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PENSE NISSO:

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domingo, 20 de setembro de 2015

SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA


SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA

SETEMBRO: mês em que a Igreja convida os fiéis para que tenham uma atenção especial para refletir e colocar em prática os ensinamentos bíblicos, e assim, impulsionados, possa este gesto fazer parte de sua vida sempre.


Todos os anos a CNBB nos apresenta um tema e um texto bíblico para ser aprofundado. Em 2015 somos exortados a refletirmos


Tema: DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS A PARTIR DO EVANGELHO DE JOÃO


Lema: PERMANECEI NO MEU AMOR, PARA DAR MUITOS FRUTOS (CF. JO 15,8-9)
Este subsídio tem a finalidade de aprofundar o conhecimento de Jesus Cristo através do Evangelho segundo João, escolhido para o estudo do Mês da Bíblia de 2015. Está dividido em quatro encontros e uma celebração final.
O primeiro encontro trata sobre o relato do encontro de Jesus com os primeiros discípulos, presente em Jo 1,35-51, destacando a importância do chamado e do testemunho daqueles que já aderiram a Jesus.
O tema das mulheres presentes no quarto Evangelho será abordado no segundo encontro. Além de apresentar o papel significativo da presença feminina no Evangelho joanino, aprofundará o encontro da samaritana com Jesus, no poço de Jacó, enfatizando o aspecto missionário, que nasce da experiência de Jesus como Messias.
Ser discípulo missionário não é trilhar um caminho sem obstáculos; este aspecto será aprofundado no terceiro encontro, no qual será refletido sobre as dificuldades e os conflitos encontrados para aderir e seguir Jesus na narrativa da cura do cego de nascença, em Jo 9,1-41.


O último encontro trata da finalidade de todo discipulado missionário: pôr-se a serviço dos irmãos e irmãs, seguindo o exemplo que o próprio Jesus nos deixou com a narrativa do lava-pés de Jo 13,1-17.
Na celebração final se percorrerá o caminho realizado durante os encontros e celebraremos com Jo 15,1-9 o texto que serviu de inspiração para o lema deste ano: "Permanecei no meu amor, para dar muitos frutos".













O EVANGELHO ESCRITO POR JOÃO

“A flor de toda a Sagrada Escritura é o evangelho,
e a flor do evangelho é o evangelho que nos foi transmitido por João,
cujo sentido profundo e oculto
ninguém conseguirá compreender em toda a plenitude”.
“Ninguém pode captar o sentido do evangelho de João
se não reclina a cabeça sobre o peito de Jesus
e não recebe de Jesus Maria por Mãe”.
(Orígenes)


