metabólico:
1. Respiração;
2. Digestão: auxilia a digestão do Intestino Delgado e conduz os produtos do processo digestivo para os Pulmões;
3. Sistema Genito-Urinário: responsável pela excreção dos detritos.
ELEMENTO TERRA
Caracteriza o desenvolvimento físico do corpo; o intelecto, a espiritualidade.
BAÇO-PÂNCREAS - Retém energia de reserva. É o órgão da resistência a mudanças.
O meridiano atua sobre a função combinada dos órgãos: o baço regula o sangue e o pâncreas regula as reservas de glicogênio (depositado no fígado) através da secreção de insulina. Age sobre o desenvolvimento mental, moral e intelectual; sobre o sistema genital e seu psiquismo. Atua nos enjôos, soluços, indigestão, diarréia, indisposição geral. Age também nas moléstias da parte central do corpo.
ESTÔMAGO - Recebe alimentos e os prepara para o metabolismo. É a relação administrativa das idéias e dos pensamentos.
O meridiano atua sobre o estômago e o duodeno nas suas funções digestivas transformadoras do alimento; relaciona-se à digestão física, mental e psíquica (a habilidade de digerir a vida); atua nas dores de cabeça, calafrios e flatulência. Atua nas moléstias da parte frontal do tórax.

ELEMENTO METAL

Caracteriza os produtos da terra; o ar e a energia prânica, os valores pessoais relativos à riqueza.
PULMÃO - Recebe o oxigênio para o metabolismo; é um órgão de reserva de energia vital e da habilidade de aceitar a vida.
O meridiano atua sobre os pulmões e as vias respiratórias na sua função de absorção e eliminação de substâncias gasosas; estimulado, age sobre todas as deficiências respiratórias.
INTESTINO GROSSO - Expele o desnecessário para o metabolismo; órgão de eliminação afeta toda a eliminação através do corpo (pele, muco etc.). Eliminação de coisas velhas e não mais desnecessárias.
O meridiano atua sobre o intestino grosso e suas funções de absorção líquida e eliminação de resíduos pesados; atua nas moléstias da parte superior do corpo.

ELEMENTO ÁGUA

Condutor básico, ou químico, da vida; é a fonte da existência física, da vida.
RINS - Órgão de energia de reserva, expelem os subprodutos do metabolismo. É o órgão do desapontamento, da tristeza e melancolia.
O meridiano atua sobre os rins e as glândulas supra-renais, contribuindo para a purificação do sangue e para a regulação de todos os líquidos do corpo. Relaciona-se diretamente com a energia sexual e problemas genitais, apetite sexual, medo, insegurança, determinação.
BEXIGA - Órgão de eliminação de toxinas liquidas e emoções negativas (Yin). Está relacionado com medo extremo, negação da própria vida.
O meridiano comanda toda a função eliminadora renal, e atua diretamente sobre o psiquismo; regula as inconstâncias de caráter causadas por doenças prolongadas. Ação para olhos doloridos, hemorróidas, rupturas, dedos dos pés duros, dores nas articulações e dores de cabeça. Atua nas moléstias das costas.
Fonte: www.acupuntura.org

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