A mulher de 40 anos que foi arrastada por cerca de 800 metros em uma rua de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, na madrugada de domingo (13) deve começar a ser submetida a intervenções cirúrgicas a partir de terça-feira (15).
De acordo com a assessoria do Hospital Regional do Alto Vale do Itajaí, uma junta médica fez uma série de exames e decidiu no final da manhã desta segunda-feira (14) que iniciará os procedimentos no próximo dia. Detalhes sobre o que será realizado não foi informado pelo hospital. A Polícia Civil continua as investigações e busca entender a dinâmica do que aconteceu.
Conforme as informações repassadas pela unidade de saúde, o estado clínico da mulher é estável e, a princípio, não corre risco de morte. Segundo o hospital e a Polícia Civil, ela teve os seios dilacerados e sofreu queimaduras nas pernas, nas costas e nos braços. O capacete que usava teve a parte de cima raspada pelo asfalto.
Acidente
Os ferimentos aconteceram após a mulher ser arrastada e ficar presa embaixo de um carro, que bateu na moto na qual ela era passageira após uma discussão de trânsito na rua Tuiuti, por volta das 3h30. O dono do carro afirmou à polícia não ter percebido que a mulher estava engatada no veículo e só parou depois de ser avisado por um taxista.
O motorista fugiu, abandonou o veículo e se apresentou com um advogado na noite de domingo. "Ele estava acompanhado dos pais e chorou durante todo depoimento", lembra a delegada Karla Bastos Miguel, da Delegacia de Proteção à Mulher.
Em depoimento, o suspeito disse que após uma rápida discussão, o condutor da moto subiu na calçada e seguiu em direção ao automóvel. Já o noivo da vítima, que pilotava a moto segundo a polícia, disse o contrário. Falou que o motorista fez uma manobra perigosa e os dois quase colidiram. O rapaz teria batido na calçada de uma praça, o noivo teria o xingado e depois o automóvel atingiu a motocicleta e seguiu viagem arrastando a passageira.
Investigações
A delegada Karla afirma que o estado da vítima a chocou. “Trabalho há 25 anos como delegada, mas o cenário dela me comoveu. Ela é uma mulher muito bonita e ficou muito machucada. Ela está toda machucada na parte da frente. Não dá para entender como ela ficou presa ao veículo e como o capacete raspou daquele jeito se foi arrastada com a barriga para baixo. A pele ficou toda preta [porque foi arrastada]”, comenta a responsável pelas investigações.
A delegada afirma que os procedimentos iniciais já foram realizados, mas agora é necessário esmiuçar as evidências para entender de fato o que aconteceu. Técnicos do Instituto Geral de Perícias devem precisar a distância que a mulher foi arrastada.
Câmera de monitoramento
No exato ponto da batida havia uma câmera da Polícia Militar, segundo Karla, mas o equipamento é giratório e momento da batida estava focado em outro ponto. Alguns estabelecimentos comerciais já entregaram os vídeos das câmeras de monitoramento, apesar de nesta segunda-feira (14) ser feriado na cidade por antecipar o aniversário do município, comemorado nesta terça (15).
“Vamos tentar pegar imagens dela sendo arrastada para tentar entender o que aconteceu, mas o que precisa mesmo ser feito é a reconstituição, porque é uma diligência importante”, afirma a delegada. Apesar disso, este procedimento deve demorar algum tempo para ser feito, para garantir a segurança do suspeito. “Rio do Sul é uma cidade pequena, com cerca de 60 mil habitantes. O rapaz tem família conhecida na cidade e o fato gerou muita comoção”, justiça Karla.
Fonte: G1
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