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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Estar só nem sempre significa solidão

Ilustração: Lumi Mae

Ilustração: Lumi Mae

COMENTANDO A PERGUNTA DA SEMANA

As respostas se dividiram entre as pessoas que responderam à enquete sobre temer não ter um par amoroso fixo. As mentalidades estão mudando, mas ainda encontramos muitos casos como a mensagem que recebi de uma internauta.
“Tenho 38 anos e estou muito mal pelo fato de nunca ter me casado. Não sei por que meus namoros duram tão pouco. Já pensei até que deve ter algo muito errado em mim. Todas as minhas amigas se casaram, e eu continuo sem ter com quem ir ao cinema. No último dia dos namorados fiquei deprimida. Não sei se funciona, mas já pensei até em procurar uma agência de casamento. Sou uma mulher bonita, mas tenho baixa autoestima. Sempre que conheço um homem, fico tão insegura que imagino que isso contribua para o desinteresse dele.”.
A ideia de que é impossível ser feliz sozinho condiciona as pessoas de tal forma, que a maioria não se conforma em não ter um par amoroso. Desde cedo aprendemos que só é possível ser feliz tendo uma relação amorosa fixa e estável.
Claro que não é verdade, mas as pessoas insistem em acreditar, apesar do sofrimento que essa crença gera. A necessidade de se ligar profundamente a uma única pessoa é tida como verdade absoluta. E é por isso que muitos homens e mulheres procuram incessantemente um par amoroso, pagando qualquer preço para mantê-lo.
Acredita-se que só é possível alcançar a aceitação social quando se age igual aos outros. Todos, então, se tornam parecidos e desejam as mesmas coisas. As particularidades de cada um desaparecem, chegando a um ponto em que não dá mais para saber o que realmente se deseja ou o que se aprendeu a desejar.
Que o ser humano necessita se unir e se comunicar com outras pessoas não há dúvida. Mas isso não significa que ele tenha, necessariamente, que se relacionar com uma pessoa de forma exclusiva. Quando alguém diz que não quer viver sozinho, está se referindo a não ter um parceiro amoroso.
Concordo com o historiador inglês Theodore Zeldin quando afirma que o medo da solidão assemelha-se a uma bola e uma corrente que, atados a um pé, restringem a ambição, são um obstáculo à vida plena, tal e qual a perseguição, a discriminação e a pobreza.
Se a corrente não for quebrada, para muitos a liberdade continuará um pesadelo. Segundo ele, a crença mais gasta, pronta para a lixeira, é que os casais não têm em quem confiar salvo neles próprios, o que é tão infundado quanto a crença de que a sociedade condena os indivíduos à solidão. Na realidade, existe tanta solidão entre os casados quanto entre os solteiros.
A condição essencial para ficar bem sozinho é o exercício da autonomia pessoal. Isso significa, além de alcançar nova visão do amor e do sexo, se libertar da dependência amorosa exclusiva e “salvadora” de alguém. O caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos vínculos afetivos.
É com o desenvolvimento individual que se processa a mudança interna necessária para a percepção das próprias singularidades e do prazer de estar só. E assim fica para trás a ideia básica de fusão do amor romântico, que transforma os dois numa só pessoa.
E quando se perde o medo se percebe que estar sozinho não significa necessariamente solidão.
http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2015/07/21/estar-so-nem-sempre-significa-solidao/

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