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PENSE NISSO:

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domingo, 19 de abril de 2015

21/04 - DIA DE Tiradentes

21/04 - DIA DE Tiradentes

RELÓGIO DE TIRADENTES

O relógio de algibeira encontrado com Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, no momento de sua prisão, em 1789, era um exemplar de origem inglesa, do século XVIII, que foi arrolado nos Autos do Sequestro de seus bens, quando o relojoeiro avaliou a peça em 12.800 réis, anotando o número de série: 5503.
Tiradentes
A peça, confeccionada em prata, ouro e esmalte, apresenta a inscrição não apenas do número de série como também o nome do fabricante “S. Elliot”. Após a avaliação e registro do relógio, o mesmo foi arrematado por José Mariano Azeredo Coutinho.
Ao longo dos séculos, o relógio de algibeira de Tiradentes passou por alguns proprietários, sendo resgatado em um leilão, pelo então governador de Minas Gerais, o diamantinense Juscelino Kubitschek, em 1953.
Juscelino comprou o objeto no intuito de doá-lo ao acervo do Museu da Inconfidência, recuperando, assim, parte da nossa história. A peça encontra-se atualmente exposta na Sala das Relíquias, no 1º piso do museu.
A AUTENTICIDADE DO RELÓGIO
AUTOS DE SEQUESTRO
Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e setecentos e oitenta e nove, aos trinta dias do mês de outubro do dito ano nesta Cidade do Rio de Janeiro, em meu Cartório, autuei por ordem do Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres os dois autos de sequestro ao diante com as três certidões de avaliações, que me foram entregues pelo mesmo Ministro e mandadas juntar a autuar com os ditos sequestros, de que fiz este termo; e eu, José dos Santos Rodrigues Araújo, Tabelião que o escrevi.(V. 6, ADIM, p.233)
Auto de sequestro [1] a que se procedeu, por ordem do Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres, em várias bestas, selas, e mais preparos delas, pertencentes aos presos da Capitania de Minas Gerais recolhidos na Fortaleza da Ilha das Cobras abaixo declarados. (V. 6, ADIM, p.233)
Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e setecentos e oitenta e nove, aos vinte e nove dias do mês de outubro do dito ano, nesta Cidade do Rio de Janeiro, no Quartel de Cavalaria do Esquadrão, onde foi vindo comigo, Tabelião ao diante nomeado, o oficial de Justiça Inácio José de Barros, com ordem vocal do Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres, para efeito de se proceder a sequestro nas bestas muares e cavalares, selas e seus preparos, que aí se achavam, pertencentes aos presos da Capitania de Minas Gerais, que se achavam recolhidos incomunicavelmente na Ilha das Cobras, para, depois de sequestrados, se avaliarem e se rematarem; e logo, em observância da dita ordem vocal, fez o dito oficial o sequestro e apreensão judicial nas ditas bestas, selas, cangalhas e mais preparos delas que nos foram mostrados, os quais, e os nomes das pessoas a quem respectivamente pertencem, são as seguintes: (V. 6, ADIM, p.234)
(...)
Do Alferes Joaquim José da Silva Xavier: (V. 6, ADIM, p.235)
Um machinho castanho rosilho.
E também um relógio de algibeira, que foi apresentado.
E assim sequestradas, e apreendidas judicialmente ...

AVALIAÇÕES

(...)
Manuel José Bessa, relojoeiro nesta Cidade do Rio de Janeiro, etc. Certifico, debaixo de juramento, que avaliei um relógio inglês com duas caixas de prata, uma de tartaruga, e mostrador de esmalte dectructos (sic) S. Ellios de nº. 5.503, com uma liga azul com três fivelinhas de prata com suas pedras de massa no valor tudo de doze mil e oitocentos réis, cujo relógio me foi mostrado, e dito ser pertencente ao Alferes da Cavalaria de Minas, Joaquim José da Silva Xavier. E para constar, passei a presente, por mim somente assinada, por ordem do Desembargador José Pedro Machado Coelho Torres. Nesta Cidade do Rio de Janeiro, aos 30 de outubro de 1789.
Manoel José de Bessa (V. 6, ADIM, p. 240).
O relógio foi arrematado por José Mariano Azeredo Coutinho, “com 600 réis sobre a avaliação.” (V. 6, ADIM, p. 254-255).
Fonte: AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA. 2 ed. Brasília, Câmara dos Deputados; Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais,1982. V. 6.
O documento original referente aos Autos de Sequestro de Bens de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, encontram-se atualmente no Arquivo Nacional, localizado no Rio de Janeiro.

