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domingo, 30 de novembro de 2014

Como as questões hormonais influenciam o envelhecimento biológico. "As mulheres estão querendo muito viver e os homens esperam a morte chegar", diz especialista.

"As mulheres estão querendo muito viver e os homens esperam a morte chegar", diz especialista.
Foto: Reprodução / Reprodução

Lara Ely e Maria Rita Horn

Se muda a forma como homens e mulheres reagem ao processo de envelhecimento, o desgaste do organismo de ambos os sexos é parecido — salvo nos aspectos hormonais. Mas como elas se preocupam mais com a saúde e se cuidam mais, dão um banho nos homens em termos de longevidade: vivem oito anos a mais, conforme dados do IBGE.

— As mulheres estão querendo muito viver e os homens esperam a morte chegar. Enquanto elas fazem mil e uma atividades, eles ficam à frente da televisão — constata o professor de dança Vitor Hansen ao observar a disposição de suas alunas sexagenárias.

Geriatra do Hospital São Lucas da PUCRS, Newton Luiz Terra sugere que a questão hormonal está no cerne das diferenças biológicas do envelhecimento. Segundo ele, os padrões mais agressivos ou desleixados no comportamento masculino em relação à própria saúde podem estar associados à testosterona.

— Os homens estão expostos porque fumam, bebem e se estressam mais, se expondo com facilidade a situações de risco que podem comprometer seu bem-estar. Elas são mais disciplinadas, fazem checkups, leem sobre a saúde, praticam exercícios. Por isso acabam vivendo mais — resume, dizendo que o aspecto cultural está atrelado.

O que parece excesso de zelo das mulheres, no fundo pode ser uma necessidade fisiológica, já que os sintomas da velhice se apresentam muito mais cedo para as damas do que para os cavalheiros. Precisamente, chegam 20 anos antes, entre os 45 e 55 anos, quando os níveis de estrogênio despencam, decretando a morte da idade reprodutiva.

— Há uma tendência muito forte de diminuir mais a libido na mulher do que no homem. Isso faz com que ela se sinta menos atraente, vaidosa, com baixa autoestima. Sem libido, muitas coisas deixam de evoluir. Perde a graça e o interesse pela vida — explica Berenice Maria Werle, geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Até encontrarem as estratégias corretas para combater sintomas da menopausa (além da diminuição da libido, elas sofrem com secura vaginal, perda óssea, fogachos e alterações de humor), vão-se rios de dinheiro em consultas médicas, cirurgias plásticas, antidepressivos e incursões a farmácias. Tudo para tentar entender o tal lado bom da "melhor idade". Mas elas encontram.

Usados para conter os efeitos da menopausa no passado, os hormônios sintéticos começaram a ser associados a doenças cardiovasculares, como trombose, angina, enfarto e AVC, o que tornou os médicos mais criteriosos na sua recomendação, passando a substituí-los por hormônios fitoterápicos e antidepressivos. De tempos para cá, a principal recomendação passou a ser a mudança no estilo de vida, com foco na alimentação e na atividade física. Elas, em geral, cumprem à risca, enfatiza Terra.

Para eles, as alterações hormonais aparecem perto dos 70 anos e são, digamos assim, bem mais discretas, já que o processo é lento e gradual. A maioria segue acreditando que é forte, viril e potente, até começarem as primeiras baixas na testosterona do organismo. A autoimagem segue praticamente inabalável enquanto não chegam a esta fase, a menos que deparem com a falta de produtividade, uma limitação física ou dificuldade de ereção.

"A não aceitação da própria idade é, para os pesquisados, o verdadeiro problema do mau envelhecimento", diz trecho do livro A Bela Velhice, de Mirian Goldenberg. Em pesquisa da antropóloga, homens e mulheres não divergem neste conceito: "a risada é um tipo de prevenção contra o envelhecimento físico e mental".




DIÁRIO GAÚCHO

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