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sábado, 5 de julho de 2014

10 superpoderes femininos cientificamente comprovados.


Por Jéssica Maes

Não há dúvidas de que nós, mulheres, somos algumas das criaturas mais mal compreendidas de todos os tempos. E, não, não estou falando daquelas piadinhas sem graça usadas por tantos homens de que “não dá para entender as mulheres”, “mulheres não fazem sentido” ou coisas do gênero. Com séculos de opressão nas costas, muito do universo feminino só vem sendo estudado recentemente e, com isso, os mais diversos mitos têm sido colocados abaixo.

Para além destes enganos, nós ainda possuímos uma infinidade de habilidades incríveis que a ciência está apenas começando a entender. Estudos recentes têm mostrado que muitas coisas que eram atribuídas a um tal de “sexto sentido feminino” realmente existem. Tenho certeza de que, como eu, muitos de vocês, leitores, também vão se surpreender com a lista abaixo.

10. Nós conseguimos reconhecer traidores à primeira vista
Don Juans do mundo, atenção. Aparentemente, as mulheres têm a incrível capacidade de dizer se um homem é um traidor só de olhar para o rosto dele. Quando os cientistas de uma universidade australiana pediram a 34 mulheres para olhar para fotografias de dezenas de homens diferentes e identificar quais eram infiéis, as participantes acertaram 62% das vezes. As mulheres pareciam basear suas decisões sobre o quão masculinos – mas não necessariamente atraentes – os homens da foto pareciam e esses homens viris eram, de fato, muito mais propensos a trair suas parceiras.
Por outro lado, as contrapartes masculinas do estudo erroneamente concluíram que 77% das mulheres mostradas a eles eram infiéis. Os cientistas deduziram que as mulheres podem ter desenvolvido essa habilidade porque, historicamente, tinham muito mais a perder em casos de infidelidade. Enquanto o homem teria apenas de criar filhos de outro homem, a mulher poderia perder os recursos necessários para os seus próprios filhos para a prole de outra mulher.

9. Nós percebemos mais cores
Quantas cores tem um arco-íris? Na verdade, não há uma resposta definitiva para esta pergunta. Para as mulheres, o número é muito maior. De acordo com Israel Abramov, um respeitado cientista, as mulheres podem ver as diferenças de cores muito melhor do que os homens. Ou seja, quando você pede para o seu marido te alcançar a blusa bege clara e ele te entrega uma cor de champagne, a culpa pode não ser totalmente dele.
Tendo estudado a visão humana por meio século, Abramov descobriu que, enquanto os homens eram melhores em ver os objetos se moverem através de sua linha de visão, as mulheres eram melhores em identificar as disparidades sutis entre diferentes matizes. Abramov postulou que as mulheres desenvolveram esta habilidade antes do início do período agrícola, quando precisavam escolher com cuidado a vegetação comestível, enquanto os homens caçavam por comida.
Além disso, existe um pequeno grupo de mulheres conhecidas como “tetracromatas“, que têm a capacidade para perceber 100 milhões de cores diferentes porque possuem quatro tipos de cones na retina, ao invés de três. Esses cones adicionais permitem que os seus cérebros combinem mais cores. Levou décadas para que os cientistas encontrassem tal pessoa, mas a pesquisadora Gabriele Jordan conseguiu, em 2007, identificar uma médica do norte da Inglaterra como a primeira tetracromata conhecida. Gabriele tem certeza de que há muitas mais por aí.


8. Enjoo matinal salva vidas
Nada de medicações para parar com os enjoos matinais, grávidas: os cientistas Paul Sherman e Samuel Flaxman afirmaram que, na verdade, eles são um mecanismo de defesa para proteger a futura mamãe e seu feto de parasitas e toxinas prejudiciais encontrados principalmente em carnes, peixes e produtos avícolas. Os cientistas descobriram que este tipo de sintoma ocorre especialmente durante os primeiros estágios do desenvolvimento fetal, quando o bebê é mais vulnerável, e vai diminuindo gradualmente durante a última parte da gravidez.
Além disso, de acordo com os pesquisadores, mulheres que têm crises de enjoo e vômitos mais fortes sofrem menos incidentes de aborto. Do ponto de vista evolutivo, esta adaptação permitiu o crescimento da prole saudável e garantiu a sobrevivência da raça humana.