CONJURAÇÃO MINEIRA – O MOVIMENTO

A Conjuração Mineira (1789) foi um movimento que manifestou o descontentamento de um grupo de intelectuais, mineradores, fazendeiros, clérigos e militares com as inúmeras taxações da Coroa portuguesa, particularmente pesadas devido ao esgotamento da mineração de diamantes e do ouro de aluvião das Gerais. Entusiastas das idéias liberais aprendidas nos livros "franceses", proibidos na Colônia, ou nas universidades européias, os conjurados defendiam a livre produção e comércio, o desenvolvimento das manufaturas têxteis e da siderurgia, a fundação de uma universidade em Vila Rica e a mudança da capital de Minas Gerais para São João del Rei.
O projeto dos inconfidentes não incluía a abolição da escravidão. Para a data do levante foi escolhida a da cobrança da derrama, o que não aconteceu pela traição de Joaquim Silvério dos Reis, que teve perdoado seu débito com a Fazenda Real. Os conjurados foram presos em Minas Gerais por ordem do Visconde de Barbacena e Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) foi detido no Rio por diligência do Vice-Rei Luís de Vasconcelos e Sousa.
O processo prolongou-se até 1792, no Rio de Janeiro, para onde haviam sido conduzidos os acusados. A primeira sentença da Alçada de Inconfidência condenou onze à morte e outros ao degredo perpétuo na África. Esta decisão foi posteriormente modificada: punia Tiradentes com a forca, enquanto Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e outros recebiam a pena de exílio em possessões portuguesas na África.
Os padres, entre eles o cônego Luís Vieira da Silva, foram enviados para conventos penitenciários em Portugal. A documentação foi recolhida pela Secretaria dos Negócios do Império, em 1874 e pela Comarca de Ouro Preto, em 1888.
Fonte:  www.revistamuseu.com.br
Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier (1746-21/4/1792) nasce em São João del Rei.
Órfão de mãe desde os 9 anos e de pai a partir dos 11, é criado pelo padrinho em Vila Rica, atual Ouro Preto.
Exerce os ofícios de tropeiro, minerador e dentista – de onde vem o apelido Tiradentes.
Entra na conspiração depois de se tornar alferes (o equivalente a soldado na época) do Regimento dos Dragões de Minas Gerais.
Tiradentes
Soldado mineiro (1746-1792). Único integrante da Inconfidência Mineira, movimento pela independência do Brasil, a ser executado
Como não tem ligação familiar com a aristocracia local, é sistematicamente preterido nas promoções.
Passa a fazer parte da Inconfidência Mineira após conhecer Domingos Barbosa e José Álvares Maciel, dois outros integrantes do movimento, no Rio de Janeiro.
Adere a ele com energia e vigor e se torna uma figura bastante atuante desde o início.
Hábil na comunicação, ajuda a organizá-lo, até ser preso, em 1789, data em que a conspiração é descoberta.
O processo contra os inconfidentes arrasta-se até 1792 e termina com a condenação à forca de 11 dos réus e à prisão perpétua e ao açoite dos demais em praça pública.
De todos os condenados à morte, somente Tiradentes é executado.
Enforcado no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, seu corpo é esquartejado e a cabeça exposta na praça central de Vila Rica.
A pena inclui ainda a queima total de sua casa e tanto ele quanto seus descendentes passam a ser considerados infames.
Referências bibliográficas
Almanaque Abril.Quem é quem na história do Brasil.São Paulo, Abril Multimídia, 2000.
Fonte:  www.meusestudos.com
Tiradentes
1746-1792
Nascido na Fazenda do Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo (MG), tropeiro, mascate, dentista prático (daí o apelido), Joaquim José da Silva Xavier tentou a carreira militar, chegando ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Rural.
Tiradentes
Tiradentes
Foi na tropa que entrou em contato com as idéias iluministas que o entusiasmaram e inspirariam a Conjuração Mineira, a primeira revolta no Brasil Colônia a manifestar claramente a intenção de romper laços com Portugal, marcando o início do processo de emancipação política do Brasil.
Delatada por Joaquim Silvério dos Reis, a conspiração foi atribuída exclusivamente a Tiradentes. Condenado à morte, foi enforcado em 21 de abril de 1792 e teve seu corpo esquartejado, e os pedaços, espalhados pelos lugares onde ele fizera a pregação da liberdade. É o mais celebrado patriota brasileiro.
Fonte:  www.camara.gov.br
Tiradentes

