Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, assumirá o mais alto posto da Petrobras, em substituição à Maria das Graças Foster, que deixa o cargo nesta sexta-feira (6). Segundo comunicado oficial do Banco do Brasil, divulgado no começo desta tarde, Bendine e Ivan de Souza Monteiro (vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores) renunciaram aos cargos na instituição hoje.
Próximo à cúpula petista, Bendine era cotado em dezembro para assumir a direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O executivo que começou a carreira no Banco do Brasil aos 15 anos como estagiário, chegou à presidência da instituição financeira, em abril de 2009, por indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega – sob a benção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na ocasião, o governo petista estaria insatisfeito com a lentidão na queda das taxas cobradas pelo banco e essa foi a missão dada ao novato: reduzir as taxas de juros cobradas pelo banco e, assim, elevar o nível do crédito emprestado e volume de recursos ao consumidor. Ele tinha de se firmar como o quarto presidente do BB durante o governo Lula. E conseguiu.
A destreza de Aldemir Bendine para dissipar nevoeiros foi exatamente um dos fatores que o levaram ao cargo. Nuvens carregadas pairavam sobre o banco quando Bendine assumiu a presidência. Seu antecessor, Antônio Francisco Lima Neto, havia sido esquartejado em praça pública pelo próprio presidente Lula, que, na ocasião, disparou pesadas críticas às taxas de juros praticadas pela instituição. Mais uma vez, o BB se via diante de seu grande dilema existencial: ser banco ou ser do Brasil? Harmonizar seus interesses comerciais com o figurino de agente econômico e indutor de políticas públicas sempre foi, é e será um dos maiores desafios do BB. Desafio este potencializado pelas circunstâncias daquele momento: de um lado, a opção do governo por um modelo econômico privilegiando o consumo: do outro, uma crise internacional que sugou a liquidez dos mercados.
Em sua gestão, a carteira de crédito do Banco do Brasil quase duplicou: saiu de R$ 300 bilhões em 2009 para R$ 520 bilhões ao fim de 2012. O salto reflete o crescimento da instituição em segmentos nevrálgicos, como o financiamento imobiliário, que nunca foi exatamente o forte da casa. No mesmo período, o total de ativos do BB subiu de R$ 700 bilhões para mais de R$ 1 trilhão. No ano passado, o banco registrou o maior lucro da sua história: R$ 12 bilhões.
Em 2010, Bendine protagonizou um briga pública pela indicação do nome do presidente da Previ (maior fundo de pensão da América Latina, do Banco do Brasil). Bendine brigava nos bastidores com Sérgio Rosa (então presidente da Previ). A peleja foi recheada de acusações de ambas partes, que vazavam sistematicamente para a imprensa, mas Bendine viu seu candidato favorito, o vice-presidente de Negócios de Varejo, Paulo Caffarelli, ser rejeitado por Lula, que indicou Ricardo Flores, executivo com longa carreira no banco. Flores era vice-presidente de Crédito do Banco do Brasil.
Nascido em 10 de dezembro de 1963, em Paraguaçu Paulista (SP), Aldemir Bendine – ou “Dida” para os amigos de longa data. Em 1982 foi efetivado no BB como concursado. Cumpriu uma longa travessia dentro da instituição. Além da experiência no “chão de fábrica” da agência bancária, foi assessor na Superintendência de São Paulo, gerente-executivo da diretoria de Varejo e secretário-executivo do Conselho Diretor.
Em 2006 e 2009, cumpriu a última estação antes de desembarcar na presidência do banco, ao ocupar a vice-presidência de Varejo. Ao contrário de outros dirigentes de bancos públicos que fizeram carreira caminhando no limiar do sindicalismo, Bendine nunca se filiou a qualquer partido político, embora seu nome seja sempre associado ao Partido dos Trabalhadores.
Presidente do Banco do Brasil e membro do Conselho de Administração, Bendine é Bacharel em Administração de Empresas, cursou MBA em Finanças e em Formação Geral para Altos Executivos. Da vida pessoal, sabe-se que é fã de Queen e torcedor do Palmeiras.
Fonte: iG
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