7. Orgasmos obstétricos
Enquanto o prazer é provavelmente a última sensação que nós associamos com o parto, algumas mulheres sentem exatamente isso. Em um estudo de 2013, o psicólogo francês Thierry Postel entrevistou mais de 900 parteiras que confirmaram que, dos mais de 200 mil nascimentos assistidos por elas, pelo menos 668 mulheres relataram ter um orgasmo.
Ainda que Postel tenha sido o primeiro a organizar os números, o fenômeno do orgasmo obstétrico já tinha sido revelado ao público com o documentário “Orgasmic Birth: The Best-Kept Secret”, de 2008, sem nome oficial em português (“Parto orgásmico: O segredo mais bem guardado”, em tradução livre). A diretora, Debra Pascali-Bonaro, afirmou que, como Postel entrevistou as parteiras ao invés das mães, o número de incidentes pode ser ainda maior do que o que foi relatado.
O psicólogo Barry Komisaruk concordou que, fisiologicamente, “o parto orgásmico não é surpresa alguma”, já que o processo pode estimular zonas erógenas da mulher. Ainda assim, Komisaruk disse que a experiência de parto é totalmente dependente da anatomia única de cada mãe: algumas podem sentir prazer, mas muitas outras sentem dor.

6. Estresse nos torna mais empáticas
De prazos a contas, o estresse está ao nosso redor e, aparentemente, as mulheres se dão bem com ele. De acordo com um estudo de 2014 publicado na revista “Psychoneuroendocrinology”, as mulheres sob estresse tendem se aproximar mais dos outros, enquanto os homens se tornam mais egoístas e incapazes de compreender as pessoas ao seu redor. Segundo Giorgia Silani, a principal pesquisadora do estudo, a descoberta é surpreendente. A cientista esperava que os participantes de ambos os sexos se tornassem menos compreensivos quando submetidos ao estresse durante o estudo, que testou áreas do funcionamento motor, emocional e cognitivo.
Silani tem duas explicações possíveis para o porquê de as mulheres estressadas serem mais compreensivas. A primeira é que é socialmente aceito que as mulheres procurem a ajuda de outras pessoas em momentos de dificuldade, enquanto os homens são encorajados a resolver problemas de forma independente. Também pode haver fatores hormonais em jogo, já que altos níveis de oxitocina produzidos pelo organismo feminino podem deixá-las mais sociáveis do que os homens.


5. Temos sistemas imunológicos mais fortes
“Dizem que a mulher é o sexo frágil; mas que mentira absurda”. Erasmo Carlos é que sabe das coisas. Isso porque as mulheres têm sistema imunológico mais forte do que os homens, graças a algumas diferenças biológicas fundamentais. De acordo com cientistas da Universidade de Ghent (Bélgica), o cromossomo X extra significa as mulheres têm mais microRNA, o que pode fortalecer o sistema imunológico e inibir o crescimento do câncer. Já em outro estudo, a pesquisadora Maya Saleh descobriu que o estrogênio impediu a criação de uma enzima denominada Caspase-12, que interfere com o processo inflamatório.
Um estudo da Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio também descobriu que o sistema imunológico das mulheres envelhece mais lentamente. Katsuiku Hirokawa, principal autor da pesquisa, sugeriu que esta poderia ser a razão pela qual as mulheres tendem a viver mais do que os homens. Outra pesquisa, desta vez da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford (EUA), também ligou altos níveis de testosterona a uma resposta imunitária reduzida, tornando os homens mais susceptíveis a doenças infecciosas do que as mulheres.

4. Nossas lágrimas – não a nossa tristeza – podem fazer os homens broxarem
De acordo com um estudo de 2011, um produto químico desconhecido encontrado nas lágrimas emocionais de mulheres efetivamente reduziu os níveis de testosterona – e, portanto, a excitação sexual – de participantes do sexo masculino que foram expostos a ele. Em seguida, os homens avaliaram fotografias de mulheres atraentes em níveis muito mais baixos do que o habitual e imagens de ressonância magnética de seus cérebros mostraram que eles não estavam nem um pouco excitados.
De um ponto de vista evolutivo, isso teria sido benéfico para a eficiência do acasalamento, já que uma mulher fica mais propensa a chorar quando ela está em seu mínimo fértil, ou seja, durante e logo antes da menstruação. No entanto, um dos pesquisadores, Noam Sobel, alertou que ainda é muito cedo para se chegar a uma conclusão definitiva, pois ainda existem muitos fatores que podem estar em jogo. Ele aconselhou que mais pesquisas devem ser feitas, a fim de compreender verdadeiramente as lágrimas das mulheres.

