FOTO RAPHAEL DIAS - TV GLOBO
O objetivo (ou sonho, se preferir) de 9 em cada 10 atores de TV sempre foi assinar um contrato de longa duração com a Globo.
A emissora, ainda que atravesse sua pior crise de audiência em quase 50 anos, é reconhecidamente uma das melhores produtoras de teledramaturgia do planeta. Fazer novela no canal é conquistar uma valiosa visibilidade.
Além disso, o rótulo ‘global’ confere status e serve como ímã de trabalhos, como a tal presença VIP em festas e eventos, com bons cachês para surgir, sorrir e sumir.
Porém a Globo decidiu rever sua política de contratos. Antes, a renovação para atores, apresentadores e diretores era praticamente automática. Agora a cúpula da emissora estuda caso a caso.
Muitos artistas deixaram de ser exclusivos nos últimos meses. E outros tiveram o compromisso renovado por curto período — não mais por 4, 5, 6 anos, como acontecia.
Caio Castro, por exemplo, deixou o elenco fixo, mesmo sendo considerado um dos galãs de maior destaque nos últimos anos. Voltará ao ar em Lady Marizete, a próxima novela das 19h, mas com contrato vigente apenas durante o período de gravações.
Um caso simbólico dessa mudança na Globo é o do diretor de novelas Marcos Schechtman. Ao fim de seu contrato de longo prazo, a emissora não renovou o compromisso. Agora ele terá vínculo apenas por obra.
A decisão surpreendeu, já que Schechtman está entre os diretores mais produtivos da casa. Nos últimos anos dirigiu Salve Jorge, Araguaia e Caminho das Índias.
Outros diretores deverão ser incluídos nesse novo esquema contratual. O diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, parece obstinado a enxugar o número de contratados fixos para gerar economia.
Não há mais a ideia de que um artista é imprescindível e insubstituível. A estagnação dos resultados da teledramaturgia da Record, sua maior concorrente, fez a Globo não se preocupar tanto com possíveis transferências de seu elenco para o canal.
Outro exemplo: Luiz Fernando Guimarães. O ator não é mais do elenco exclusivo da emissora, após 35 anos atuando na casa.
No momento se discute os termos do novo contrato de Faustão. Este é um caso único. O apresentador é uma espécie de sócio da emissora em seu horário aos domingos.
Ele negocia campanhas publicitárias diretamente com os presidentes de grandes empresas anunciantes. Muitos negócios são fechados nas famosas rodadas de pizza em sua casa, em São Paulo. Faustão se tornou o artista com maior faturamento da Globo: entre 4 e 5 milhões de reais por mês.
No ar desde 1989, Faustão conquistou tanto status internamente que convenceu a cúpula da Globo a transferir a produção do Domingão para São Paulo. Assim ele não precisará mais se deslocar de jatinho ao Rio, toda semana, para comandar a atração.
Uma tendência no meio televisivo foi lançada por Silvio Santos: um contrato de parceria entre a emissora e o apresentador. Divide-se custos e lucros da produção. É assim o vínculo de Ratinho com o SBT. E esse modelo deverá ser copiado por todas as emissoras.
BLOG SALA DE TV
Nenhum comentário:
Postar um comentário