I. OBSERVAÇÕES PRELIMINARES 
O Quarto Evangelho é um evangelho diferente dos sinóticos. Será mesmo um evangelho ou antes uma meditação especulativa, meio hermética e até gnóstica, sobre o Cristo? Será histórico, o chamado Evangelho segundo João?
Trata-se de uma obra diversa dos demais evangelhos: ignora vocábulos caros aos sinóticos (por exemplo: não há as palavras apóstolos, evangelho, batismo, publicano, anunciar, conversão, escriba, etc). O texto contém extravagâncias: duas conclusões (cf. 20,30s e 21,24s); em 14,31 Jesus levanta-se da ceia... e depois o seu discurso continua; o modo de falar de Jesus é totalmente diverso dos sinóticos: longos discursos, numa forma monótona, repetitiva e ondulada; os temas tratados por Jesus são bem diversos: o Senhor não prega o Reino, mas a si próprio (basta pensar na abundância da expressão “EU SOU”); faltam também alguns outros temas importantes, recorrentes nos sinóticos: a infância de Jesus, as tentações, o sermão da montanha, o ensino em parábolas, as expulsões dos demônios, a transfiguração, a instituição da Eucaristia... Por outro lado, apresenta material que não consta nos sinóticos: as alegorias do Bom Pastor, da porta, do grão de trigo e da videira, o discurso sobre o pão da vida, o da ceia, a oração sacerdotal, os episódios das bodas de Cana, da ressurreição de Lázaro e do lava-pés, os diálogos com Nicodemos e com a samaritana... Enquanto nos sinóticos o ministério de Jesus dá-se quase por inteiro na Galiléia, a maior parte do Quarto Evangelho passa-se na Judéia, com poucas cenas na Galiléia. Os discursos de Jesus são numerosos e longos, ao passo que são poucos os episódios narrativos. 
No entanto, trata-se de um Evangelho (= Boa Nova): é um anúncio das palavras e obras de Jesus como mensagem salvífica a ser aceita na fé. Como os sinóticos, trata-se de um anúncio de Jesus como Messias e Filho de Deus (cf. 20,31). O Quarto Evangelho não pretende completar os sinóticos; é sim uma tradição independente, que apresenta de um modo todo próprio o mistério de Cristo! 
II. AUTOR, DATA, DESTINATÁRIOS, HISTÓRIA LITERÁRIA
Muito se estuda e muito se diz sobre o Quarto Evangelho. Segundo a tradição, seu autor é João, filho Zebedeu e irmão de Tiago Maior, um dos Doze. Seria ele o “Discípulo Amado” ou “o outro discípulo”, que aparece ao lado de Pedro. Um problema é explicar como esse João, um simples pescador galileu era “conhecido do Sumo Sacerdote” (cf. 18,15).
Segundo alguns bons estudiosos, poderíamos, hoje, pensar a formação do evangelho do seguinte modo:
(1) O Discípulo Amado é realmente João, testemunha ocular da história de Jesus e pregador do Evangelho. Com Jesus manteve diálogo íntimo e profundo e ocupou posição de prestígio, junto com Pedro: foi ele quem “viu e acreditou” (cf. 20,28): o “ver” é histórico-testemunhal, o “acreditar” é a leitura fiel do fato, a interpretação religiosa do acontecimento. Ao que tudo indica, este discípulo fora seguidor de João Batista e depois passou para Jesus. São dele as afirmações sobre o Batista: “ele não era a luz, mas viera para dar testemunho da luz” (1,8), não era o Cristo, nem o Esposo, mas apenas o amigo do Esposo (cf. 3,28-30), não realizou sinal algum, mas tudo que disse sobre Jesus era verdade (cf. 10,41). Certamente João não escreveu nada – o texto do Quarto Evangelho é de um grego bom demais para um pescador da Galiléia -, mas João é o fundamento da tradição escrita que viria depois dele. Ele realmente é o pai da tradição joanina!
(2) Do Discípulo Amado surgiu toda uma tradição. A história de Jesus de Nazaré é vista como símbolo e revelação de uma realidade superior que somente pode ser desvendada através da fé. Neste processo inserem-se os sete milagres de Jesus, chamados de sinais, que revelam juntamente com os discursos, quem é Jesus (mais uma vez, observe-se a importância dos “Eu Sou”). Também a paixão-morte-ressurreição são apresentadas de um modo novo. Por seu fundamento no apóstolo João, esta tradição tem profundo conhecimento da topografia da Palestina e da liturgia do Templo. Podemos afirmar que esta tradição já aparece difundida na Palestina antes do ano 70, em língua aramaica (pensem-se nos termos hebraicos e aramaicos usados por João).
(3) A tradição foi posteriormente cristalizada na primeira edição do evangelho, escrito em grego, com a conclusão em Jo 20,30-31. O evangelista (isto é, quem redigiu a tradição deixada pelo apóstolo João) é, portanto, este teólogo que vive no mundo grego, na Ásia Menor, e dirige-se aos judeus-cristãos de cultura grega que aí viviam. Os símbolos de João são bíblicos, há inúmeras referências às festas judaicas e alusões às Escrituras: o dualismo moral tão caro a Qumran, o Verbo que arma a tenda (ekénosen = skn = shekinhah). Há também várias alusões à excomunhão que os cristãos sofreram por parte da sinagoga lá pelo ano 90. Aos judeus-cristãos, refutados pelos judeus, o evangelista convida a permanecer na palavra de Jesus e no seu amor (cf. 8,31; 15,7.9)... “para que continueis a acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus... e tenhais a vida em seu nome” (20,31).
(4) Finalmente, numa segunda edição, além de alguns retoques internos, acrescentou-se o capítulo 21, com nova conclusão geral, exaltando o Discípulo Amado; tanto ele quanto Pedro morrerão; ficará a Igreja com as duas testemunhas: a tradição joanina e o ministério de Pedro (cf. Jo 21,22s; 21,19; 21,15ss). Assim, com toda certeza, o Evangelho de João encontrou sua redação final já entre os anos 90 e 100 de nossa era. 