CARTA DE DENÚNCIA DE JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS

Meu Senhor: - Pela forçosa obrigação que tenho de ser leal vassalo à nossa Augusta Soberana, ainda apesar de se me tirar a vida, como logo se me protestou na ocasião em que fui convidado para a sublevação que se intenta, prontamente passeia pôr na presença de V.
Excia. o seguinte: - Em o mês de fevereiro deste presente ano; vindo da revista do meu Regimento, encontrei no arraial da Laje o Sargento-Mor Luís Vaz de Toledo; e falando-me em que se botavam abaixo os novos Regimentos, porque V. Excia. assim o havia dito, é verdade que eu me mostrei sentido e queixei-me ao sargento-mor: me tinha enganado, porque em nome da dita Senhora se me havia dado uma patente de coronel, chefe do meu Regimento, com o qual me tinha desvelado em o regular e fardar, e muita parte à minha custa e que não podia levar à paciência ver reduzido à inação o fruto do meu desvelo, sem que eu tivesse faltas do real serviço; e juntando mais algumas palavras em desafogo da minha paixão.
Foi Deus servido que isso acontecesse para se conhecer a falsidade que se fulmina.
No mesmo dia viemos dormir à casa do Capitão José de Resende; e chamando-me a um quarto particular, de noite, o dito Sargento-Mor Luís Vaz, pensando que o meu ânimo estava disposto para seguir a nova conjuração pelos sentimentos e queixas que me tinha ouvido, passou o dito sargento-mor a participar- me, debaixo de todo o segredo, o seguinte:
Que o Desembargador Tomás Antônio Gonzaga, primeiro cabeça da conjuração, havia acabado o lugar de ouvidor dessa Comarca, e que, isto posto, se achava há muitos meses nessa vila, sem se recolher a seu lugar da Bahia, com o frívolo pretexto de um casamento, que tudo é idéia porque já se achava fabricando leis para o novo regime da sublevação que se tinha disposto da forma seguinte:
Procurou o dito Gonzaga o partido e união do Coronel Inácio José de Alvarenga e do Padre José da Silva e Oliveira, e outros mais, todos filhos da América, valendo-se para seduzir a outros do Alferes (pago) Joaquim José da Silva Xavier; e que o dito Gonzaga havia disposto da forma seguinte: que o dito Coronel Alvarenga havia mandar 200 homens pés-rapados da Campanha, paragem onde mora o dito Coronel; e outros 200, o dito Padre José da Silva; e que haviam de acompanhar a este vários sujeitos, que já passam de 60, dos principais destas Minas; e que estes pés-rapados, haviam de vir armados de espingardas e facões, e que não haviam de vir juntos para não causar desconfiança; e que estivessem dispersos, porém perto da Vila Rica, e prontos à primeira voz; e que a senha para o assalto haviam ser cartas dizendo tal dia é o batizado; e que podiam ir seguros porque o comandante da Tropa Paga, tenente-coronel Francisco de Paula, estava pela parte do levante e mais alguns oficiais, ainda que o mesmo sargento-mor me disse que o dito Gonzaga e seus parciais estavam desgostosos pela frouxidão que encontravam no dito comandante e que, por essa causa, se não tinha concluído o dito levante.
E que a primeira cabeça que se havia de cortar era a de V.Excia. e depois, pegando-lhe pelos cabelos, se havia de fazer uma fala ao povo que já estava escrita pelo dito Gonzaga; e para sossegar o dito povo se havia levantar os tributos; e que logo passaria a cortar a cabeça do Ouvidor dessa vila, Pedro José de Araújo, e ao Escrivão da Junta, Carlos José da Silva, e ao Ajudante-de-Ordens Antônio Xavier; porque estes haviam seguir o partido de V. Excia. e que, como o Intendente era amigo dele, dito Gonzaga, haviam ver se o reduziam a segui-los; quando duvidasse, também se lhe cortaria a cabeça.
