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terça-feira, 6 de maio de 2014

Cientistas do Paraná criam teste único para sete doenças do sangue.

Instituto sediado no estado desenvolve o método desde 2009 e deve finalizá-lo ainda neste ano. Depois disso, pesquisadores buscarão um fabricante
Jonathan Campos/Gazeta do Povo 
Método em desenvolvimento deve substituir sete testes diferentes por apenas um, e com resultado final saindo em minutos
Um grande avanço no diagnóstico de doenças do sangue está sendo gestado com sotaque paranaense. A tecnologia de ponta – desenvolvida em laboratórios científicos de Curitiba – vai tornar possível saber, a partir de um único teste e em questão de minutos, se um paciente é portador dos vírus HIV e HTLV e de doenças como a de Chagas, sífilis e hepatite B e C. De baixíssimo custo e portátil, o método será facilmente levado às comunidades mais afastadas. Portanto, terá potencial para ser usado como um grande trunfo no combate a essas moléstias e no controle sanitário.
O projeto é desenvolvido desde 2009 pelo Instituto Nacional de Inovação em Diagnósticos para a Saúde Pública (Indi-Saúde), sob coordenação da FioCruz, em Curitiba. A pesquisa pioneira envolve mais de 40 cientistas de áreas distintas, como Biologia Molecular, Nanotecnologia, Imunologia, Engenharia Eletrônica, Física e Robótica. Dezenas de cérebros privilegiados debruçados em torno de um objetivo comum.
Os pesquisadores chegaram a dispositivos “multitestes” que permitem o diagnóstico rápido, confiável e barato de várias doenças do sangue, em um único exame. O método é baseado em um chip multi-fluídico (um disco de cerca de cinco centímetros de diâmetro), ao centro do qual se pinga uma gota do sangue do paciente. O produto é inserido em um aparelho (do tamanho de uma garrafa de um litro) que faz a “leitura” do material. Em 20 minutos, tem-se um diagnóstico, de uma só vez. (veja no gráfico nesta página).
“É uma tecnologia que poderá ser levada a lugares pequenos e fazer o teste na hora. Você pode pôr o aparelho em um barco, por exemplo, e ir a uma comunidade isolada do Amazonas”, afirma o físico Wido Herwig Schreiner, vice-­coordenador do Indi-Saúde.
Hoje, é necessário fazer um teste para cada tipo de doença. Via de regra, os exames são feitos em clínicas de diagnóstico, que trabalham com máquinas e insumos importados – geralmente dos Estados Unidos – e cujo resultado demora dias para ser revelado. Além de significar independência em relação à tecnologia estrangeira, o modelo “paranaense” implicará em economia: estima-se que cada teste não custe mais de US$ 10.
“A economia vai ser de centenas milhões de reais ao ano. Ao invés de fazer sete reações, você faz uma só. Só aí, você já tem seis testes de economia”, diz o professor Samuel Goldenberg, coordenador do Indi-Saúde.
O desenvolvimento da tecnologia deve ser finalizado formalmente ainda neste ano. Em seguida, o produto poderá ser submetido à análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e ao licenciamento do Ministério da Saúde. Aí, começa uma nova luta: conseguir uma empresa para fabricá-lo em larga escala.


Estudo também foca doenças negligenciadas 

Os estudos do Indi-Saúde também focam nas chamadas “doenças negligenciadas”, definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como aquelas causadas por agentes infecciosos e parasitários, que são endêmicas em população de baixa renda, como dengue e malária, por exemplo.
Uma pesquisa divulgada em novembro de 2013 pela OMS, Médicos Sem Fronteiras (MSF) e três universidades europeias apontou que dos 850 medicamentos e vacinas surgidos entre 2000 e 2011, apenas 4% se destinavam às doenças negligenciadas. E dos quase 150 mil estudos clínicos para novos produtos, apenas 1% era voltado a este tipo de enfermidade.
“É muito comum que a indústria farmacêutica mundial não se foque nessas doenças, por dois motivos simples: são males que acometem países pobres e que não se revertem em dinheiro. Então, este é um problema de saúde pública estratégico para o Brasil. E é algo que reforça a importância social da nossa pesquisa”, diz Arandi Bezerra Júnior.


Gazeta do Povo

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