III. O JESUS DE JOÃO 
Para João, Cristo é o Enviado, revelador do Pai. É o Filho de Deus, Senhor, Salvador, pão da vida, luz do mundo, bom pastor, caminho, verdade e vida, ressurreição, verdadeira videira e Verbo encarnado.
João tem um núcleo histórico e apresenta o Jesus histórico, mas seu evangelho não é primariamente uma narração historicamente fidedigna no sentido atual nem é uma crônica de fatos ligados a Jesus de Nazaré. Trata-se, antes, do sentido soteriológico (= salvífico) de sua vida, morte e ressurreição e, mais ainda, de sua Pessoa. O evangelho de João não dissolve a história, mas nos fatos históricos descobre uma significação profunda, que aponta para a identidade e am issão de Jesus, o filho de Deus, revelador único e absoluto do Pai: seu fundamento é a consciência da importância histórica, concreta de Jesus: “O Verbo se fez carne e armou tenda entre nós!” (1,14).
No entanto, a linguagem dos discursos de Jesus não é de Jesus, mas do evangelista (basta comparar com as epístolas e as palavras do próprio Batista – cf. Jo 3,27-36)! Isso não quer dizer que o evangelista tenha imposto uma teologia sua a Jesus, tenha inventado um Jesus: em João, Jesus revela-se a si mesmo como o Salvador e caminho para o Pai, já que dele vem. A intenção do evangelista é explicitar a revelação acontecida na pessoa e na história de Jesus de Nazaré; com sua linguagem própria, ele transmite o que o Senhor revelou e o que a Comunidade eclesial experimentou na fé (cf. 3,11; 21,24). João, numa teologia bem desenvolvida, contempla Jesus do alto da sua glória de ressuscitado. A gente somente compreende bem o Jesus de João e seus gestos e palavras, quando o contempla como o Glorioso-Ressuscitado! Na pobreza dos dias terrenos de Jesus, João deseja mostrar a glória do Filho de Deus. 
IV. UMA PROPOSTA DE LEITURA DE JOÃO
Um esquema do Evangelho de João é muitíssimo discutido. Sendo assim, apresentaremos apenas algumas pistas para a leitura. 
A. PRÓLOGO (1,1-18)
Trata-se de um hino oriundo dos círculos joaninos que fala da revelação de Deus, de como ele se explicou para nós: através do seu Verbo existente desde o princípio e, depois, feito carne.
Esquema:
A. O Verbo voltado para Deus (vv. 1-2) A’. O Filho no seio do Pai (v. 18)
B. Papel na criação (v. 3) B’. Papel na recriação (v. 17)
C. Dádiva à humanidade (vv. 4-5) C’. Dádiva à humanidade (v. 16)
D. Testemunho de João (vv. 6-8) D’. Testemunho de João (v. 15)
E. O Verbo vem ao mundo (vv. 9-11) E’. O Verbo se faz carne (v. 14)
F. Por intermédio do Verbo nos tornamos filhos de Deus (vv. 12-13)
B. O LIVRO DOS SINAIS (1,19 – 12,50)
Apresenta o ministério de Jesus: por sinais e palavras ele se mostra ao seu povo como revelação do Pai. O resultado é a rejeição.
a) A semana inaugural: Primeiro dia (vv. 19-28), segundo dia (vv. 29-34), terceiro dia (vv. 35-39), quarto dia (vv. 40-42), quinto dia (vv. 43-51), sétimo dia (vv. 2,1-11): “No terceiro dia houve núpcias e ele manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele”. 
b) Os sete sinais:
O primeiro sinal: a água transformada em vinho (2,1-11): o vinho de Jesus é o último a ser servido, é o melhor e mais abundante: o Cristo fulgura no seu sinal, que produz a fé dos discípulos.
A isso seguem-se três narrativas com a mesma lógica de recriação e superação: a purificação do Templo (Jesus é o novo templo); o encontro com Nicodemos, judeu que estuda Jesus e vem procurá-lo nas trevas (é necessário nascer do Alto, pela água e o Espírito) e o encontro com a Samaritana (Jesus é o Salvador do mundo que dá á água da vida; por ele é possível adorar o Pai em espírito e verdade, superando Jerusalém e o Monte Garizim).
O segundo sinal: a cura do funcionário real em Caná (4,43-54), encerra esta seção. ”Se não virdes sinais não acreditareis...” – Jesus relativiza os sinais: são importantes se levam ao entendimento. Observe-se que o funcionário é um pagão (o centurião?), como os samaritanos que creram. Este sinal, onde Jesus age somente pela sua palavra, já prepara o próximo... 
Dos capítulos 5 – 10 são as festas judaicas que servem de marcos para a revelação de Jesus.
O terceiro sinal: a cura do paralítico de Betesda, numa Festa (segundo muitos Pentecostes, festa dos sete sábados): ele faz o que somente Deus pode fazer no sábado; ele tem o poder de julgar.
O quarto sinal: a multiplicação dos pães, numa festa da Páscoa: Jesus é o novo Pão, o novo ázimo: pão de sua Palavra, de sua Carne e seu Sangue. (Na purificação do Templo Jesus já havia expulsado as ovelhas e os bois: ele é o novo Cordeiro!).
O quinto sinal: Jesus caminha à noite sobre as águas: evocação do Êxodo, juntamente com a multiplicação dos pães. Ele se revela como o EU SOU!
O sexto sinal: a cura do cego de nascença, na Festa dos Tabernáculos (procissão de luzes e água lustral de Siloé): Cristo dá a vista ao cego, mandando-o lavar-se em Siloé: “quem tem sede venha a mim e beba!” – promessa do Espírito.
O sétimo sinal: Jesus ressuscita Lázaro logo após a Festa da Dedicação: ele se apresenta como o verdadeiro Consagrado-Dedicado ao Pai. A ressurreição de Lázaro é antecipação da de Jesus e da dos que nele acreditam: “Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a tiverem ouvido, viverão!” O óleo de Maria guardado para a sepultura e o grão de trigo que cai e morre ligam a morte de Lázaro à de Jesus. 
c) A conclusão final: a rejeição de Jesus (12,37-50) 
C. O LIVRO DA GLÓRIA
Aos que o aceitam Jesus revela sua glória, retornando ao Pai pela sua Páscoa. Plenamente glorificado, ele comunica o Espírito de vida.