3. Nosso “gaydar” fica mais afiado durante a ovulação
Já foi provado que o gaydar – ou seja, a capacidade de determinar a orientação sexual de alguém só de olhar – é uma coisa real, e de acordo com um estudo de 2011, o das mulheres que ovulam são especialmente aguçados. Liderados por Nicholas Rule, cientistas da Universidade de Toronto (Canadá) fizeram três testes com 40 mulheres para confirmar sua hipótese de que as ovulando são mais capazes de determinar a orientação sexual de um homem.
Os pesquisadores descobriram que, quanto mais fértil a mulher, mais precisamente ela identificou os rostos de homens homossexuais mostrados em fotos diferentes. Eles também descobriram que as mulheres que foram convidados a ler uma história erótica antes de a mesma experiência se saíam ainda melhor. De acordo Rule, esta é uma evidência de que a evolução deu uma mãozinha para as mulheres férteis acasalarem. Como as mulheres produzem um número limitado de óvulos durante sua vida, evolutivamente precisam ter muito cuidado na escolha de seus parceiros em potencial.

2. Melhor senso de perigo
De um modo geral, as mulheres são bastante protetoras de sua prole. Uma nova pesquisa mostrou que este cuidado, na verdade, chega antes mesmo de seus filhos terem nascido. Em um estudo publicado em 2012, Nobuo Masataka e Masahiro Nabasaki, pesquisadores da Universidade de Quioto, testaram a capacidade de detectar cobras escondidas em fotografias de 60 participantes do sexo feminino em idade fértil. Eles descobriram que as mulheres identificaram as cobras mais rapidamente durante a sua fase lútea (dias após a ovulação) de seu ciclo menstrual.
Os pesquisadores teorizaram que o aumento dos níveis de progesterona, juntamente com hormônios como o cortisol e estradiol, que ocorre durante a fase lútea, poderia desempenhar um papel fundamental no aumento da ansiedade de uma mulher e das capacidades de detecção de perigo. Como esta é a fase em que uma mulher poderia estar grávida sem saber, seria natural que seu corpo evoluísse para se proteger durante este período.

1. Nós somos mestres das multitarefas
Em 2013, uma equipe de psicólogos do Reino Unido conduziu dois experimentos que pareciam ilustrar a superioridade das mulheres no quesito multitarefa. No primeiro experimento, eles pediram a homens e mulheres que realizassem diferentes atividades em um computador, como contar e reconhecer formas. Embora ambos os grupos tenham conseguido realizar cada tarefa rapidamente em separado, os pesquisadores descobriram que os homens as executavam mais lentamente do que as mulheres quando as tarefas eram rapidamente alternadas.
No segundo experimento, eles pediram que os dois grupos executassem atividades espaciais, tais como encontrar restaurantes em um mapa e achar chaves perdidas em um campo enquanto respondiam a algumas perguntas simples de matemática e falavam ao telefone. Eles receberam um prazo de oito minutos para completar as tarefas. Neste experimento, os pesquisadores descobriram que as mulheres são muito mais metódicas e organizadas do que os homens.
Para os pesquisadores, isso abre todo um novo campo de questões interessantes. Por exemplo, se, de fato, a habilidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo beneficiou nossos antepassados. Enquanto isto poderia ter ajudado as mulheres, pode ter sido prejudicial para os homens, especialmente quando precisavam executar tarefas importantes, como caçar sem ser distraídos. Curiosamente, estudos diferentes têm mostrado que os homens são, na realidade, melhores em multitarefas, mas parece que isso depende muito de qual a tarefa em questão. Isto se encaixa na teoria de que homens e mulheres evoluíram para atuar em diferentes capacidades, dividindo as tarefas necessárias para o sucesso da prole. [Listverse, Science Daily,BBC, GMA News]

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