Durante encontro, Lula lamenta que o PT tenha ficado igual aos outros partidos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admite que o PT sofreu desgastes no governo e lamenta que o partido tenha repetido vícios que envergonham. Segundo ele, o PT pratica vícios que o partido sempre criticou na política tradicional. “É neste ambiente que alguns cometem desvios que nos envergonham. Precisamos dar um fim a essa situação”, discursou ele, no aniversário de 35 anos do PT, em Belo Horizonte, na última sexta-feira à noite.
Num discurso aos militantes, ele lamentou que “o PT tem se tornado cada vez mais um partido igual aos outros”. O ex-presidente explicou: “Cada vez mais deixando de ser um partido de base para se transformar num partido de gabinete”.
Para Lula, muitos petistas “estão mais preocupados em se manter nos cargos. E essa é a origem dos vícios da militância paga”. No discurso, ele comparou a adoção de medidas amargas na área econômica ao tratamento contra o câncer a que ele é Dilma foram submetidos. Para justificar, ele disse que eles mesmos são obrigados a tomar medidas que não querem. Mas apoiou a presidente.
“Faça o que tiver que fazer. Faça, Dilma. Um erro desastroso nosso seria não atender ao povo brasileiro”. Lula disse que ficou tão indignado com a condução coercitiva do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depor à Polícia Federal, que preferiu ler seu discurso. “Eles estão repetindo o mesmo ritual que começou em 2005, quando começaram as denúncias que eles chamaram de mensalão”, afirmou. “Na campanha, Dilma foi vítima disso como poucas vezes vi ser”, acrescentou.
A presidente Dilma Rousseff também falou e disse quem errou precisa pagar, “mas individualmente”. Ela defendeu apuração rigorosa de denúncias, mas defendeu a Petrobras.
Imprensa
Lula também criticou a atuação da imprensa. “Achamos que tudo que acontece tem que de ser informado. O critério da mídia é da criminalização do Partido dos Trabalhadores, desde que nós chegamos ao governo. Eles trabalham com a convicção de que é preciso criminalizar o partido, não importa se é verdade ou não é verdade. O que importa é a construção da narrativa”, disse.
Chamando o ex-presidente FHC de “príncipe da sociologia”, Lula disse que a oposição não tem autoridade para atacar o governo. “Nossos adversários não se incomodam do prejuízo que causaram à Petrobras e ao Brasil. Eles vão prestar contas à história”, concluiu.
Fonte: O Povo
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