Para este intento me convidaram e se me pediu mandasse vir alguns barris de pólvora, o que outros já tinham mandado vir; e que procuravam o meu partido por saberem que eu devia a Sua Majestade quantia avultada; e que esta logo me seria perdoada; e quê, como eu tinha muitas fazendas e 200 e tantos escravos, me seguravam fazer um dos grandes; e o dito sargento-mor me declarou vários entrados neste levante; e que se eu descobrisse, se me havia tirar a vida como já tinham feito a certo sujeito da Comarca de Sabará. Passados poucos dias fui à Vila de São José, aonde o vigário da mesma, Carlos Correia, me fez certo quanto o dito sargento-mor me havia contado; e disse-me mais: que era tão certo que estando o dito pronto para seguir para Portugal, para o que já havia feito demissão da sua igreja a seu irmão, o dito Gonzaga lhe embaraçara a jornada fazendo-lhe certo que com brevidade cá o poderiam fazer feliz, e que por este motivo suspendera a viagem.
Disse-me o dito Vigário que vira já parte das novas leis fabricadas pelo dito Gonzaga e que tudo lhe agradava menos a determinação de matarem a V. Excia. e que ele, dito Vigário, dera o parecer ao dito Gonzaga que mandasse antes a V. Excia. botá-lo do Paraibuna abaixo e mais a Senhora Viscondessa e seus meninos, porque V. Excia. em nada era culpado e que se compadecia do desamparo em que ficavam a dita senhora e seus filhos com a falta de seu pai; ao que lhe respondeu o dito Gonzaga que era a primeira cabeça que se havia de cortar porque o bem comum prevalece ao particular e que os povos que estivessem neutros, logo que vissem o seu General morto, se uniriam ao seu partido.
Fez-me certo este Vigário, que, para esta conjuração, trabalhava fortemente o dito Alferes Pago Joaquim José, e que já naquela comarca tinha unido ao seu partido um grande séquito; e que cedo havia partir para a capital do Rio de Janeiro a dispor alguns sujeitos, pois o seu intento era também cortar a cabeça do Senhor Vice-Rei; e que já na dita cidade tinham bastante parciais.
Meu senhor, eu encontrei o dito Alferes, em dias de março, em marcha para aquela cidade, e pelas palavras que me disse me fez certo o seu intento e do ânimo que levava; e consta-me, por alguns da parcialidade, que o dito Alferes se acha trabalhando este particular e que a demora desta conjuração era enquanto se não publicava a derrama; porém que, quanto tardasse, sempre se faria.
Ponho todos estes tão importantes particulares na presença de V. Excia. pela obrigação que tenho de fidelidade, não porque o meu instinto nem vontade sejam de ver a ruma de pessoa alguma, o que espero em Deus que, com o bom discurso de V. Excia., há de acautelar tudo e dar as providências sem perdição de vassalos. 0 prêmio que peço tão somente a V. Excia., é o rogar-lhe que, pelo amor de Deus, se não perca a ninguém.
Meu senhor, mais algumas coisas tenho colhido e vou continuando na mesma diligência, o que tudo farei ver a V. Excia. quando me determinar. Que o céu ajude e ampare a V. Excia. para o bom êxito de tudo. Beijo os pés de V. Excia., o mais humilde súdito.
Joaquim Silvério dos Reis, Coronel de Cavalaria dos Campos Gerais.
Fonte:  www.terra.com.br

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