A Última Ceia, com o lava-pés, gesto de extrema humilhação (segundo O. Cullmann é representação não somente da morte como também da Eucaristia, carne e sangue oferecidos ao homem).
O último discurso, centrado nos temas da fé e do amor. – agora o preceito já não mais é amar o próximo como a si mesmo, mas como Jesus que dá a vida. Jesus promete por cinco vezes o Paráclito e termina confiando ao Pai sua Comunidade.
A narrativa da paixão. Cristo é preso numa cena epifânica (EU SOU). A narrativa desenvolve-se em quatro cenas: no jardim, o Eu Sou; o processo judaico, o processo romano que se dá em torno das idéias de “rei” e de “verdade”; finalmente a cruz, que revela a verdadeira realeza de Jesus. Com o “Está consumado!” Jesus, do alto, celebra seu triunfo. A cena do lado aberto é de rico significado...
Jesus ressuscitado: é necessário um olhar diferente para reconhecê-lo; já não se pode retê-lo – ele é transcendente. O Ressuscitado doa o Espírito. 
D. COMPLEMENTO 
O capítulo 21 é complemento posterior, resultado da segunda redação. Pedro e João, as testemunhas desaparecem: permanece a Igreja, com o ministério petrino, que deve amar e apascentar e a certeza de ser amada pelo Senhor. Assim encerra-se uma época – a das primeiras testemunhas.
Conclusão geral (20,30-31) 
V. Conclusão 
Ler e meditar o Evangelho de João é uma verdadeira experiência mística de Cristo. É um texto para ser saboreado num clima de oração, docilidade ao Espírito Santo e profundo espírito de fé e intimidade com o Senhor.
Além de apresentar o mistério de Cristo deu m modo saborosíssimo, João apresenta-nos os temas fundamentais da fé e do amor, a revelação mais completa dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação do Verbo, Filho eterno e Unigênito no seio do Pai, que nos torna filhos adotivos. Apresenta-nos também pontos sobre a doutrina a respeito da Igreja (cf. 10,1-18; 15,1-17; 21,15-17) e dos sacramentos (cf. 3,1-8; 6,51-59; 20,22-23) e apresenta-nos muito sobre o papel da Virgem Maria, a “Mulher”, nova Eva, Mãe da nova humanidade resgatada (cf. 2,1-5; 19,25-27).
Por tudo isso, vale a pena uma leitura meditada, estudiosa e orante do Quarto Evangelho.

Côn. Henrique Soares da Costa
Da Igreja de Maceió
http://www.catequesepiracicaba.net/2015/09/setembro-mes-da-biblia.html

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